Como me tornei uma mãe livre PARTE 2
O sábado chegou como uma pedra caindo no peito
O sábado chegou como uma pedra caindo no peito. Eu tava no apê, olhando pro espelho do banheiro, tentando decidir se ia mesmo. A cara refletida não parecia minha — olhos fundos, um brilho esquisito que eu não reconhecia. Coloquei uma blusa leve, jeans, nada que chamasse atenção, como se fosse só uma visita qualquer. Mas no fundo eu sabia que não era. O endereço da Elisa tava anotado num papel amassado na bolsa: um sobrado na rua das Acácias, uns quinze minutos de carro, bairro de classe média igual o meu, com varandas cheias de planta e garagens com portão automático. Peguei as chaves, respirei fundo e saí, com o coração batendo como se eu fosse cometer um crime.
Enquanto dirigia, a voz da Elisa ecoava na minha cabeça. “Tu precisa ver com os próprios olhos, Clara.” Eu não parava de pensar no que ela disse no UOL — o filho lambendo porra do chão, ela chamando ele de “corno igual o viadinho do pai”, rindo como se fosse piada. Era errado pra caralho, mas toda vez que eu tentava me convencer a dar meia-volta, algo me puxava pra frente, como um fio invisível. Eu queria entender. Não, mais que isso — eu queria sentir o que ela sentia, aquele poder que ela dizia ter, aquela liberdade que parecia tão fora do meu alcance.
Cheguei na rua das Acácias e parei o carro em frente ao sobrado. Era bonito, arrumado, com uma varanda cheia de samambaias e uma churrasqueira coberta por uma lona. Nada gritava “maluca” do lado de fora. Toquei a campainha, e a porta abriu rápido, como se ela já tivesse me esperando. Elisa era mais nova do que eu imaginava, magra, cabelo liso na altura dos ombros, um sorriso que parecia de comercial de pasta de dente. Vestia um vestido leve, estampado, que balançava com o vento.
— Clara! Que bom que veio! — Ela me puxou pra um abraço rápido, como se fôssemos amigas de anos. — Entra, fica à vontade.
A sala era ampla, com sofá de couro, uma TV grande na parede, fotos de família num aparador. Tudo tão normal que quase me fez duvidar do que ela contava no chat. Ela me levou pra cozinha, onde uma cafeteira borbulhava, e começou a falar sobre coisas banais — o calor, a escola dos filhos, o preço da gasolina. Eu respondia no automático, esperando o momento em que a máscara ia cair. E não demorou.
— Então, Clara, tu pensou no que a gente conversou? — Ela perguntou, servindo café numa xícara de porcelana, o tom leve, mas com aquele brilho nos olhos.
Eu hesitei, mexendo o café com a colher.
— Pensei. É… diferente, sabe? Ainda tô tentando entender.
Ela riu, um som que era ao mesmo tempo doce e afiado, e se inclinou na minha direção.
— É diferente mesmo, querida. Mas é foda. Tu já sentiu que tá vivendo pra eles, enquanto tu mesma fica pra trás? Eu decidi que não quero mais isso. Quero ser mulher, dona de mim, e ele precisa entender isso.
Eu sabia quem era “ele”. O filho dela. Minha garganta apertou, mas eu perguntei, quase sussurrando:
— E ele… como ele lida com isso?
Ela deu de ombros, como se eu tivesse perguntado sobre o tempo.
— No começo foi estranho pra ele, claro. Mas agora ele tá aprendendo. É tipo uma educação, Clara. Mostrar que mulher não é só mãe, que a gente tem poder, tesão, vida. O patriarcado quer que a gente esqueça disso, mas eu não esqueço.
Eu queria perguntar mais, cavar fundo, mas antes que eu abrisse a boca, a porta da sala abriu, e um cara entrou. Alto, barba rala, camiseta polo, parecia um vizinho qualquer. Ele cumprimentou a Elisa com um beijo rápido na boca, sem nem olhar pra mim, e ela sorriu, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.
— Clara, esse é o Marcos. Marcos, a Clara, minha nova amiga.
Eu murmurei um “oi”, sentindo o rosto queimar. Marcos só acenou, pegou uma cerveja na geladeira e foi pra sala, ligando a TV. Eu tava confusa, tentando processar, quando Elisa se levantou, com um sorrisinho que não escondia nada.
— Vem, Clara, deixa eu te mostrar uma coisa.
Ela me levou pra sala, e eu fui, com o coração na garganta. Marcos tava largado no sofá, a cerveja na mão, a TV passando um jogo qualquer. Elisa se sentou do lado dele, tão perto que os joelhos se tocaram, e começou a falar baixo, quase ronronando. Eu fiquei parada, sem saber se sentava ou saía correndo, mas ela me olhou e fez sinal pra eu ficar ali, num canto, como se eu fosse só uma espectadora.
— Relaxa, Clara. É só um momento nosso. — Ela piscou, e eu senti um frio na espinha.
Então ela começou. Devagar, como se tivesse coreografado, Elisa subiu no colo do Marcos, beijando ele com uma calma que era quase hipnótica. Ele largou a cerveja no chão, as mãos já subindo pelo vestido dela, e eu quis desviar o olhar, mas não consegui. Era como se o ar tivesse ficado pesado, grudando meus pés no lugar. O vestido dela subiu, mostrando a calcinha, e Marcos enfiou a mão por baixo, gemendo baixo enquanto ela se mexia, roçando contra ele.
Eu tava tremendo, o café ainda quente na mão, esquecido. Queria gritar, perguntar que porra era aquela, mas minha voz tava presa. E então, como se soubesse exatamente o que eu tava pensando, Elisa olhou pra mim, com um sorriso que era puro veneno.
— Tá vendo, Clara? Isso é ser livre. Não esconder quem eu sou. Ele precisa ver isso.
Eu não entendi logo de cara quem era “ele”. Mas então a porta do corredor abriu, e o filho dela apareceu. Um moleque magrinho, cabelo bagunçado, camiseta de banda, olhando pro chão como se quisesse sumir. Meu estômago virou. Ele não disse nada, só ficou ali, parado, enquanto Elisa continuava se esfregando no Marcos, gemendo baixo, com os olhos fixos no filho.
— Vem cá, meu porquinho chorão — ela chamou, com uma voz tão doce que parecia um carinho, mas que cortava como faca. — Senta aí, olha a mamãe.
Ele obedeceu, lento, sentando numa poltrona no canto, sem levantar a cabeça. Eu quis correr, pegar ele pelo braço, tirar ele dali, mas meus pés tavam grudados no chão. Elisa riu, um som que parecia mais um ronronar, e desceu do colo do Marcos, puxando a calcinha pro lado. Eu vi tudo, cada detalhe, como se o tempo tivesse parado. Ela sentou no sofá, abriu as pernas, e Marcos caiu de boca, chupando ela com uma fome que fez meu rosto queimar.
— Isso, meu bem, isso — Elisa murmurava, mas não pro Marcos. Ela tava olhando pro filho, com aquele sorriso doentio. — Tá vendo, meu porquinho? Mamãe é mulher, não é só tua mãe. Mamãe goza, manda, vive.
O moleque não disse nada, só ficou olhando, com os olhos arregalados, as mãos apertando os braços da poltrona. Eu queria vomitar, mas também tava hipnotizada, como se aquele momento fosse um buraco negro me puxando. Elisa gozou, alto, jogando a cabeça pra trás, e quando terminou, olhou pro filho de novo, com a voz melíflua.
— Vem cá, meu amor. Lambe a mamãe, é assim que tu me liberta.
Eu congelei. O moleque hesitou, o corpo tremendo, mas se levantou, lento, como se estivesse em transe. Ele se ajoelhou na frente dela, e eu vi, com um horror que não explico, ele encostar a boca no chão, onde tinha pingado um líquido que eu sabia o que era. Mijo. Ela tinha mijado ali, durante o gozo, e agora ele tava lambendo, com lágrimas escorrendo pelo rosto, enquanto ela acariciava a cabeça dele, como se fosse um cachorro.
— Isso, meu porquinho chorão — ela sussurrou, com um tom que era puro amor, mas que me deu vontade de gritar. — Tu tá me salvando, sabia? Me libertando do patriarcado que me prendeu a ti.
Eu deixei a xícara cair no chão. O barulho quebrou o feitiço, e Elisa olhou pra mim, com um sorriso que parecia dizer “tá vendo?”. Marcos riu, como se nada daquilo fosse fora do normal, e se levantou, ajustando a calça. O moleque voltou pra poltrona, limpando a boca com a manga, sem olhar pra ninguém. Eu tava tremendo, com lágrimas nos olhos, mas não consegui falar nada.
— Desculpa a bagunça, Clara — Elisa disse, levantando como se tivesse acabado de servir um bolo. — Às vezes a gente se empolga, né? Quer mais café?
Eu murmurei um “não” rouco, peguei minha bolsa e praticamente corri pra porta. Ela me acompanhou, com aquele sorriso de sempre, e antes de eu sair, segurou meu braço.
— Pensa no que tu viu, Clara. Isso é liberdade. Tu merece isso também. Me chama no UOL depois.
Eu entrei no carro e dirigi pra casa sem olhar pra trás. Minha cabeça tava gritando, meu corpo tava quente, meu coração tava em pedaços. Eu vi o que ela fazia, vi o filho dela ali, destruído, lambendo o chão como se fosse um castigo que ele merecia. Era errado, era doente pra caralho, mas as palavras dela—“tu merece isso também”—não saíam da minha cabeça.
Cheguei no apê, tranquei a porta e me joguei no sofá. Meu filho tava no quarto, provavelmente no videogame, sem ideia do que eu tinha visto. Eu queria chorar, gritar, apagar tudo, mas também tinha uma parte de mim, pequena, mas viva, que tava pensando na Elisa. No jeito que ela parecia tão dona de si, tão livre, enquanto eu tava ali, afundada na mesma vida de sempre.
Abri o notebook, quase sem querer. O UOL tava lá, me esperando. Elisa tava online, e antes que eu pudesse pensar, ela mandou uma mensagem.
— E aí, Clara? O que achou do show?
Eu não respondi. Fechei o notebook, mas sabia que não ia conseguir fugir por muito tempo. Aquela porta que ela abriu tava escancarada agora, e eu tava com um pé dentro, querendo ou não.
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Comentários (1)
Grisalho: Interessante, a liberdade nos assusta.
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