O Calor da Greve
O sol do Rio de Janeiro escaldava as ruas naquele início de tarde. A brisa leve que vinha da janela aberta da casa de Felipe, no bairro de Laranjeiras, mal aliviava o calor úmido que grudava a camiseta branca no peito magro do rapaz. A faculdade estadual estava em greve há semanas, e Felipe, um universitário branquinho de 21 anos, passava os dias entre livros, séries e o tédio de uma rotina sem fim. A casa, um sobrado antigo com móveis de madeira escura e azulejos gastos, parecia ainda mais silenciosa sem o burburinho costumeiro da vida acadêmica.
Dona Lúcia, a empregada que trabalhava ali desde que Felipe era criança, apareceu naquela semana acompanhada de Edinho, seu filho mulato de 24 anos. Ele era alto, corpo esguio mas definido, com uma pele morena que brilhava sob o suor do calor carioca. Os cabelos cacheados e curtos emolduravam um rosto de traços marcantes, e o jeito despojado — uma regata preta e um short surrado — contrastava com a timidez educada de Felipe. Edinho viera para ajudar a mãe durante a greve, já que também estava sem aula e sem muito o que fazer.
Nos primeiros dias, os dois mal trocavam palavras. Felipe ficava no quarto, fingindo estudar, enquanto Edinho ajudava Dona Lúcia com as tarefas mais pesadas. Mas havia algo no ar, um magnetismo que Felipe não sabia nomear. Ele percebia os olhares de Edinho, rápidos e intensos, sempre que cruzavam o corredor ou se esbarravam na cozinha. E, aos poucos, começou a reparar mais nele: no jeito como os músculos das costas se moviam enquanto carregava caixas, na risada grave que ecoava quando falava com a mãe.
Tudo mudou numa tarde em que Dona Lúcia saiu para comprar verduras no mercado da esquina, uma das pequenas tarefas rotineiras que fazia quase todo dia. Felipe estava na sala, deitado no sofá com um ventilador zumbindo ao lado, quando Edinho apareceu na porta. Ele segurava uma garrafa d'água gelada, o suor escorrendo pelo pescoço.
— Tá quente pra caramba hoje, né? — disse Edinho, a voz rouca carregando um tom casual, mas os olhos fixos em Felipe.
— É… insuportável — respondeu Felipe, sentando-se no sofá, um pouco desconcertado com a presença tão próxima.
Edinho deu um gole na água e se aproximou, sentando-se na ponta do sofá como se fosse a coisa mais natural do mundo. O cheiro dele — uma mistura de suor e algo mais, talvez um perfume barato — invadiu o espaço de Felipe, que sentiu o coração acelerar sem entender por quê.
— Tu fica muito aí trancado, branquinho. Não cansa? — Edinho sorriu, um canto da boca subindo mais que o outro, provocador.
— Não tem muito pra onde ir com essa greve — retrucou Felipe, tentando soar firme, mas a voz saiu mais fraca do que gostaria.
Edinho riu baixo, inclinando-se um pouco mais perto. Seus olhos castanhos brilharam com algo que Felipe não soube decifrar — malícia, talvez? Curiosidade? Antes que pudesse reagir, Edinho estendeu a mão e tocou o braço dele, um contato leve, mas que fez a pele de Felipe arrepiar.
— Relaxa, eu não mordo. A não ser que tu peça — disse ele, a voz agora um sussurro, e o tom brincalhão escondia uma promessa que fez Felipe engolir em seco.
Esse foi o começo. Nos dias seguintes, sempre que Dona Lúcia saía para suas compras, Edinho encontrava um jeito de ficar a sós com Felipe. Primeiro foram conversas carregadas de duplos sentidos, depois toques mais ousados — uma mão na nuca, um roçar de pernas enquanto passavam um pelo outro no corredor estreito. Felipe, que nunca havia pensado em si mesmo daquela forma, sentia-se como um fio prestes a se romper, atraído e assustado na mesma medida.
O calor do Rio de Janeiro parecia pulsar dentro da casa naquela tarde, o ar pesado e úmido grudando a camiseta de Felipe ao corpo. Ele estava na sala, o ventilador zumbindo inutilmente ao seu lado, quando Dona Lúcia anunciou que ia ao mercado. Mal a porta da frente bateu, Edinho surgiu no corredor, os olhos castanhos faiscando com uma intensidade que fez o coração de Felipe disparar. O mulato não disse nada, apenas fez um gesto com a cabeça, indicando o quarto dos fundos.
Felipe o seguiu, os passos hesitantes ecoando no chão de tacos gastos. O quarto era pequeno, abarrotado de caixas velhas, uma cômoda quebrada e uma cama estreita coberta por um lençol fino e desbotado. O cheiro ali era uma mistura de madeira antiga e calor humano, e a luz fraca entrava por uma janelinha alta, banhando o espaço em tons dourados. Edinho fechou a porta com um clique suave, girando o corpo para encarar Felipe.
— Tira essa camisa, branquinho. Tá quente demais — disse ele, a voz grave carregada de comando, enquanto já puxava a própria regata preta pela cabeça, revelando o peito moreno e firme, os músculos definidos brilhando com uma camada fina de suor.
Felipe obedeceu, as mãos trêmulas enquanto arrancava a camiseta, sentindo o ar quente tocar sua pele pálida. Antes que pudesse pensar, Edinho avançou, encurtando a distância entre eles. As mãos dele, ásperas do trabalho, agarraram os ombros de Felipe e o empurraram contra a parede, o impacto arrancando um gemido baixo do rapaz. Edinho sorriu, aquele sorriso torto e provocador, e colou o corpo ao dele, o calor da pele morena queimando contra a brancura de Felipe.
— Tu já quis isso antes, né? Só não sabia — sussurrou Edinho, o hálito quente roçando a orelha de Felipe enquanto uma das mãos descia pelo peito dele, os dedos traçando os contornos magros até alcançar a cintura da bermuda. Com um puxão firme, ele abriu o botão e deslizou a peça para baixo, deixando Felipe exposto, o pau já duro apenas pela antecipação.
Edinho agarrou Felipe pelos pulsos e o jogou na cama, o colchão velho afundando sob o peso dos dois. Ele arrancou o próprio short, revelando seu pau duro, grosso e escuro, com veias pulsando sob a pele. Cuspiu na palma da mão, esfregando a saliva no membro enquanto encarava Felipe, que estava deitado de costas, as pernas abertas, o peito subindo e descendo rápido.
— Vira de bruços, branquinho. Vou te mostrar como é — ordenou Edinho, e Felipe, já completamente entregue, obedeceu sem hesitar. Ele se virou, o rosto afundado no lençol que cheirava a mofo e suor antigo, o corpo trêmulo de nervosismo e desejo. Edinho montou nele, as coxas musculosas pressionando as laterais das pernas de Felipe, e guiou o pau até a entrada dele, esfregando a cabeça quente e úmida contra o cuzinho apertado.
Felipe mordeu o lençol quando Edinho começou a empurrar, devagar no início, forçando a passagem. A dor veio primeiro, aguda e queimante, mas logo se misturou a uma onda de prazer que ele nunca sentira antes. Edinho grunhiu, as mãos agarrando os quadris de Felipe com força, as unhas cravando na pele clara enquanto entrava até o fundo, o saco dele batendo contra as coxas do rapaz.
— Tá gostando, né? Pede mais — disse Edinho, a voz rouca enquanto começava a se mover, estocadas lentas e profundas que faziam a cama ranger em um ritmo constante. Felipe gemia alto agora, sem se importar, o som abafado pelo tecido na boca. Ele empinou o quadril instintivamente, querendo mais, e Edinho acelerou, o corpo suado colado às costas dele, os movimentos ganhando força até que o quarto inteiro parecia vibrar com o impacto.
Edinho segurou o cabelo de Felipe com uma mão, puxando a cabeça dele para trás enquanto metia sem parar, o pau deslizando com mais facilidade agora, lubrificado pelo suor e pela saliva. Felipe sentia cada centímetro, cada pulsar, o calor se acumulando no baixo-ventre até que explodiu em um orgasmo que o fez gritar, o corpo convulsionando enquanto gozava no lençol, os músculos apertando em torno de Edinho.
Edinho deu mais algumas estocadas fortes antes de gozar também, um grunhido gutural escapando dele enquanto enchia Felipe, o líquido quente escorrendo pelas coxas do rapaz quando ele finalmente saiu. Os dois desabaram na cama, ofegantes, o ar carregado do cheiro de sexo e suor. Edinho riu baixo, passando a mão pelo cabelo cacheado e molhado.
— Tu é meu agora, branquinho. Não tem volta — disse ele, e Felipe, ainda zonzo, sabia que era verdade.
Pronto!
Comentários (2)
Nelson: Que gostoso. Situação maravilhosa e invejável. Mais um pouquinho eu gozava só de ler.
Responder↴ • uid:81rj3z1d9a3Vma: Estes contos foram feito pôr ÍA deixem à opinião dê você como ficou ò conto
Responder↴ • uid:3vtfoleot0aj