#Teen

A mulher do padre

1.7k palavras | 7 | 5.00 | 👁️
A mulher do padre

Tudo bem ter segredos, mas uma vida inteira não é fácil manter.

Como podem imaginar, o meu romance com o padre não é passageiro.

Renato e eu estamos juntos nessa vida e o que conto para vocês é só um desabafo de como é ser a mulher de um padre.

Nem tudo são flores, é claro. O proibido tem seus riscos por um motivo, mas eu digo com convicção de que no meu caso, vale a pena.

Com o passar dos meses, meu relacionamento com o padre não era mais baseado em sexo ou apenas encontros secretos.

Eu sabia que ele se preocupava verdadeiramente comigo. Como um homem se preocupa com a sua mulher. Que tudo aquilo ia muito além de um padre sendo caridoso com uma pobre menina de família problematica e eu me sentia segura desse jeito.

As pessoas não me tratavam com indiferença por ter me tornado afilhada do padre. A protegida. Todos me viam como a menina de sorte que eu era, por ter encontrado uma pessoa boa e de Deus que cuidasse de mim, mas é claro que eu era observada e cobrada por isso.

Tudo em minha vida girava em torno do padre.

Eu acordava às 7h, mas ele já não estava mais em casa.

Sexo matinal nunca foi uma opção.

Depois do café, eu ia para a secretaria da igreja e lá ficava até o almoço. Que geralmente era na casa paroquial e sempre servido ao padre juntamente com outras pessoas.

A tarde, eu ia pra faculdade numa cidade vizinha e minhas despesas eram pagas com o meu trabalho na igreja.

No jantar, antes ou depois de celebrações, sempre havia a companhia de outras pessoas. Nunca ficávamos sozinhos durante o dia e muitas vezes antes de dormir, havia alguém para conversar ou buscar ajuda do padre até muito tarde.

Eu o tratava com imenso respeito e gratidão na frente de todos. O chamava de padrinho, senhor, padre. Eu lhe pedia a benção como todas as pessoa ao seu redor e ele me chamava de menina. Me tratava com o carinho de um pai. De um guardião.

Nós disfarçamos bem. Éramos convincentes, eu sei.

E é por isso que nos acostumamos a viver somente madrugadas de amor.

Renato nem sempre dormia comigo, mas sempre dava um jeito de me roubar um beijo de boa noite e eu amava o fato de que ele passou a me procurar apenas para deitar ao meu lado e cheirar os meus cabelos e pescoço.

Eu não era mais um corpo pronto para o sexo. Eu estava me tornando o seu colo. O seu abrigo.

Ele me procurava porque eu era a mulher dele e eu o recebia todas as vezes porque já o amava demais para recuar.

Não existia mais volta. Aquela era a minha vida.

Eu amava um homem proibido e recebia o seu amor de volta. Simples.

Até que algo aconteceu.

Estávamos em meu quarto, como na maioria das noites, quando ele me pegou desprevenida.

_ Nós precisamos conversar.

Havíamos feito amor intensamente e eu ainda estava nua, deitada, enquanto ele afagava os meus cabelos sentado ao meu lado.

Padre Renato nunca vestia pijamas ou roupas comuns. Era sempre uma calça social e camisas de mangas compridas. Então eu estava habituada a vê-lo só de calças e descalço pelo meu quarto.

_ Aconteceu alguma coisa?

Perguntei já com o coração acelerado. Em geral não tínhamos nenhum problema externo a nos preocupar, mas também não estávamos blindados.

_ Aconteceu. Terei que fazer uma viagem.

Ele já havia feito várias viagens. Qual era o problema desta?

Ate eu já havia o acompanhado. Então porque o mistério?

_ Será uma viagem de dois meses.

O meu coração erra a batida. Tenho certeza.

_ Em Roma.

E agora o meu coração para. Morri por alguns segundos.

Sinto minhas mãos e pés gelarem e me sento imediatamente na cama.

Renato recua um pouco para poder me encarar melhor e segura o meu rosto.

_ Não quero que se preocupe. Passará rápido, meu amor, eu prometo.

_ Você não pode recusar?

_ Sabe que não!

As lágrimas estão me impedindo de vê-lo direito e vocês podem achar que é exagero ou imaturidade, mas a verdade é que aquela viagem representava tudo que eu mais temia.

Que o padre caísse em si e se arrependesse do que vivíamos e me deixasse no passado.

_ Não chore, minha menina. Eu voltarei para você.

Ele tenta sorrir, mas sabe exatamente o que está passando pela minha cabeça.

Eu não queria saber do que se tratava essa viagem porque não precisava. Fosse retiro espiritual, curso, passeio ou estudos, padre Renato sofreria um choque de realidade que o arrancaria de mim. Que o despertaria para os pecados que comete e ele deixaria de ser meu no segundo em que pisasse novamente no Brasil.

Me levanto da cama procurando as minhas roupas, mas ele me alcança e me puxa para os seus braços. Para me envolver no calor dos seus braços fortes e peito nu.

Eu tento chorar baixinho, mesmo sabendo que ninguém mais poderia me ouvir, mas é porque também estou com vergonha que ele me veja assim.

_ Não confia em mim? - Ele pergunta e sei que a sua voz trêmula significa que nem ele mesmo confia em si.

Então eu choro um pouco mais antes de me agarrar em seu pescoço.

_ Quando você vai?

_ No final de semana.

Tão rápido. Eu só tinha mais três dias com ele e o meu mundo inteiro desabaria.

Padre Renato respeita o meu choro, mas então seca as minhas lágrimas e beija meus olhos com carinho. Eu não queria beija-lo porque aquele beijo teria gosto de despedida, mas ele suga os meus lábios com tanto amor que eu o retribuo.

Estava na ponta dos pés quando ele me pegou no colo e me encostou na parede fria.

Minha buceta encostava na sua barriga, mas ele me beijou tanto na boca que fiquei sem ar.

Quando sua boca encontrou meu pescoço, eu soube que teria de usar maquiagem pois seus chupes me deixariam marcas duradouras ali.

_ Eu te amo. Te amo.

Ele repetia sem parar, mas eu só conseguia enxergar um padre que voltaria cheio de arrependimentos.

Ele não me amaria mais.

E quando ele me penetrou, eu só conseguia pensar que aquela era a última vez. Que eu não o teria mais. Que a minha vida com ele tinha acabado no momento em que ele saísse de dentro de mim.

_ Por favor, não chore.

Como eu podia evitar? Eu tinha 18 anos. Era a minha primeira desilusão amorosa. Eu tinha que chorar.

_ Não vai me dizer nada?

Fiz que não com a cabeça e ele respirou fundo pela milésima vez.

O dia já estava quase amanhecendo quando ele deixou o meu quarto. Meus olhos estavam inchados de tanto chorar e mesmo assim ele não saiu sem me beijar e dizer que me ama.

Talvez ele não merecesse toda aquela minha reação, mas eu não pude evitar.

Faltei no trabalho da secretaria e depois na faculdade. Fingi um resfriado daqueles e tomei um calmante que me deixou mesmo com cara de doente, afinal, sou ótima em fingir.

Padre Renato anunciou sua viagem e aí a casa paroquial que já era frequentada por muitos passou a ser frequentada por todos. Uma entra e sai de gente que me deixava nos nervos, então passei dois dias trancada no quarto.

Chorando.

Me senti obrigada a participar da última celebração dele antes da viagem e depois do jantar de despedida.

Renato viajaria na manhã seguinte e o sacristão iria dormir em nossa casa para levá-lo ao aeroporto logo cedo.

Nada de despedida pra nós.

_ Padrinho, eu vou dormir.

Todos estavam conversando quando eu me aproximei dele.

Renato me olhou com calma e depois sorriu.

_ Nos vemos daqui a dois meses - Ele abriu os braços e eu o abracei apertado, mas sem muita demora.

_ Sua benção?

_ Deus te abençoe - Ele fez o sinal em minha testa e depois a beijou.

Foi um ato de carinho normal. Ele já havia feito isso em outras pessoas aquela noite.

_ Se comporte - se atreveu dizer e alguém brincou que iria lhe manter informado sobre mim.

Não achei graça naquilo e me recolhi.

As pessoas ainda se demoraram, completamente inconvenientes, mas eu peguei no sono antes que pudesse vê-lo novamente.

Um novo padre chegaria para substituí-lo, afinal, a paróquia não poderia ficar sem padre e o quarto de hóspedes já estava o esperando.

Renato me ligou assim que chegou a Roma em uma viagem extremamente longa e que me deixou ansiosa, mas como havia combinado, só ele me ligaria para evitar problemas.

Eu não esperava que ele me ligasse muito. Ele não estava a passeio. Ser padre era o trabalho dele. Então não me meti a maluca e o atendi sempre que me ligou.

Ligações curtas e dietas.

“Estou com saudades”

“Te amo”

Sempre a mesma coisa. Ele não me contava o que estava fazendo e eu não perguntava porque não queria saber.

Dois meses não passaram voando. Levaram uma vida inteira para acabar e acho que acabaram comigo também.

E disso tudo eu só tenho uma única certeza.

O Renato que voltou para mim não foi o mesmo que foi.

Mas eu também já não era mais a mesma.

***

Vocês querem saber o que aconteceu após essa viagem?
Comentem aqui para eu continuar a minha história.

❤️ Contos Eróticos Ilustrados e Coloridos ❤️
👉🏽 Quadrinhos Eroticos 👈🏽

Comentários (7)

Regras
- Talvez precise aguardar o comentário ser aprovado - Proibido numeros de celular, ofensas e textos repetitivos
  • alê: ansioso pela continuação

    Responder↴ • uid:1d4erilugty6
  • Ana Júlia: ANSIOSA PELA CONTINUAÇÃO

    Responder↴ • uid:1dak6fvoib
  • Ana Júlia: A coisa pelos próximos capítulos

    Responder↴ • uid:1dak6fvoib
  • Amante de contos: Por favooooor continuaaaa, eu pensei que vocês iam ficar juntos mas veio essa viagem pra atrapalhar tudo. Segue sendo o melhor conto desse site!!!

    Responder↴ • uid:aye0c44
  • Novinha Safadinha: Continue, por favor!! Conte o qie aconteceu pós viagem. Melhor história já lida

    Responder↴ • uid:2ql0e0gd1
  • Carlos: Continua

    Responder↴ • uid:1cy9ww3q28bp
  • Carlos: Continue cantando

    Responder↴ • uid:1cy9ww3q28bp