sempre foi uma fantasia "poema"

Sempre foi uma fantasia secreta minha, em algum canto escuro e empoeirado da mente. A ideia de vê-la nos braços de outro, perdendo-se no prazer que outro homem pudesse proporcionar. Não havia lógica nesse desejo, apenas uma mistura inexplicável de excitação e vulnerabilidade. Essa fantasia, contudo, estava condenada a permanecer apenas em meus pensamentos, pois suspeitava fortemente que ela jamais aceitaria. Nosso casamento era sólido, baseado no amor e no respeito mútuo. Ela era tudo para mim, a peça que completava o quebra-cabeça da minha vida. Ainda assim, a ideia persistia, como uma melodia que não me abandonava. Em minhas noites solitárias, imagino como seria compartilhar essa fantasia, abrir minha alma para ela, deixar que soubesse desse anseio clandestino. Em meus devaneios, vejo-a vestida de vermelho, aquela cor que realçava seu poder e sua confiança. Ela entra no quarto, seguida por outro homem. Seus olhos encontram os meus, cheios de compreensão e domínio. Ela sabe o que eu quero, mesmo que eu tenha dificuldade em expressar. Ao invés de me repreender, ela apenas sorri, um sorriso carregado de promessas e permissões silenciosas. Contudo, logo sou trazido de volta à realidade. Ela não está ali, e também não está o outro homem. Estou sozinho com minhas fantasias, desconcertado pela ideia de me abrir para ela e ser mal interpretado. Ela sempre me considerou um homem confiante e seguro, e talvez essa revelação inusitada mudasse seu olhar sobre mim. E se ela se sentisse traída por minhas fantasias? E se meu desejo destruísse o que temos? Esses pensamentos me fazem calar, permanecem uma barreira entre a fantasia e a possibilidade de torná-la realidade. Assim, escondo-me atrás do sorriso diário, o marido afetuoso que sempre fui, enquanto meu coração pulsa secretamente por essa possibilidade proibida. As fantasias continuarão a ser um refúgio pessoal, um espaço só meu, onde posso explorar o desejo de ser testemunha, de ser humilhado e excitado pelo prazer dela, mesmo que apenas em sonho. Ainda que eu deseje compartilhar esse lado meu com ela, respeito o pacto não-verbal que fizemos, conhecendo as limitações do nosso amor e as fronteiras que talvez nunca cruzemos. Em silêncio, continuo a imaginar e a suspirar, o prisioneiro voluntário de meus próprios anseios. Mas tudo que eu queria era ver ela sendo fudido sem dó por dois negões com rolas grossas e grandes enquanto ela olha no fundo dos meus olhos e mostra o quanto esta feliz por ter eu ao seu lado