A entrega pelo desejo
Casal de amigos antigos, se entregando. Sem explícito, tudo nas entrelinhas. Narração pelos pensamentos dela.
Eu não sei em que momento exato deixamos de ser apenas amigos, talvez tenha sido no instante em que nossas mãos se tocaram sem querer e eu não consegui mais afastar a minha da dele, talvez tenha sido quando nossos olhares demoraram mais do que o aceitável, como se cada silêncio carregasse uma promessa que até então fingíamos não perceber, mas eu sei que agora, enquanto a boca dele cobre a minha e me arranca o ar com beijos famintos, tudo que construímos até aqui parece se dissolver em um calor insuportável que me domina por inteiro e me faz querer muito mais, como se tivesse esperado a vida toda por isso e finalmente estivesse me permitindo ceder.
Sinto minhas costas afundarem no sofá, o peso do corpo dele sobre o meu, o calor da pele queimando contra a minha roupa ainda vestida mas já incômoda, já insuficiente, e minha cabeça gira entre a vertigem de ter atravessado a linha e a fome imensa que só cresce a cada segundo. A língua dele dança contra a minha como se nunca tivesse conhecido limites, mãos firmes seguram minhas coxas, afastando-as com naturalidade, e eu me percebo arqueando para recebê-lo, implorando sem dizer, sem pensar, apenas reagindo ao instinto que pulsa mais forte do que qualquer noção de amizade, mais forte do que qualquer medo de não haver volta depois disso.
Eu o sinto percorrendo meu corpo como se fosse dele desde sempre, dedos firmes desenhando cada curva, lábios descendo pelo meu pescoço com um calor úmido que faz minha pele se arrepiar inteira, e não consigo evitar o gemido que escapa, um som baixo mas carregado da urgência que me consome. Ele responde com outro gemido, grave, contra minha pele, e esse som vibra por dentro de mim de um jeito quase insuportável. Eu aperto os dedos em seus ombros, puxo-o mais para perto, como se quisesse fundi-lo a mim, e minha respiração já não obedece a nenhum ritmo.
Quando ele ergue a blusa que visto e seus olhos encontram minha pele nua, sinto o poder do desejo refletido no olhar dele, como se me devorasse sem pressa mas sem piedade. Ele não pergunta, não precisa, apenas desliza os lábios até meu seio e suga com força, arrancando de mim um arquejo que não consigo conter. Eu me entrego, jogo a cabeça para trás, e sinto a língua dele contornar o mamilo endurecido, alternando entre provocação lenta e sucção profunda, como se quisesse me enlouquecer antes de me possuir.
Minhas mãos não param, agarro seus cabelos, puxo-o contra mim, depois deslizo até suas costas, até a barra da camisa que me atrapalha, e passo as unhas em sua pele, ouvindo o som rouco que escapa dele, tão excitante que quase me faz perder o controle. Quero mais, quero tudo, quero sem pausas, mas ao mesmo tempo quero que dure, que esse instante se prolongue até que eu não aguente mais.
A saia já não está em mim, não sei quando ele a tirou, só sei que agora me sinto exposta, apenas de calcinha, e os dedos dele percorrem o contorno do tecido como se soubessem que ali está o centro do meu fogo. Ele beija minha barriga, desce devagar, saboreando cada pedaço da minha pele como se me conhecesse de outra forma, como se soubesse que eu sempre escondi esse desejo debaixo da amizade, e quando seus lábios encontram a beira da minha calcinha, sinto um arrepio que percorre toda a espinha e explode na base do ventre.
Eu o quero dentro de mim, quero sentir o peso dele tomando conta de tudo, mas mais do que isso, um pensamento toma conta, um desejo que guardo em silêncio há tempo demais: eu quero me entregar por completo, quero sentir aquele prazer que sempre temi, que sempre escondi, quero que ele seja o primeiro a me levar a esse limite que é também o meu maior segredo. Eu quero gozar assim, de um jeito que nunca permiti a ninguém, e só agora, com ele, sinto que posso.
— Eu preciso de você — sussurro entre gemidos, puxando-o para cima, deixando claro no meu olhar que não é um pedido inocente. — Preciso de tudo.
Ele me encara como se tivesse esperado uma vida inteira por essa confissão, e no brilho dos olhos dele há um misto de desejo bruto e cuidado intenso. Ele me beija de novo, mais forte, mais profundo, e entre uma respiração e outra, murmura contra minha boca:
— Me mostra o quanto você me quer.
É isso que me arranca o resto das defesas. Seguro sua mão, guio-a para trás, faço-o sentir a intenção no meu corpo, e quando ele percebe, um gemido grave escapa dele, um som que me faz tremer inteira. Eu sei que ele entendeu, sei que agora não há mais volta, e a expectativa me consome tanto quanto o desejo.
Sinto cada toque, cada avanço lento, como se fosse fogo queimando por dentro, como se meu corpo inteiro se abrisse não apenas para recebê-lo, mas para implorar por mais. Meus gemidos são cada vez mais altos, minha respiração cada vez mais irregular, e cada pausa dele, cada provocação lenta, me deixa ainda mais à beira do limite. Ele me provoca, me saboreia, me testa, como se soubesse que minha fome não tem fim, como se estivesse disposto a me dar cada pedaço daquilo que sempre desejei.
— Você está pronta para mim? — ele pergunta com a voz rouca, firme, encostando os lábios no meu ouvido, e eu estremeço só de ouvir, só de sentir o calor da respiração dele.
— Eu nasci pronta — respondo sem pensar, minha voz falha, carregada da urgência que já não escondo. — Só você pode me levar até lá.
E então não existe mais mundo além do que acontece entre nós. Cada movimento dele é uma invasão e uma entrega, cada avanço me arranca da razão e me joga direto no abismo que sempre quis explorar. Eu gemo, grito, seguro com força, mordo seu ombro, e ele responde com ritmo, com intensidade, com aquela mistura de firmeza e cuidado que me faz confiar nele a ponto de me perder sem reservas.
Minha mente gira, meu corpo inteiro se contrai e se expande em ondas que não cessam, e o que eu sinto é mais do que prazer físico — é a libertação de um desejo escondido, é a explosão de algo que sempre foi só meu segredo e agora é nosso. Eu me deixo levar, deixo que ele me conduza, e cada segundo me aproxima mais do orgasmo que sei que será diferente de todos os outros, mais profundo, mais devastador.
— Não para — imploro, minha voz embargada, minhas unhas marcando suas costas. — Me leva até o fim, eu quero… eu quero…
Ele entende, eu sinto no modo como se move, no modo como seu corpo responde ao meu, na forma como seus olhos não desviam dos meus, como se quisesse testemunhar a minha rendição completa. E quando finalmente o prazer explode, é como se todo meu corpo fosse consumido por dentro, como se cada fibra vibrasse ao mesmo tempo. Eu grito, arqueio, perco o controle de tudo, e sinto o gozo me atravessar como uma onda interminável, tão intenso que lágrimas surgem nos meus olhos, não de dor, mas da intensidade absoluta de finalmente ter chegado onde sempre quis.
Caio sobre ele, exausta, trêmula, minha pele ardendo, meu coração disparado, e não consigo conter o sorriso entrecortado que surge nos meus lábios. Ele me segura, me acaricia os cabelos, beija minha testa, e não precisamos dizer nada. Eu sei que ele sabe, eu sei que nós dois entendemos que nada será como antes, e que nunca mais precisará ser.
Eu fecho os olhos e sinto ainda os ecos do prazer pulsando em mim, como se meu corpo não quisesse esquecer, como se quisesse guardar para sempre a marca desse momento, e sei, sem sombra de dúvida, que encontrei no meu amigo, no meu cúmplice, no meu primeiro e único, o único capaz de me levar até esse ponto, o único capaz de me dar exatamente aquilo que sempre desejei em silêncio.
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