Nasci Clara... embora fosse João
Nascer mulher num corpo de homem nos anos 40...
Passas por elas na rua, e vês duas simpáticas senhoras, já octogenárias, sempre sorrindo, andam por vezes de mãos dadas, outras vezes abraçadas pela cintura, outras apenas de braço dado, caras cheias de rugas, peles flácidas nos braços, mamas de ambas que são enormes e descaídas, cinturas já largas, roupas casuais, poderão ser as minhas amigas Margarida, e Clara... e são companheiras de vida, conheceram-se jovens, apaixonaram-se uma pela outra, e envelhecem juntas, amando-se.
Mas se a Margarida (GUIDA) sempre foi mulher, já a Clara nasceu...João, e embora tenha que escrever sobre as duas, ao princípio irei escrever quase em exclusividade sobre a Clara.
Escreverei, como já o fiz algumas vezes na 1ª pessoa, o conto tem ficção, embora baseado em acontecimentos reais. Sem mais, este conto é para vocês, minhas queridas amigas.
CHAMARAM-ME JOÃO...MAS SOU A CLARA!!!!
Maio de 1942, nasci no mês das flores, numa aldeia na costa alentejana, e sou filha única de uma professora da escola primária, e de um bancário, Maria e Eduardo.
Nasci com o sexo errado, tanto que eu mais á frente na minha vida não fiz nenhuma mudança de sexo, eu nasci mulher, sempre me senti mulher, apenas tinha no meu corpo um pénis e não uma vagina.
O meu querido falecido pai, deu-me o nome do irmão dele, João, que faleceu de tuberculose quando era novo ainda, e as memórias que tenho da minha infância são boas, fui criada num aldeia, perto de uma praia, brincava com as outras crianças, não tenho grandes recordações desses tempos até entrar para a escola, com 6 anos, e a minha mãe foi também a minha professora, e aí comecei a revelar os primeiros sintomas de que havia algo que eu começava a rejeitar.
Na aldeia, havia as turmas só com raparigas e as turmas só com rapazes, havia separação de sexos, e eu não me sentia muito confortável numa sala só com rapazes.
Contei á minha mãe, o que se passava comigo, eu na verdade, nem sabia explicar o porquê, e a minha mãe pensou que fosse por ela ser também a minha professora, ela falou comigo, procurava me tranquilizar, mas eu com o passar das semanas...meses...sentia-me cada vez mais desconfortável, e mesmo sem me aperceber, comecei a estar quase em exclusivo com as raparigas, identificava-me muito mais com elas, ao pé delas sentia-me nem sei explicar, mas sentia-me bem, confortável, eu sorria, brincava.
Um dia, já eu estava deitada na minha cama, ouço meus pais a falarem na cozinha, aporta do meu quarto dava para a cozinha, e a minha mãe comenta:
- ... EDUARDO, SEI DO QUE FALO, O NOSSO JOÃO,É MUITO MAIS AFEIÇOADO A ESTAR COM RAPARIGAS DO QUE ESTAR COM RAPAZES.
- MARIA, E QUEM ISSO DE MAL???
- ELE FALOU COMIGO NO OUTRO DIA, E DISSE QUE SE SENTE DESCONFORTÁVEL NA ESCOLA...EU PENSEI QUE FOSSE POR EU SER PROFESSORA E MÃE DELE...MAS NÃO É, EDUARDO...É OUTRA COISA.
- MAS ELE VAI MAL NA ESCOLA??
- NÃO, ELE É BASTANTE APLICADO, ESTUDIOSO...MAS...MEU DEUS, SABES ÁS VEZES QUANDO O VEJO NO INTERVALO BRINCANDO COM AS RAPARIGAS, ELE PARECE SER MAIS RAPARIGA QUE RAPAZ.
- QUE DIZES, MULHER??? ESTÁS DOIDA???
- NÃO, EDUARDO...NÃO SEI EXPLICAR...OS GESTOS...A CUMPLICIDADE...
- ACHAS QUE ELE É MARICAS??? QUE GOSTA DE HOMENS???
- NÃO, HOMEM, SE FOSSE ISSO EU NÃO TE DIZIA QUE ELE É TÃO CUMPLICE COM AS MENINAS...SABES ATÉ PARECE QUE ELE NASCEU MULHER NUM CORPO DE HOMEM.
- NÃO DIGAS ASNEIRAS, MARIA...VAIS VER QUE ISSO É SÓ UMA FASE.
Pois...eu ouvi aquela conversa e fiquei...confusa, assustada...uma aberração...uma rapariga num corpo de homem...nem dormi nessa noite, e até ganhei febre, quando a minha mãe me foi acordar de manhã, eu ardia em febre. Meus pais chamaram o doutor Silva, ele foi lá de tarde, esteve a examinar-me e não achou nenhuma causa plausível.
Mais tarde, nessa noite eu desato a chorar, a minha mãe e o meu pai foram a correr ao meu quarto, eu soluçava, a minha mãe fica aflitíssima, a perguntar o que era e eu em prantos respondi:
- MÃE SOU UMA ABERRAÇÃO...UMA RAPARIGA NO CORPO DE UM RAPAZ.
- MAS QUEM TE DISSE ISSO???
- OUVI A MÃE A FALAR COM O PAI ONTEM Á NOITE...É POR ISSO QUE EU GOSTO DE ESTAR COM AS RAPARIGAS...SOU UMA RAPARIGA...
Não se esqueçam ao ler isto, que estávamos em 1948, os tempos eram outros, a falta de informação era quase total, as mentalidades das pessoas e a educação eram diferentes, o regime político em Portugal era fascista, os rapazes eram educados para serem homens, soldados, a trabalharem para trazerem dinheiro para casa, e as raparigas eram educadas para serem mães e cuidarem da casa. Claro que as mulheres trabalhavam também, até por uma questão se sobrevivência familiar, as pessoas começavam a trabalhar aos 12...13 anos ou mais cedo, os salários eram bastante precários, e no meio rural onde eu nasci ainda era pior a desigualdade entre ricos e pobres. Portanto, eu pensar que era uma rapariga no corpo de um homem, era anti natural, uma aberração da natureza, até por Deus eu me sentia rejeitada, e que fui castigada por um crime que eu nem sabia que o tinha cometido...daí a febre, daí o meu desespero...era ignorante. Hoje em dia face á informação existente, é tudo tão mais simples, comparado com o ano de 1948.
Os dias iam passando, e eu passei a isolar-me do mundo, era casa escola, escola casa, não brincava com ninguém, deixei de ter apetite de comer, só engolia alguma coisa porque meu pai me obrigava, deixei de ter gosto de viver. Ia definhando aos poucos.
Estive assim quase 2 anos, até que o meu pai um dia, chegou a casa, e disse que havia um psicólogo em Lisboa que me poderia ajudar. Naquela altura um psicólogo era médico de malucos, assim diziam as pessoas, mas meus pais no dia seguinte, levaram-me a Lisboa... eu nunca tinha vindo a uma cidade, e assustei-me com ver tanta gente junta, tudo a correr de um lado para o outro, os cinemas, teatros...e elétrico... e ficámos hospedados na casa de uma irmã da minha mãe, a minha tia Rita.
Eu e meus pais fomos á minha primeira consulta, na manhã seguinte, com o DR Guedes...e ele foi como o meu anjo da guarda, se ele não tivesse aparecido na minha vida, eu talvez não estivesse aqui hoje.
Na 1ª consulta, eu confesso, mal abri a boca, eu não conhecia aquele médico de lado nenhum, e na 2ª consulta, ele quis ficar a sós comigo, deitei-me no sofá, e ele começa a conversar comigo, para ganhar a minha confiança, e aos poucos foi ganhando-a...no entanto os meus pais tiveram de regressar ao Alentejo para trabalharem, e eu fiquei á guarda da minha tia Rita, até que o médico me acha-se em condições de um poder voltar.
A minha tia Rita, era o que se chama uma solteirona, nunca se casou, nem teve filhos, era a irmã mais velha da minha mãe, e mais tarde vim a descobrir que ela é lésbica. Descobri isso já eu estava á quase 1 mês a viver com ela, e as consultas com o Dr. Guedes, começavam a dar seus resultados, e como o consultório ficava por acaso mesmo perto da casa da minha tia, eu naquele dia pedi para ir sozinha, e a minha tia, embora bastante relutante deixou-me ir.
Acontece que o doutor naquele dia teve de desmarcar as consultas, e eu regresso mais cedo a casa da minha tia, e a porta de entrada da casa, dava logo para a sala de estar, e quando eu abri a porta, estava a minha tia deitada no sofá, e uma mulher por cima dela, ambas nuas da cintura para cima, a beijarem-se na boca.
Eu fiquei petrificada, sem reação...apenas olhava...e elas quando me viram ficaram bastante atrapalhadas, a outra mulher, que era vizinha da minha tia, e a minha tia vestiram-se rapidamente, a outra mulher saiu correndo dali para fora e a minha tia olhava-me sem saber que me falar.
Até que ela diz:
- JOÃO...PORQUE VOLTASTE TÃO CEDO???
- O...DR , DESMARCOU AS CONSULTAS...
- JOÃO...ANDA CÁ SENTA-TE AQUI AO LADO DA TIA.
Eu fiz que ela me mandou fazer, mas eu não conseguia deixar de olhar para ela na cara, e ela diz:
- ESTÁS CONFUSO...COM O QUE VISTE...EU E A SOFIA.
- TIA...PORQUE SE ESTAVAM A BEIJAR QUASE NUAS???
- JOÃO...BEM...EU VOU-TE EXPLICAR, O MELHOR QUE POSSO E SEI...A TUA MÃE E TEU PAI GOSTAM UM DO OUTRO, SABES DISSO.
- SIM.
- SÃO UM HOMEM E UMA MULHER...COMO SABES A MAIORIA DOS CASAIS SÃO UM HOMEM E UMA MULHER.
- SIM TIA, NA ALDEIA É TUDO ASSIM.
- MAS A TIA... GOSTA DE MULHERES...
- TIA...ISSO É ALGUMA DOENÇA???
- NÃO JOÃO...NÃO... É AMOR. NO ENTANTO AS PESSOAS CRITICAM...NÃO ACHAM NATURAL...A TIA E A VIZINHA TÊM QUE SE ESCONDER...E AGORA TU SABES...ESTAMOS NAS TUAS MÃOS, JOÃO. SE CONTARES A ALGUÉM SEREMOS JULGADAS... DEIXARÃO DE NOS FALAR... PERCEBES?
- SIM TIA... EU NÃO FALAREI NADA, ATÉ PORQUE...TIA...TAMBÉM TENHO UM SEGREDO QUE SÓ O DR GUEDES SABE...MAS EU VOU CONTAR Á TIA.
- JOÃO...O QUE SE PASSA LÁ NAS CONSULTAS NÃO ME DIZ RESPEITO. SÃO ASSUNTOS TEUS.
- TIA... OUÇA-ME...EU QUANDO ENTREI E VI AS DUAS AOS BEIJOS...E NUAS...EU GOSTEI DE VER, E TIA... EU QUERO SER COMO A TIA E A SUA VIZINHA...TER UM CORPO IGUAL AO VOSSO, EU ODEIO SER RAPAZ.
- QUE DIZES, JOÃO???
- ISSO QUE A TIA OUVIU...O MEU SONHO E DESEJO É SER MULHER... QUERO TER UMAS MAMAS GRANDES...CABELOS COMPRIDOS...E... SER MESMO MULHER . ODEIO SER RAPAZ, ODEIO O MEU...COISO...EU PENSAVA QUE ERA UMA ABERRAÇÃO, SER RAPAZ E QUERER SER RAPARIGA...SABE EU SONHO EM TER CORPO DE MULHER...MAS NÃO É ABERRAÇÃO NENHUMA. E TIA EU VOU SER MULHER.
- JOÃO...E COMO...CADA QUAL NASCE COMO É...
- NÃO SEI COMO, MAS EU VOU SER MULHER... E QUANDO FOR MULHER SEREI FELIZ.
Não vou descrever como foram esses anos até que um dia olho-me num espelho e vejo-me como sempre quis ser, uma mulher, mas devem imaginar que não foram anos calmos.
Num resumo breve, eu continuei até aos 15 anos a ser consultado pelo doutor Guedes, vinha de 3 em 3 meses a Lisboa, cada vez mais eu me identificava com as mulheres, vestia roupas femininas, embora sempre em casa, procurei tanto por informações sobre como poderia mudar de sexo, e achei tão pouca...estávamos em 1958, tinha eu 16 anos, deixei meus pais, a minha aldeia...Portugal, e fui para a Alemanha, atrás do meu sonho, isto porque li sobre Lili Elbe é lembrada pela história por ser, segundo alguns pesquisadores, a primeira pessoa a fazer uma cirurgia de redesignação sexual, em Berlim, e em Dresden.
Nem imaginam a aventura que foi...quase sem dinheiro, viajando ilegalmente em comboios de mercadorias... eu era menor e viajar sem ser acompanhada por um adulto, era proibido. Mas parti atrás do meu sonho, e só essa viajem dava um romance, eu só falava português...atravessei Portugal...Espanha...França...Bélgica, andei na Polónia e ao fim de 7 meses cheguei a Berlim na Alemanha. Roubei comida, roubei roupas, fui assaltada, fui violada no meu cu, na altura ainda era o João, trabalhei na construção, fui criada em restaurantes, lavando pilhas de louça á mão, encontrei quem em ajuda-se, dormi em bordeis de putas, dormi na rua...mas estava em Berlim.
Ao fim de lá estar á uns dias, quase que morria de fome e sede...e salvei-me graças a um casal alemão, que me encontraram caída na rua, e me levaram para casa deles.
Acordei deitada numa cama, havia semanas que o meu corpo não dormia num colchão, eu já falava um pouco de alemão, aprendi na rua, observando o que as pessoas falavam e depois faziam, como já escrevi eu fui um excelente aluno, e para minha sorte, com facilidade em aprender línguas.
Fui, digamos, adoptado por aquele casal, Manuel, nome tipicamente português, o que eu não deixei de achar curioso um alemão ter esse nome, e Ingrid, deram-me abrigo, comida, trabalho na loja deles, e amor. Mesmo quando eu lhes contei sobre o meu maior desejo.
Até aos meus 26 anos, portanto 10 anos, vivi com eles, e nesses anos, o João finalmente deixou-me, e a Clara finalmente nasceu depois de 26 anos escondida na minha alma.
24 de Janeiro de 1966, comecei as operações e 12 de Julho 1968 eu era já a Clara na minha plenitude...ainda levei mais uns tempos até eu ter o corpo como eu sonhava, mas consegui.
Estive na Alemanha até 1975, tinha 33 anos, quando me despedi do Manuel e da Ingrid, e era altura de regressar a Portugal. Não descreverei muito mais destes anos que passei fora.
A minha viajem de regresso demorou apenas algumas horas, pois vim de avião, aterrei em Lisboa no dia 16 de Setembro de 1975, a democracia tinha sido restaurada em Portugal no dia 24 de Abril, 1974, e naquele período havia quase uma guerra civil em Portugal.
Fui de Lisboa até ao Alentejo, a aquela pequena aldeia junto ao mar, quando cheguei percorri as ruas onde eu cresci, conheci algumas caras...olhavam-me, não me conheciam, eu falava boa tarde, com sotaque alemão, arrastando os erres.
Chego á rua onde moravam meus pais...pelo menos eu julgava que ainda lá moravam, dos 16 aos 33 anos estivera sem notícias deles. Parei olhando a rua, que era a mais inclinada da aldeia, ia dar á praia...estive para voltar atrás, mas começo a descer a rua, a minha casa ficava mais ou menos a meio da rua, e parei á porta...algumas velhotas que estavam sentadas em cadeiras á porta das suas casas olhavam para mim, em silêncio... bato á porta, ouço pouco depois passos, uma voz por mim conhecida diz:
- JÁ VAI...SÓ UM POUCO...
Esperei, e a porta abre, e vejo o meu pai...com muitos cabelos grisalhos, rugas, tinha deixado crescer a barba, ele olha-me e diz:
- BOA TARDE...
- BOA TARDE, respondi eu.
- QUE SE PASSA??' QUEM ESTÁ Á PORTA??? ouço gritar da cozinha, era a minha mãe.
- NÃO SEI MULHER...É UMA MULHER, responde o meu pai.
Ela aparece á porta...também tem cabelos grisalhos, rugas na cara, e diz:
- QUEM É A SENHORA??? NÃO A CONHEÇO.
Comecei a chorar, olhando para eles, baixei a cabeça, e falei.
- ESTÃO CERTOS E ENGANADOS. CERTOS PORQUE NÃO ME CONHECEM...E ENGANADOS PORQUE SEMPRE ME CONHECERAM.
O meu pai e a minha mãe olharam um para o outro, e meu pai diz:
- MAS A SENHORA ESTÁ MALUCA??' COMO POSSO CONHECER E NÃO A CONHECER??? OU UMA COISA OU OUTRA.
- CONHECERAM O JOÃO...E AQUI Á VOSSA FRENTE TÊM A CLARA...PAI...MÃE.
A minha mãe quase que tem um ataque, teve de se agarrar ao meu pai, senão caia...o meu pai olhava-me abrindo e fechando a boca...ele tremia.
- DESCULPEM...NÃO TER DADO NOTÍCIAS...
A minha mãe, sai de casa, avança para mim devagar, olhando-me nos olhos, baixei a cabeça, mas ela com uma mão colocada no meu queixo, faz-me levantar a cabeça, olha-me nos olhos, e diz:
- S...SIM...ÉS TU MEU FILHO... ESSES OLHOS...
E ela abraça-me, e eu abraço-me a ela, ela aperta-me tanto que quase me falta o ar, e chorámos as duas agarradas uma á outra, o meu pai esse entra dentro de casa, depois de em abraçar a minha mãe, puxa-me para dentro de casa, mal consegui agarrar nas malas.
A casa nada mudara...meu pai estava sentado na cozinha, ele ficou-me olhando quando eu entrei na cozinha com a minha mãe, eu parei de andar e ele diz:
- FUGIS-TE E ESTIVEMOS QUASE 20 ANOS SEM SABER SE ESTAVAS VIVO OU MORTO...
- PAI...
- E AGORA REGRESSAS...MULHER...
- SEMPRE FUI MULHER PAI... O JOÃO ERA UM ERRO DE DEUS...A CLARA APENAS ESTAVA ESCONDIDA, PAI...E EU PARA SER FELIZ TINHA DE A LIBERTAR DAQUELE CORPO...
- MAS SOZINH0???? EU ALGUMA VEZ NÃO TE AJUDEI??? O TEU PAI NÃO SERVE PARA NADA???
- PAI...DESCULPA...
- TENS A NOÇÃO DO QUE FOI VIVER ESTES ANOS A PENSAR QUE ESTAVAS MORTO??? TENS NOÇÃO DO QUE ERA OLHAR PARA A TUA MÃE E VER ELA A CHORAR...SABES QUE PERCORRI ESTA MALDITA COSTA TODA Á ESPERA DE TE VER MORTO NALGUM LADO, E DESEJANDO NÃO TE ENCONTRAR??? SABES QUANTAS NATAIS PASSAMOS AQUI OS DOIS SOZINHOS, AS FAMÍLIAS REUNIDAS E NÓS DOIS AQUI...CHORANDO AGARRADOS UM AO OUTRO???
- PAI...
- EU AMO-TE, GOSTO DE TI, E QUERO LÁ SABER SE ÉS RAPAZ OU RAPARIGA, PORRA...E TU DEIXAS-TRE-ME VIVER NUM DESESPERO 20 ANOS, E UM DIA APARECES-ME Á PORTA, E DIZES, AQUI ESTOU EU, SOU A CLARA...
O meu pai levanta-se e vai para sair da cozinha, mas eu o agarrei, e abracei-me a ele, dizendo:
-PERDOA-ME...POR FAVOR...FUI EGOISTA...MAS ENTENDE... ISTO PARA MIM TUDO FOI TAMBÉM DIFICIL...PAI...EU...TIVE DE ACEITAR-ME ANTES DE RENASCER...TIVE DE ACEITAR QUE MEU CORPO NÃO ERA AQUELE, MAS SIM ESTE...EU TINHA DE PASSAR POR ISTO SOZINHA...EU PODERIA SIM TER DADO NOTÍCIAS, MA STIVE...VERGONHA E MEDO, MAS EU AMO-TE TANTO PAI...TANTO...
O meu pai, aos poucos foi erguendo os braços e finalmente me abraça e aperta-me contra o peito dele e diz:
- NUNCA MAIS FAÇAS ISTO...FILHA...NÃO NOS ABANDONES...PEÇO-TE.
- NUNCA PAI...NUNCA...
Bem depois contei-lhes as minhas aventuras que passei naqueles anos, e nessa noite dormi no meu antigo quarto, estranho, aquele cheiro das roupas da cama...era igual...
No dia seguinte acordo, a minha mãe ia dar aulas, e meu pai para o trabalho dele, e eu fui ver o mar...passeie pelas praias onde passei a minha infância, pensei bastante na minha vida, eu não poderia deixar de trabalhar, e pensei muito nas reações das pessoas quando soubessem da minha mudança de vida, digamos assim. Num meio pequeno daqueles...esperava só más reações. Mesmo em Lisboa... eu seria de certeza julgada e criticada e declarada uma pária da sociedade.
Mas acreditem que eu estava preparada para enfrentar tudo e todos.
Claro que a minha chegada era falada em toda a aldeia, só não sabiam quem eu era...para eles eu era uma mulher de longos cabelos castanho escuros, olhos castanhos, tinha a sorte de a minha maçã de adão ser bem pequena, pele bronzeada, umas mamas enormes, cintura fina, pernas bonitas, e que falava português mas com sotaque...ria-me sozinha quando descobrissem que eu fui o João, a cara que não fariam.
Mais uma vez, não vou escrever muito mais sobre esse assunto, porque umas pessoas reagiram bem, outras reagiram com toda a ignorância que possuíam, enfim nada que eu não espera-se.
Morei 3 meses com os meus pais, e depois mudei-me para o Algarve, que começava a ser aquilo que é hoje, e eu vi ali uma oportunidade de ganhara a vida e abri uma loja, e mais tarde um bar e um restaurante, e ainda investi em várias casas de habitação...e com esses investimentos e graças a muito trabalho tenho uma vida onde me posso permitir gastar o que quero, ajudar quem eu quero, e sobra-me sempre muito dinheiro, vivo luxuosamente com a minha companheira, agora já sem os nossos filhos, mas eles vêm cá nos visitar quase semanalmente com as famílias deles e os meus preciosos netinhos.
Bom, agora irei para a parte mais...carnal da minha vida.
Antes de ser totalmente mulher fiz sexo com duas únicas mulheres na minha vida, a minha tia Rita e a Ingrid. Porquê?? Para eu ter certezas sobre a minha sexualidade, e por querer fazer amor com duas mulheres extraordinárias, maravilhosas e que me deram o prazer de disfrutar dos seus corpos e do seu carinho.
Antes de tudo quero referir que adorei o sexo com ambas, tanto que repetimos várias vezes, mas eu e elas sabíamos que a minha felicidade e plena aceitação do meu ser não passava por eu ser homem...nunca o fui realmente.
A primeira pessoa com quem eu fiz sexo foi a minha tia Rita, quando eu tinha 15 anos.
Nessa altura eu já viajava sozinho para Lisboa, para as sessões de terapia com o dr Guedes.
A moinha tia e a amante dela, não se escondiam mais de mim, apenas do resto do mundo.
Elas confiavam em mim, eu via elas aos beijos, trocando juras de amor, como qualquer casal apaixonado. Quando o esposo da vizinha passava dias fora de casa no seu trabalho, ela passava essas noites na cama com a minha tia, fazendo sexo...eu as ouvia gemendo, por vezes gritando com vozes roucas...e digam-me quem não é curioso???
Espreitava elas as duas no quarto da minha tia...nuas...aqueles corpos femininos fascinavam-me, as mamas enormes das duas, aquelas barrigas sem pelos...as bucetas delas peludas, as ancas largas, as pernas...aqueles rabos grandes...eu vias e desejava ter um corpo assim um dia mais tarde.
Via elas aos beijos na boca, a mamarem nas mamas uma da outra, roçando as bucetas ou masturbando-se uma a outra...fodiam-se com pepinos, em que uma metia ele na buceta da outra e a fodia até que ela irrompia em gritos e espasmos...mas sabem que eu mais gostava de ver...aos pés da cama na própria cama que era de ferro, existiam para efeitos decorativos uns ferros mais grossos, que acabavam com umas bolas em cima...e elas cada uma do seu lado, sentavam-se em cima desses ferros, atolavam eles nas bucetas, gemiam as duas, cavalgavam os ferros e depois inclinavam-se para a frente, e se beijavam na boca massando com as mãos as mamas delas.
Muitas vezes quando a minha tia estava entretida na cozinha, eu ia ao quarto dela, e cheirava esses ferros, e cheiravam a bucetas...e também eu lambia esses ferros e por vezes o sabor de alguma ainda estava nesses ferros.
Um dia, após uma sessão, fui para a casa da minha tia, e não sei que se passou pela cabeça de nós dois.
Ela estava a fazer o jantar, na cozinha, o fogão ainda era a lenha, e ela estava cantando uma música que estava a dar na rádio, e estava ao mesmo tempo dando uns saltinhos acompanhando o ritmo animado da canção.
Eu cheguei perto dela, disse-lhe que já chegara, ela pediu-me para ir buscar mais um pouco de lenha, eu fui mas quando cheguei perto do fogão, sem querer deixei cair um pedaço de madeira mesmo em cima do dedo grande do pé esquerdo da minha tia, e ela coitada, dá um berro enorme, e começa a chorar com as dores, e eu todo aflito, sem saber que fazer, e ela diz para a ajudar a caminhar até ao quarto dela, e assim foi, ela amparada por mim, caminhou até ao quarto e ela pediu-me para lhe descalçar os sapatos, e em seguida a meia do pé que estava aleijado, e quando vi sangue na meia fiquei ainda mais aflito, mas ela disse que eu fazer para estancar a hemorragia da ferida, e fui chamar um médico que tinha o consultório ali perto, e ele veio, e tratou do dedo da minha tia, mas que elas durante uma semana deveria ficar em repouso quase absoluto.
Eu deveria voltar no outro dia para a casa dos meus pais, mas fiquei para cuidar dela, apesar dela reclamar, mas eu sentia-me o responsável por ela estar naquela situação, e insisti, e mandei um telegrama ao meu pai, explicando que se passava.
Comecei a fazer em casa as coisas que a minha tia dizia, até que ela me pede que encha a banheira dela com água quente, e eu fui aquecer duas panelas grandes com água e depois de despejar elas na banheira, saí da casa de banho, e passados uns minutos ouço um estrondo, e aminha tia gritando, corri para a casa de banho, entrei sem bater, e via a minha tua nua, caída no chão, não se conseguindo levantar, eu tentei colocar-me atrás dela e erguer ela segurando ela por baixo dos braços, mas não tinha espaço para isso, e me coloquei então de frente para ela, e estendi meus braços e ela se segurou e consegui levantar ela, só que quando ela se levanta ficamos com as nossas bocas a centímetros uma da outra, e olhando um nos olhos do outro e beijamo-nos na boca... e depois foi um momento de embaraço, eu sem saber que fazer e ela também, mas nos voltámos a beijar, e eu ajudando ela fomos para o quarto dela, e quando a deixei, eu ia-me embora mas ela diz:
- FICA AQUI, JOÃO...NÃO TE VÁS EMBORA.
- MAS TIA...
- POR FAVOR JOÃO...FICA. SENTA-TE AO MEU LADO.
Eu devagar mas fui-me sentando na cama, mas fiquei meio acanhado, olhando para o chão, e ela segura-me numa mão e leva ela a uma das mamas enormes dela, e aí eu olho para ela.
- JOÃO...NUNCA FUI TOCADA POR UM HOMEM AQUI...NEM AQUI ( e ela ia deslizando a minha mão pela barriga dela)... E NÃO TE VOU MENTIR...SIM TENHO CURIOSIDADE, EM SER TOCADA POR UM HOMEM... MAS APENAS ISSO...NÃO QUERO NADA MAIS...JOÃO, EU GOSTAVA QUE FOSSES ESSE HOMEM...CONFIO EM TI.
- MAS TIA...EU...ESTOU FASCINADO PELO SEU CORPO...EU JÁ VI A TIA E A VIZINHA...NA CAMA...
- EU SEI...POR VEZES VI TUA SOMBRA POR DEBAIXO DA PORTA.
- EU...QUERO SER COMO VOCÊS...TER UM CORPO ASSIM...EU QUERO TOCAR NA TIA, MAS SERIA COMO SE ME TIVESSE TOCANDO A MIM...A TIA PERCEBE?
- É COMPLICADO...MAS SIM EU ENTENDO, QUERES EXPLORAR MEU CORPO PARA VERES AS MINHAS REAÇÕES, POR PENSARES QUE SERIA ASSIM QUE REAGIRIAS SE FOSSES MULHER É ISSO?
- SIM TIA...EU QUERO SER MULHER, E...
- ENTÃO TOCA-ME ONDE QUISERES JOÃO...
E ela deita-se na cama, e agarra na minha mão direita e leva ela as mamas dela...e eu aperto a minha mão e ela geme baixinho, e eu digo:
- DESCULPE TIA...A MAGOEI...
- JOÃO...AS MULHERTES SÃO SENSÍVEIS AÍ...É NATURAL QUE GEMAM QUANDO ALGUEM AS APERTA, MA SFOESTE GENTIL...MEU GEMIDO FOI DE PRAZER...CONTINUA.
Voltei a apertar e ela a gemer, e ela diz:
- JOÃO...DESPE-TE E DEPOIS AJOELHA-TE AO MEU LADO E APERTA AS MINHAS DUAS MAMAS AO MESMO TEMPO.
Timidamente comecei a despir-me, estava envergonhado, mas a minha tia deu-me o meu tempo, deixou-me á vontade, fui tirando as roupas até que fiquei nu, e a minha própria tia diz-me:
- SABES, NUNCA VI NENHUM HOMEM NU...TENS UM CORPO LINDO JOÃO, E DIGO-TE SE REALIZARES TEU SONHO E SERES MULHER, SERÁS UMA MULHER LINDA...TUA PELE...
E ela passava uma mão pelo meu corpo, devagar.
- A TUA PELE É TÃO...DELICADA...SEDOSA...TEUS LÁBIOS...TUA CARA...TEUS OLHOS...ÉS LINDO...
- TIA...A SENHORA É QUE É BONITA...QUERO SER COMO A TIA.
- NÃO SEI COMO CONSEGUIRÁS SE-LO...MAS VOU REZAR PARA QUE CONSIGAS, MEU ANJO...MAS AGORA TOCA-ME COMO QUISERES E ONDE QUISERES...EXPLORA MEU CORPO.
Eu comecei por mexer nas duas mamas dela...eu vi os bicos castanho claros das mamas dela ficarem maiores...mais rijos...achei curioso aquilo...apertei eles um pouco e a minha tia gemeu e roçou um aperna na outra, e ela apoiou a cabeça com a parte de cima na cama, erguendo assim um pouco mais o tronco, oferecendo-me as mamas dela, e ela disse:
- METE ELAS NA TUA BOCA E MAMA NELAS...VAI JOÃO...FAZ ISSO...
Eu assim fiz, segurei numa das mamas dela e senti aquele bico duro e grande na minha boca e comecei a chupar ele, e a minha tia começa a torcer-se, a suspirar, gemia, e depois fiz o mesmo na outra mama dela, até que ela segura uma das minhas mãos, e leva ela até á buceta dela, e começa a esfregar a minha mão na buceta dela, entre aquele monte de pelos havia a racha dela, e algo duro logo no começo da racha, quando a minha mão roçava nele, fazia a minha tia gemer alto, e a buceta dela deitava um líquido, milhando a minha mão e os pelos da buceta dela...e ela segura o meu pau, eu tinha um pau de 16cm, e grosso, apesar de eu o odiar, naquele momento ele estava duro, e senti algum alívio quando ela começa a mexer nele, deslizando a mão dela para cima e para baixo.
- JOÃO...HUMMMM...NÃÃÕOO PAAARRESSSS...HUMMMMM.
- SSLUURPP ...TIAAA...PORQUE MEXE AÍ???
- NÃO GOSTAS???
- SIMM MAS TTIIIAAAA...HUMMMM...
- DESCULPA MEU FILHO...A TIA TAMBÉM...HUMMMMM EXPLORA TEU CORPO....
Ela depois diz:
- JOÃO...METE A BOCA EM CIMA DA MINHA BUCETA E LAMBE-A...
- HEIN???
- JOÃO A TIA ADORA ISSO...FAZ...
Eu olhava para a buceta dela inchada...os pelos molhados...aquele cheiro...mas fiz que ela disse e mal eu comecei a lamber, primeiro sem ritmo , depois seguindo as indicações dela, começo a fazer com ela gosta...e pensava que quando eu tivesse uma buceta assim também gostava de ser aí lambida, mas com esse pensamento meu pau entesa mais, e a minha tia começa a lamber ele, até que me puxa e fiquei por cima dela lambendo a buceta dela e ela engolindo meu pau...começo a notar que quando eu lambia o clítoris dela com mais força, ela abocanhava o meu pau com mais vontade...eu estudava as reações do corpo dela, imaginando eu ser ela.
Até que ela diz:
- JOÃO...A TIA...BEM...QUERIA...HUMMMM...QUE TU METE-SES TEU PAU NA MINHA BUCETA.
- TIA...
- FAZ ESSE FAVOR Á TIA...EU SEI QUE DISSE-TE QUE GOSTO DE MULHERES, MAS TENHO CURIOSIDADE...
Eu então me coloquei entre as pernas dela, eu estava teso, e ela envolve a minha cintura com as pernas dela, e eu comecei a penetrar ela...foi fácil ela estava tão molhada, que eu a penetro sem dificuldade, e ela me puxa com mais força com as pernas na minha cintura e eu também fiz mais força, e ela solta um grito bastante alto, e teve um espasmo, as mamas dela bateram no meu peito.
- TIIIAAA...
- AAAIII JJOOÃÃÃÃÕOOO...NÃO TIRRESSSS...HUMMMMMM...
- MASSS TIIIAAAA...
- MEXXXE AS ANNCCASSS...
Começo a mexer as ancas e fui fodendo ela, mas eu não tive qualquer prazer nisso, estar ali com meu pau enterrado na buceta dela, ou estar sentado na sala a ler um livro era o mesmo, o que eu adorei ver foram as reações femininas dela, ver como o corpo dela reagia a ser tocado, beijado, os locais onde eu lhe toquei e ela tinha mais prazer.
Fodi ela até que tive um dos meus pouquíssimos orgasmos como homem, e depois sai de dentro dela. Ficamos deitados lado a lado, eu lhe digo:
- TIA...DESCULPE SE A MAGOEI...
- NÃO FAZ MAL, JOÃO...E DESCULPA MAS EU GOSTEI MAIS DE SER EXPLORADA COM TEUS BEIJOS E CARÍCIAS QUE QUANDO ME FODES-TE..
- TIA, EU TAMBÉM GOSTEI MAIS DE TOCA-LA, BEIJAR SUAS MAMAS, LAMBER SUA BUCETA...METER NA SUA BUCETA...NÃO SENTI NADA DE ESPECIAL...
Ela desata a rir e eu também, e nos abraçamos, e nos beijamos na boca...eu tive aminha experiência e ela experimentou o que era ter um pênis na sua buceta, e não deve ter sido diferente do que ter um pepino ou a mão da amante dela na buceta dela.
Voltámos a fazer amor mais vezes, mas só a penetrei com meu pênis mais duas vezes, das outras vezes a penetrei com um pepino ou com meus dedos apenas, e tanto eu como ela nos sentimos muito melhor assim.
Depois, como eu escrevi mais atrás, fui violada no cu num comboio.
Estava na fronteira da Espanha com a França, naquela altura em que fugi para Berlim, e como não tinha dinheiro para o bilhete de um comboio, eu tinha lido um livro, já não me recordo o título, mas era sobre um homem que percorreu a Europa, viajando clandestinamente, em comboios de mercadorias, e eu sem mais nenhuma ideia, ou possibilidades econômicas, fiz o mesmo.
Estava num vagão quase vazio, fazia um frio de rachar, o comboio estava parado já havia umas horas, pois ela parou a meio da tarde e já era noite.
3 homens falando espanhol abrem de repente a porta do vagão de mercadorias onde eu estava escondida, eles mal entraram fecharam a porta e quando repararam que eu estava no vagão, eles pararam de falar, era noite e mal havia luar e eles só derma conta da minha presença quando um acendeu um isqueiro e me viu sentada num canto, toda encolhida.
O que tinha o isqueiro, aproximou-se de mim, os outros dois seguiram-no, eu mal olhei para eles, e um deles pergunta-me algo em espanhol, eu mal percebi que ele disse, mas respondi que era português, e eles falaram entre eles. E um deles perguntou se eu tinha comida, e eu disse a verdade, não tinha, havia já semana e meia que eu estava naquele vagão de mercadorias, e tinha comido já a comida toda e bebido a água e nem sonhava onde estava, e foram eles que me disseram que estava na fronteira entre a Espanha e a França.
Eu fiquei sentada no meu canto e eles sentaram-se afastados de mim, de repente ouvem-se vozes, eram os guardas a caminharem ao longo da linha, e eu e os espanhóis, ficámos em silêncio, eles passaram caminhando e falando, e pouco depois o comboio começou a andar, e eles ficaram mais a vontade, conversavam e riam, até que um deles se dirige a mim e me pergunta onde eu ia, e eu falei Berlim, e eles desataram a rir, diziam que estava louco, porque não ficava em França onde alguns portugueses que eles conheciam trabalhavam nas vinhas e pomares perto da fronteira Espanhola, que era para onde eles iam.
Eu disse que ia ter com meu irmão a Berlim.
Um bocado de tempo depois um deles começa a falar de sexo com os outros, e um deles me perguntou se eu tinha namorada, e eu disse que não, e outro diz que então eu era maricón, maricas.
E eles começaram a rir-se e um deles veio sentar-se ao meu lado, e começou a mexer-me nas pernas, e eu empurrei ele, e ele rindo chamou os amigos que me rodearam, e eu fiquei assustada, e começo a gritar por socorro quando eles me agarram e me despem as calças e as roupas todas, e seguravam-me dois, comigo deitada de costas em cima das minhas roupas espalhadas no chão, e me seguraram, embora eu desse luta, não tinha chance de me livrar deles, e fui enrrabada por um deles, que meteu o pau dele a seco no meu cu, e doeu-me tanto mas tanto...chamei tanto pelo meu pai e pela minha mãe, gritei por socorro, esperneava e tentava me soltar, mas isso pareceu excitar ainda mais eles, e ele me fodia o cu com muita violência, e os outros me davam murros no corpo e na cara...ele metia sem parar e só parou quando ele deitou o leite dele no meu cu e na minha cara, e depois veio outro e também me violou o cu, eu tinha tantas dores, chorava alto e gritava por socorro o meu cu parecia arder, doía-me tanto a barriga, ele foi ainda mais bruto. Também mete até leitar o meu cu, e depois o último, era tão grosso que eu juro que pensei que ele me rachava ao meio, eu esperneava, e ele ria enquanto me violava, ele manda os outros soltarem-me, também eu não escaparia de modo nenhum, o peso dele esmagava meu corpo contra o chão, ele era peludo, gordo...
Depois de ele se esporrar dentro de mim, no meu cu, fui enrrabado a canzana, por eles 3, eu já não resistia, não tinha forças, tinha a cara já deformada pelos murros que levei, perdi pelo menos 3 dentes, e fui fodido até que eles saíram do comboio, na noite seguinte.
Chorei tanto, estive quase duas semanas sem conseguir me sentar, do meu cu saia sangue. Chego a Paris mais morto que vivo, mal me consegui alimentar, apenas conseguia roubar algo quando os comboios paravam e eu trocava de comboio.
Comia fruta, algum pedaço de pão que roubava nas estações onde parava o comboio, bebia quando podia.
Em Berlim, meses depois conheci esse casal de anjos, o Manuel e a Ingrid, que me acolheram como se fosse filha deles, se não fossem eles eu provavelmente teria desistido de tudo e voltado a Portugal, ou morreria nalgum beco com fome e sede.
Bom, já eu iniciara o meu longo processo de me livrar do meu corpo masculino, e estava naquela fase em que nem era uma coisa nem era outra, e a nível psicológico andava mal, irritava-me por tudo e por nada, chorava por qualquer coisa...eu evitava ao máximo o contacto com as outras pessoas, mas a Ingrid sempre paciente, deixava eu desabafar.
Ela era uma mulher tipicamente germânica, alta, cabelos loiros, olhos azuis, peitos grandes, pele branquinha como a neve, e uma tarde, estávamos as duas na pequena loja dela e do Manuel, falando, quando eu lhe digo:
- INGRID... ÉS TÃO BONITA...GOSTAVA DE SER COMO TU ÉS...COM MAMINHAS MAIORES, LOL.
- CLARA...OBRIGADO PELO ELOGIO, MAS TU DEVES SER COMO TU SENTES QUE DEVERÁS SER.
- SABES...TU DEIXAS-ME MUITAS VEZES CURIOSA, SOBRE COMO SERIA FAZER AMOR CONTIGO.
- OLHA AGORA A CONVERSA...MAS ISTO VEM A PREPOSITO DO QUÊ???
- NÃO TE VAIS ZANGAR COMIGO???
- PROVAVELMENTE VOU MAS DIZ.
- EU NO OUTRO DIA, VI-TE NUA DEPOIS DO BANHO...ESTAVAS NO TEU QUARTO E VI-TE NUA...E DESTE-ME VONTADE ...SABES MEU PAU FICOU...ERETO.
- ANDAS A ESPREITAR ÁS PORTAS???
- NÃO MUDES O ASSUNTO...EU FIQUEI COM BASTANTE VONTADE EM...FODER-TE.
- CLARA...
Eu sem lhe dar qualquer hipótese, beijei-a na boca, e eu esperava que ela me repreende-se mas em resposta deixou-se beijar, e depois deitou-se por cima de mim e foi-me despindo as roupas, até que me deixou nua, e depois começa a mamar no meu pau, e a ordenhar as minhas mamas, que iam crescendo de semana para semana, e depois levanta as saias e enterra meu pau pela bucetona dela dentro, e começa a montar-me, a gemer e a despir as roupas dela, até ficar nua.
Fodi a buceta dela com vontade quando a comi a canzana, enchi a buceta dela com esperma.
Fomos amantes secretas até eu ser totalmente mulher, foi ela a primeira mulher a desfrutar do meu corpo como o tenho hoje em dia.
Quando voltei a Portugal, vim de coração partido, do tanto que tenho de agradecer a eles, Ingrid e Manuel.
Continua
Comentários (2)
Nando: Excelente
Responder↴ • uid:7qzjvmy0vfslPokemon: Linda história. Bem escrita. Meu zangi 1019418471 Para quem quiser conversar.
Responder↴ • uid:2ql0nkfibn