Foi minha única vez

Isso tem 35 anos. E carrego comigo até hoje. Nunca mais fui o mesmo. E me tornei um eterno curioso virgem.

Eu e cinco colegas estávamos acampando. Era o quarto dia e tinha sido um dia de muita aventura. Fomos quase no pico da montanha. Curtimos muito. Ao anoitecer, na praia, fizemos peixe e pitu na pedra da fogueira e caímos porta dentro da catuaba e da batida que levamos. Acabamos com tudo. Eu só me lembro de querer nadar naquela escuridão e de repente vomitar horrores. Juro que não lembro de mais nada. Mas acordei com uma dor de cabeça infernal e um enjôo de pedir ajuda, além de uma queimação no ânus, como quando temos prisão de ventre braba e consegue no desespero do sofrimento botar porra fora. Só que também parecia diarréia. Queimava e eu senti como se tivesse dado aquela freada. Era quatro da tarde já. Mesmo passando mal e ainda desnorteado, de repente uns flashes estranhos de um sonho esquisito. Muito esquisito. Era o E me comendo e o B me segurando, rindo e olhando para o que o E tava fazendo comigo. Era tudo muito fragmentado com pouquíssimas lembranças. Era um sonho. Só que não. Eu chamei o pessoal. E não tinha ninguém. Quem veio foi o cara da outra barraca, me oferecer ajuda. Foi ele que disse que eu tinha que tentar vomitar. Me deu um pedaço de broa e água. Mas eu não conseguia comer. Então fui de pressa para fora vomitar. Ele estava demonstrando preocupação. Perguntou se eu estava bem, mas eu mal conseguia falar. De repente senti escorrendo do meu ânus. Agradeci e voltei para dentro da barraca. Passei a mão e quando vi, era porra. Eu não conseguia acreditar. Mas era. Meu desespero do não foi maior do que a sensação estranha de não ser mais homem que tomou conta de mim. Mas a vergonha. Era tanta que eu preferi fingir não lembrar de nada. E eles acreditaram que eu não lembrava de nada. Ficaram perguntando se eu estava bem o tempo todo. Se dormi bem. A cara que o E fazia pra mim e eu tendo que fingir que estava de boa, sem qualquer lembrança. Via eles conversando baixinho. Três deles não concordaram com a farra, que eu pude deduzir. Mas o E e o B comeram o meu cu e gozaram dentro. Com o tempo isso foi até me dando prazer de pensar e tentar lembrar de tudo. E por muitas vezes tive vontade de dizer pra eles que sabia que tinham me comido, só para me comerem de novo. Mas não tive nunca coragem e segui a minha vida. Quantas vezes eu pensei em dar para um estranho. Quantas vezes fantasiei com um colega ou outro. Principalmente com o B, que até hoje é de chamar atenção. Não sei se sou BI ou gay. Mas o fato é que vontade não falta. Só não tenho mesmo coragem e nunca tive.