Paulinho e o segredo do vestiário. Capítulo final
A brutalidade é um aspecto humano comum quando as vezes se prioriza a vontade. Mas a compaixão movida pelo amor perdura, nem que seja tarde demais.
O PM Sandro, com sua postura imponente e olhar focando, conduzia a viatura pela icônica ponte Getúlio Vargas. A brisa fresca que entrava pela janela contrastava com o calor atípico daquela sexta feira, proporcionando alívio nas suas axilas e traseiro suados. Seus óculos escuros e boina complementos de sua farda, conferiam-lhe um ar de seriedade que poderia ser notado mesmo através do retrovisor. Ao seu lado, o PM Bruno, que já sabemos ser conhecido por ser seu desafeto, poderia ser a razão de sua expressão austera.
No entanto, a tenção entre os dois poderia ser apenas uma pequena parte do capítulo final dessa história. Ambos eram profissionais apesar das diferenças, e comprometidos com a segurança da comunidade, então deviam se aturar, e quando juntos havia obrigação de trabalharem enfrentando os desafios que surgiam ao longo do dia sem comflitos . Naquele dia eles volatavam de uma ocorrência impressionante, uma que exigiu estômago forte e habilidade de se controlar. Um afogamento cujo cadáver em adiantado estado de decomposição foi achado preso galhos na beira do Guaira.
O PM Bruno ainda se encontrava náuseado, seu cerebro ainda o fazia sentir o cheiro quando lembrava do cadáver em decomposição . E a imagem dos peixes saindo do estômago com um talho de faca, daquele cadáver que foi um ser humano era pior que qualquer filme de terror que ele assistiu . Não somente na ficção, mas a cena foi a pior coisa que ele vira em anos como policial militar.
Para Sandrão a situação era indiferente, sem importância , devia ser um vagabundo que encontrou o que merecia . Não que aquela cena tétrica não chegasse choca-lo, mas do seu ponto de vista, a vida podia ser viceral para qualquer um. Cruel de qualquer maneira, simples ou violenta, de modo qualquer um que morreria de câncer, ser atropelado, levar um tiro ou morrer afogado com peixes comendo suas viceras.
-Todos vamos morrer um dia, Bruno.
Lembrou do modo eclético Sandrão. O PM Bruno que insistia lembrar do episódio de resgate do corpo, não parecia distante dessa certeza como quando a morte mostrava sua face grotesca em forma o corpo do que foi alguém.
" E se não formos comidos por peixos ou vermes, apodreceremos do mesmo, modo. (Continuou Sandrão) Vamos feder carniça do mesmo modo que aquele coitado ."
(Completou, com ironia.)
Depois do seu risinho zombateiro diante a fraqueza emocional do colega, Sandrão voltou ficar sério, ignorando qualquer assunto abordado pelo PM Bruno . A seriedade de Sandrão refletia a importância do momento, a indiferença ao colega mesmo com peso do companheirismo militar não era o suficiente para um laço de amizade, e intimidade com o PM Bruno , fazia sentir-se superior.
A pezar da tagarelice, o nesse dia trabalhando juntos, PM Bruno parecia contido em tocar no assunto das brincadeiras sexuais entre Sandrão e o jovem Bombeiro Rogério nos vestiários do Sesc . Isso poupava Sandrão da vontade imensa de soca-lo ate querer quebrar todos seus ossos, enquanto estavam juntos.
Essa não era a unica fantasia que passava pela mente exacerbada do PM, espancar o PM Bruno , imaginando-se esmurrar seu rosto ate que tudo virasse uma pasta, era uma constante sempre quanto estavam juntos. Mas Sandrão descobriu que subjugar o PM Bruno teria modos menos destrutivos a seu corpo bojudo. Era mais fácil e prazeroso falar do seu baixo intelecto, como já havia feito em discussões na cara do colega : como podia ser tão escroto e ao mesmo tempo estúpido. Bruno, com então 45 anos, foi de um tempo em que entrar na PM não precisava ter muita escolaridade. Bastava a força bruta para vestir a farda. Eram poucos que gostam dele, ou simplesmente o toleravam por ser mais velho .
Ele ainda limitava-se como soldado, enquanto Sandrão no nimimo já era Cabo, mesmo que a contra gosto de muitos por causa da sua personalidade dominadora e tal. O status de Sandrão na corporação ainda ainda o levaria virar sargento e alguns anos tenente, enquanto o PM Bruno não passaria do que era atualmente.
Enquanto dirigiam, Enfim PM bruno havia se tocado de desprezo do colega , e ele sabia que Sandrão não gostava dele. Calou-se passando assistir ao lado de fora da viatura, a imponência da paisagem do Rio Guaiba ,imenso com suas águas berrentas. Pensou : Quantos cadáveres haviam virado comida de peixe durante anos?
* **
Enquanto o vento soprava atravez da janela aberta da viatura, Sandrão enxergou do lado direto da ponte alguns guris caminhando em direção ao porto. Diminui a velocidade e conseguiu contar sendo seis deles, vestidos em uniformes escolares azul marinho.
-O que esses jaguaras estão fazendo, aqui, tão longe do centro...Cochichou ele, serrando os olhos para enxergar melhor.
-Não sei. Talvez procurando encrenca.
Respondeu, Bruno, baixando a cabeça olhar melhor, foi quando reconheceu um dos guris, o maior deles, como sendo seu filho.
"Filho da puta"
-Que foi?
-Um deles é meu filho.
-Serio...
-Estaciona...
Sandrão ligou a sirene por um momento, os guris se viraram , olharam, mas achando não ser com eles, continuam andar. A sirene tocou mais uma vez com a viatura dando a volta, quando se aproximou, passou bem ao lado deles.
Foi aí que José, o guri mais alto, se tocou trata-se do seu pai no carona, esforçando-se para vê-lo . - Não, não pode ser. (Disse o guri com indignação. O grupo parou, ou melhor a pequena gang de José parou.)
Fodeu, é meu pai.
Os guris pareciam assustados, Sandrão logo reconheceu um deles, Paulinho. O PM subiu os óculos enxergar melhor e ter certeza ser mesmo o veadinho ladrão de seus deleterios momentos no vestiário do Sesc.
-JOSE... Gritou o PM Bruno. Quando Sandrão conseguiu estacionar a viatura fugindo do fluxo de carre. Descendo caminhando na direção dos guris.O que estão fazendo aqui?
-A gente só está andando, pai.
-Háá, seu filho da puta...
O guri José foi puxando pelo braço pelo pai para longe do grupo, os dois começaram uma discussão, José baixava a cabeça em intervalos, mas argumenta o pai quando erguei . Sandrão surgiu logo atrás, baixou seus óculos escuros para que o sol não comessem seus olhos , ironico, mostrou-se zombateiro mas discreto diante seu colega com o filho ao passar por eles .
Não queira saber dos problemas alheios, e que resolvessem sozinhos o que fosse sem ninguém assistir.
Aproximou-se dos outros guris que deram que deram passos atrás, intimidados com sua figura imponente.
Sandrão fitou Paulinho, o guri tinha o rosto escorrendo suor ao olhar para ele serrado os olhos pela luz solar. PM o ignorou, caminhou rodeando o grupo estudando cada um, depois ficou parado na frente deles. Virou olhar o PM Bruno na calorosa discussão com o filho José . Balançou a cabeça como desdém e voltou-se ao grupo, mostrando-se ironico e intimidador ao mesmo tempo, disse : - Casos de família.
Aos guris, o PM Sandro poderia ser uma mistura do Exterminador do futuro, Robocop e o patulheiro loiro da série Série "Chips os Patrulheiros" , que eles assitiam na TV.
Mas o PM Sandro estava longe do carisma do patulheiro "Jon Baker." Podia-se ver o incômodo e insegurança dos fedelhos quanto o PM passou atenção nas mochilas com os fundos estufandos, parecendo pesandas.
Sandrão deu um ecarro poderoso no asfalto, pisou na gosma com seu coturno, e foi direto ao perguntar:
-O que tem nessas mochilas além de matérial escolar?
Porque eu sei que não é só isso que vocês levam, aí.
-Apenas algums frutas que a gente ganhou. Adiantou-se Paulinho ao responder.
Sandrão passou atenção ao seu amiginho intimo, fez um muxoxo, se aproximou dele para conduzi-lo pelos ombros ditanciarem dos outros guris.
O PM contemplou o rio Guaiba a distância , parecia indiferente a Paulinho, enquanto colocou-se por suas costas com as mãos apoiandas nos ombros do guri. Quantas vezes o PM Sandro esteve naquela ponte e olhou para aquele mesmo horizonte , agora, nuvens negras ameaçadoras formavam-se anunciando mais tardar um temporal.
Sandrão baixou a cabeça admirar o abismo nas águas turvas , puxou o escarro e cuspiu vendo a gosma sumir .
Virou e postando-se a frente de Paulinho notando que o guri tinha uma postura encorajadora, não parecia teme-lo como nas outras ocasiões.
Paulinho o encarava, lembrava do vestedo Sesc e ter quitado suas dívidas com o PM Sandro ao ponto de deixa-lo violar seu bumbum apertado.
-Frutas ganhas ou roubandas, Paulinho?
-Nós ganhamos, senhor...eu posso provar e...
O PM interfirou o resto do argumento colocando o dedo em frente a boca do guri, que de tal ponto foi propositadamente para encostar nos lábios. Sandrão fitou os outros quarto guris que assistiam parecendo adromentados. Para o PM, todos não pasavam de ladrões mesmo sendo estudantes.
-Esse é sua gang de ladrões?
-São meus amigos do colégio, tio Sandro.
Respondeu Paulinho, puxando a mochila junto as pernas.
-Opa... Deixa eu ver aí ... Abra a mochila.
Paulinho abriu a mochila sem temer qual fosse a objeção do policial . Dentro, numa parte, havia seus cadernos, livros e um estojo, na outra, uma boa quantidade de maçãs, mais um cacho com cinco bananas. Frutas que eles afanaram do Ceasa. PM ficou de cócoras na frente do seu amiguinho para revirar melhor a mochila.
Sabia por experiência de certo que as frutas eram afanadas, algumas denúncias de guris vanadalizando barracões no Ceasa tinham parado nos ouvidos das guarnições de PMs no centro. Paulinho estava confiante , e sabia que o policial não podia provar.
Sandrão pegou uma banana media, descascou , mas não comeu, em seguida, enfiou inteira na boca, depois puxou, repetiu gesto como simulando uma chupada. A saliva escorreu pela fruta de modo propósital quando os lábios fizeram um beicinho na ponta . Os guris que assistiam se entreolharam , pareciam não entender que acontecia diante aquele gesto, nem da intimidade do amigo com o PM.
Sandrão notou os olhares curiosos e ordenou que eles virassem de costas, em direção a imensidão do rio.
Os guris obedeceram imediatamente para o policial voltar a fazer aquilo com banana para Paulinho. - Tu gosta com recheio de porra, eu não sou muito chegado, lembra ? (Disse, olhando bem no fundo dos olhos angélicais cerrados pelo sol , do guri .) Cutucou a virilha para Paulinho lembrar do dia de ter chupado seu paizinho no vestiário, depois entregou-lhe a banana.
-Sua vez, chupa.
Paulinho sibilou junto um muxoxo, e não resistiu a tentação de contra-atacar.
-Isso é nojento. E tu é um porco. Respondeu, indignado o guri .
-Olha a boca, fedelho... Achei que estava gostando da brincadeira .
Paulinho resiginou-se usando sua estratégia baixando a guarda, olhou a banana com saliva escorrendo.
Mas tu cuspiu na banana...
-E qual o problema? Tu me chupou tantas vezes antes e ate já comeu minha porra! E isso faz de ti, meu namoradinho, então podemos nos beijar e trocar saliva.
-Eu não sou seu namorado.
-Que pena tu não assumir, Paulinho.
-Vai me tomar as frutas ou, não?
-Não, se tu chupar a banana pra mim.
Paulinho olhou bem nos olhos verdes cheios de desejo do PM : isso não era recíproco ao guri , mas de qualquer forma ele sabia representar . Colocou a banana na boca e começou sua simulação. Sandrão teve que tirar a atenção daquela interpretação em que os lábios rosas deslizando a fruta e depois indo engolir inteira. - Que safadinho...
Os carros pasavam, o sol queimava as nucas dos guris voltados ao vazio do abismo, sobre a ponte . E a distância, o PM Bruno parecia definhando a discussão com o filho José ... Sandrão virou olhar os dois, depois não resistindo, volto-se Paulinho com a banana.
-Sinto falta disso, sabia. Cochichou ele, apertando a virilha com uma protuberância desenvolvendo.
Puxou Paulinho para mais perto, tanto que o guri pensou que o PM fosse beija-lo, ali mesmo na rua com toda aquela movimentação. Mas provavelmente quem dirigia estava longe para ter atenção a eles? Os guris de costas disciplinados, o colega ocupado com o filho. Sandrão abriu a boca, e tirou metade da sua enorme língua. - De uma boa cuspinda na minha boca.
Paulinho não havia entendido do porquê daquele pedido estacologio, mas fez o que tinha de fazer sempre. Juntou o máximo de saliva e soprou na boca do seu oponente. Sandrão fechou a boca com uma expressão de agradecimento, e engoliu.
-Parece que não tenho provas contra vocês.
-Então, Deixa a gente ir, tio Sandro.
-Claro meu querido. Disse PM, não tinha opção, notou o PM Bruno colocar o filho José na parte de trás da viatura, pareceu conter o dejeso crescente em suas calças. Mas o pau evidênciava a semi-ereção ao se levantar , a mão grande tocou o rosto de Paulinho que deixou o gesto carinhoso acontecer . Sandrão na sua necessidade narcisista de ser amando, mesmo de forma incomum por uma criança, tinha a dúvida em saber se o guri Paulinho nutria algum sentimento por ele.
-Tu gosta de mim, Paulinho? Perguntou de forma doce serena, com olhos fixos no guri.
-Sim, tio Sandro!
Paulinho estava mentindo. Ele odiava Sandrão e tinha seus motivos, mesmo que antes a imagem máscula do PM lhe interessasse alguma curiosidade diante sua sexualidade em formação, agora era diferente.
-Que bom... Fico feliz de ouvir isso.
-Deixa a gente ir então, tio Sandro? Repetiu.
- Ok, guri. Mas não vá achar encrenca por aí, certo?
( Paulinho assentiu, e a mão do roçou sua bochecha carinhosamente com cautela ) Apesar de ser um malandrinho, tu é um guri legal, eu gosto de ti, Paulinho.
Hoje a tarde tem jogo no Sesc , te veje lá ?
- Não sei, tio Sandro. Minha tia não vai estar lá trabalho hoje... Então não tem como eu ir embora.
-Que pena, sinto falta de nossas brincadeiras de homens. ( Paulinho baixo a cabeça , mas levantou quando o PM citou o bombeiro Ricardo Reno)
Ricardo também sente sua falta, sabia?
-Tio Ricardo voltou?
-Sim, querido... E Ele quer muito ter ver.
-Quer mesmo...?
-Eu to te dizendo. Ele anda triste, talvez de uma animada se te ver lá, hoje.
-Mas... Não sei se posso ficar no Sesc quando minha tia não esta na portaria.
-Bom, que pena, o tio Ricardo e eu entendemos, digo a ele que tu mandou lembranças dos momentos que passaram juntos. Tu sabe do que eu tô falando , não é?
Paulinho baixou a cabeça sabendo se tratar do segredo do vestiário.
Sandrão tirou-lhe a babana das mãos levou a boca e mordeu . "Vá para casa, então guri" .
Tirou outro pedaço saboreando a fruta de vez, olhou para a direita: O serviço o chamava, ou o PM Bruno paracia ter terminado de repreender o filho. Sandrão afagou o cabelo de Paulinho como despedida, arremessou a casca sobre a ponte, caminhou mastigando ate os outros quatro guris, e pediu para que virassem a ele.
-Então, qual dos quatro vai me chupar para eu não leva-los presos? Eram tempos que ate uma autoridade podia fazer uma piada como aquela , mesmo direto a um menor.
Os guris olharam um o outro na subida brincadeira do PM. Obviamente não tinha graça, era evidente em seus rostos certo medo de que fossem presos. " Frutas roubadas". Sandrão aproximou de um deles, um guri pardo, um pouco maior que Paulinho, que como o espectro intimidador do policial ,deu um passo atrás.
- Tu tens uma boca bonita.
Que tal fazer isso por seus amigos? Tu me chupa e engole todo leite. Hem?
O Guri não respondeu, baixou a cabeça , e quando levantou, notou a que na virilha do policial, a protuberância indicava ele estar falando sério?
-Não vou chupar o pau dele nem que ele me bata. Dizia o guri, em pensamento.
E para seu alívio, o PM deu um berro: SUMAM DAQUI TODOS VOCÊS, LADRANZINHOS...
Os guris pegaram suas mochilas e saíram aos pinote sem ousarem dar um pio de protesto. Seguindo no grupo, Paulinho vouto-se para trás ver a silhueta do melhor amigo na viatura, agora era hora de José acertar contas com o pai policial. Nessa hora, Paulinho agradeceu de não ter um pai para quem sabe, lhe dar uma surra por seus pequenos delitos. Mas ele tinha dois homens para chantagea-lo e abusar dele. Um deles ele odiava, outro, nutria algo que ainda entendia.
*
Afastados da sua rota, sem ter José para orienta-los, os guris caminharam pela Ney Prada, era uma longa distância tentando achar um ponto de ônibus. Depois quando embarcam, seguiram pela Adrade Freitas. Vinte minutos depois de embarcarem, e em quanto riam da possibilidade de José, um marmanjo, apanhar do pai, Paulinho se despediou dos amigos e desceu próximo ao centro.
**
Paulinho caminhava como sempre sem destino antes de encontrar a mãe que trabalhava no mercado Galeão, depois almocaria e sem a tia estar no Sesc, teria de voltar pegar o ônibus direto para ao bairro suborbano onde morava.
Em pouco tempo, a visão urbana com os prédios abocanhavam e engoliam como sempre aquele guri nas sua rotineira caminhada solitária, enquanto se entretia lendo nas placas de ruas conheidas, lembrava vagamente do seu pai. Mas isso não foi por muito tempo.
Ao chegar no mercado, viu sua mãe sempre ocupada gerenciando as moças dos caixas. Quando sobrou um tempo para abraça-la, ele pensou em perguntar sobre o pai. Paulinho não teve tempo de perguntar, sua mãe apressada com os afazeres, lhe deu o trocado para que fosse almoçar no mesmo restaurante de sempre.
No simples restaurante lanchonete ,Paulinho sempre pedia o prato mais barato para que sobrasse uns trocados e ele pudesse talvez comprar um sundae quando juntasse o suficiente.
Ele ainda tinha boa parte do dinheiro roubado das carteiras dos homens desavisados no Sesc, guardado no seu esconderijo. Grande parte seria para algo especial que ele ainda não suponha, e que só inconsciente sabia que seria bom não gastar.
Enquanto comia, pensou em passar no Sesc, e mais que sua curiosidade em ver homens pelados no vestiario, e de afanar uma carteira gorda ou com algum trocado, era vontade de matar a saudade de ver o bombeiro Ricardo Reno.
O futebol com miltares deu a Paulinho a súbita lembrança com o amigo adulto, esse saldade misturava-se a outro sentimento que ele ainda descobria, quando fosse mais velho. Mais que uma figura paterna, para o guri carente nos seus quase doze anos que nunca soube como era ter um pai, Ricardo poderia ocupar esse espaço, faltando em sua vida.
Talvez nos inconvenientes momentos no Sesc, Paulinho tivesse um pouco dessa ideia sentimental disfrutando diante a figura masculina adulta do amigo adulto.
Seria incompreensível se alguém descobrisse ser mais que isso ; Que quando os militares da berlinda se reuniam jogar bola, outras coisas aconteciam envolvendo aquele guri e alguns deles.
A incomprenecivel vontade de Paulinho se afagar no peito nagro, peludo do bombeiro Ricardo, de se entrelaçar entre as pernas morenas, com também pelos negros reluzentes : eram apenas fantasias Inocentes que evoluiam sem limites pelo homem que plantou nele, a semente da criação, mas que seu corpo rejeitou e expulsou por incompatibilidade natural.
" O PM Sandro disse que Ricardo sente minha falta."
Paulinho havia terminado sua refeição, e com um gesto rotineiro, se levantou para pagar o que devia, o que sobrou como troco ele guardou no bolso. Antes de deixar o local, fez uma pausa diante o espelho que lhe permitia uma visão de si mesmo. Ali, perdido em reflexões, Paulinho se observava procurando sinais do crescimento que sentia inteiramente. Aproximou-se mais, notando as sutis mudanças em seu rosto que sinalizavam a transição para a adolescência, e por um momento , permitiu-se setir-se homem, o que era mais próximo da maturidade que ansiava. Um exagero talvez, e não que não soubesse ser óbvio, que ainda teria alguns anos para alcançar a maturidade desejada.
Mas a inocência comum eram formadas por camadas que ele desvendava aos poucos, fantasiando com que podia fazer quando se tornasse um homem. Dirigir por exemplo...
Ao sair, Paulinho hesitou um pouco na porta,seu olhar varreu as possibilidades que se estendiam a sua frente. A direita, o caminho conhecido que o levaria de volta a sua casa ; à esquerda, para o Sesc, o ponto de encontro habitual que parecia chamá-lo como sempre.
Em um instante de decisão, ele deu um passo, escolhendo a direção ditada por seu coração.
Ele ansiava por reencontrar Ricardo, alguém que como sabemos, ocupava suas memórias e experiências.
****
A jornada de Paulinho rumo ao encontro de Ricardo Reno, era um aventura de muitas encruzilhadas, com a mochila pesada cheia de frutas nas costas, desviou do caminho familiar por impulso da emoção de buscar alguma surpresa. A cada passo que dava na eventual narrativa, um linha no destino do guri curioso era repleta de novas experiências na grande Porto Alegre. Saindo da Luz Prada, ele acabou se deparando na praça das Graças. Ali , notou alguns guris de rua que aproveitavam da água imunda do chafariz para se refrescar do color incomum daquele inverno junho. Todos que passaram pareciam indiferentes a algazarra, mas não Paulinho tirou a incomoda mochila das costas , e sentou-se no banco, e começou observa-los.
Cinco guris entre treze e sete anos, tão diferentes de Paulinho, pardos, negros, magros , porem atleticos,adaptados as condições da rua.
Não demorou muito para os cinco notarem sua presença, um invasor no território que os observava atento . O maior deles, saltou do chafariz e se aproximou.
-Da na cara dele, Nelson. Gritou um deles logo atrás .
-Esse é nosso banco... Saia. Disse Nelson, com autoridade ao guri branco com os olhos contraídos para ele.
Mas Paulinho não se mecheu, não que não estivesse com medo, temia levar umas pancadas. O tal Nelson era um guri negro, ate que musculoso para idade representada. Paulinho era esperto, usou da estratégia de conquista para acalmar neguinho .
Quando guri preto lhe ameaçou pela segunda vez cerrado os punhos, Paulinho abriu a mochila, pegou uma maçã e esticou o braço ao ameaçador.
Nelson puxou a fruta das mãos de Paulinho como um bote de uma cobra, olhou a fruta e começou a morde-la com anseio.
-Tem mais para seus amigos. Disse Paulinho.
O preto mastigado virou-se aos amigos ,e disse : venham, é comida. Os guris saltaram da água correndo tão rápidos e como cachorros mabecos africanos, se cotovelando e lutavam para quem ganhasse primeiro as frutas que o guri estranho, apressado, destruibuia.
Quando um deles ameaçador puxou a mochila, Nelson com autoridade mandou que devolvesse.
-Agora... Ordenou ele , o ladrãozinho encolher-se a sua ordem. O guri devolveu a mochila a Paulinho quase negando.
É assim que agradece por ter ganhando comida? Peça desculpas!
-Desculpa. Disse o guri minguado, afastando pela irarquia. Ficou atrás do grupo.
Como é seu nome. Perguntou Nelson, ao setar ao lado do estranho guri branco, e gentil.
-Paulo... Paulinho.
-Eu sou Nelson. Aquele que ali. (apontaou através de todos como prioridade ao guri que havia puxando a mochila) é meu irmão, Agnaldo, você viu que ele é rápido como um águia. Não é Agnaldo? ( Agnaldo não respondeu, estava contido no seu orgulho pelo irmão te-lo ofendido na frente do guri estranho, branco )
(Nelson continuou) Esse lembriguento aqui é o Juliano
: O juninho. O gurizinho com cabelos encaracolados aparentando ter uns sete anos , mostrou um sorriso banguela no rosto angélical ao sorrir . Depois respondeu :
-Eu não sou, lembriguento.
-Você é sim! Olha essa barriga cheia de vermes.
Nelson terminou apresentando outro : Chumbinho, o mais claro deles, extremamente tímido, mas tão igualmente ameaçador como Agnaldo. Fitou Paulinho desdenhoso .
Terminando de comer a maçã, pediu outra, e Paulinho lhe deu. A gentileza fez com que um sorrindo apertado saísse do rosto sisudo de Chumbinho.
-Como se diz. Disse Nelson.
-Obrigado. Respondeu ríspido, Chumbinho por fim.
Um outro guri que não estava tomando banho no chafariz se aproximou, tinha um cobertor nas costas. Nelson pegou uma maçã da mochila e atirou para que ele agarrasse.
. - Este é o seco.
O seco não demonstrou interesse algum em Paulinho, guardou a fruta no bolso, levou a boca e nariz um pacote de padaria que segurava na mão, para inalar algo dentro. Imediatamente, Paulinho sentiu o cheiro, forte de química.
-O que ele esta fazendo?
-Cheirando, ora . Respendeu Nelson.
Quer cheirar um pouco? Perguntou. irônico, guri com o pacote no rosto.
-Passe aqui, seco. (Disse Nelson.) Deixa ele saber como é chapar.
A curiosidade de Paulinho era mair do que tudo, quando aceitou a experiência, segurou o pacote levando ao nariz.
-É só cheirar. Disse rindo, Nelson. É cola de sapato.
Paulinho inalou, e o cheiro revirou seu estômago, mas ele queria impressionar, tempo depois, o que não era para a princípio algo agradável, foi ficando estranho, provocando tontura, uma leve dor de cabeça lhe deu ânsia. Mas a sensação depois foi ficando agradável.
Desafiado pelos seus novos amigos, pareceu depois de algum tempo rapidamente adaptado e embriagado do pela droga.
Cola de sapato era a droga mais barata e acessível a guris de rua naquele tempo, barata e eficiente para tirar a fome que corroia estômago e os encorajava a prática de pequenos delitos. Eles cheiraram juntos por um bom tempo, e quando as pessoas que passavam pareciam estranhar um guri branco com uniforme de colégio, com um pacote no rosto no meio daquela gang, os guris resolvam caminhar.
Enquanto caminhavam, eles estudavam Paulinho como o um ser de outro mundo, tão diferente deles, tão limpo, tão branco e nutrido . Paulinho com seu talento de se associar rápido, não despertava no momento qualquer indício de ciúmes , por um momento senti-se um deles. Estava ligeiramente curioso sobre a vida de rua.
-Vocês não vão para a escola ? Os guris voltaram-se para Paulinho e riaram da pergunta . Alguns nomearam a cabeça. - Nós fomos algumas vezes . Respondeu um deles. Sabemos ler, escrever um pouco, menos, o Juninho.
Desinteressados, continuaram comer suas frutas, enquanto revezavam o pacote de cola, como sempre, o lider Nelson, quis completar por orgulhoso daquela vida :
-Não, Paulo , nenhum nós aqui, estuda. Não vamos a escola desde que mudamos para esta cidade . Eu parei no quarto ano, eles eu não sei. A escola não serve pra gente.
Paulinho sibilou surpreso , achou estranho , passou a observar cada um deles, não estavam sujos, mas pareciam com aspecto não muito agradável, o que ele entendeu o porquê das pessoas os evitarem . Pareciam muito mal cuidados, as roupas velhas ajudavam naquela feiura, sem saber que a desnutrição contribuía com tudo, Paulinho se perguntou : Ees tomavam café, almoçavam, lanchavam e jantavam, como ele?
O mais magro deles, o Seco, parecia altamente viciado no pacote com cola de sapato, vinha caminhando, logo atrás do grupo com seu cobertor nas costas, mesmo com aquele calor.
Eles subiram uma rua onde prédios pinchados e abandonados escondiam mais moradores de rua. Dois deles, distantes, adultos que indiferentes ao grupo pareciam fissurados com seus pacotes com cola de sapato estavam estirados no chão.
-As vezes que não vamos para casa, e a gente dorme ali. Apontou, Nelson para uma marquise com colchões imundos.
-Mas e os pais de vocês não acham errado? Perguntou Paulinho, intrigando.
- Eles não se "preocupa" , muito. Disse Chumbinho.
-Não liguam! Interviu, Nelson. A vida na comunidade é difícil ate pra arranjar uma casa, de vez enquanto eu e meu irmão aparecemos ver nossa mãe. Isso quando o conselho tutelar não aparece.
-O que é o conselho tutelar?
-São as pessoas que dizem do bem...
Quado Nelson pensou em continuar explicar o que Chumbinho não sabia direito, um Santana GLSi preto parou em frete do grupo.
Tá vendo , é essa Gente que se diz do bem, como nosso amigo que chegou.
Paulinho ficou intrigado com o comentário ao perceber Nelson atento ao carro.
-Espera um pouco, aí. Disse o guri mais velho indo em direção ao carro. O vidro automático baixou, e Nelson se apoiou na janela. Paulinho escutou os outros guris cochichando de modo mistérioso.
-É o homem do dinheiro. Disse Chumbinho.
-Quem será que ele vai querer dessa vez? Perguntou Agnaldo.
Nelson se afastou para o que homem dentro do carro esticando o pescoço, enxergasse melhor. Paulinho apurou a vista, e viu que a figura aparentava uns cinquenta e poucos anos, olhava fixo para ele.
O homem falou alguma coisa, e Nelson balançou cabeça com gesto indicado que o guri branco não fazia parte do cardápio.
Nelson explicou ao homem.
-Ele é um estudante , e só esta andando com gente.
-Ele pode contar para alguém sobre nosso acordo . Argumentou o homem.
-Não... Ela não vai falar nada. Ele nem sabe do que se trata. E também se souber, mas passa de um paspalho...
Então, o homem fez outro sinal em direção aos guris, desta vez apontando para Juninho, o menorzinho
Nelson fez um gesto para o gurizinho se aproximar.
Quando juninho chegou perto, Nelson segurou sua mão para darem a volta , abriu a porta do carro, mas o guri êxitou entrar. Estava ansioso por não saber do que se tratava o fato dele entrar no carro com um estranho .
-Eu não quero. Disse o guri, assustado olhando para o homem com sorriso de dentes amarelados.
-Faz uma grana para gente, Juninho. Depois vamos comer no McDonald's.
-É...?
-Sim!... Vai com esse tio, ele não vai te fazer mal, só o vão brincar um pouco.
-O gurizinho olhou novamente para o homem corpulento que apertava a virilha . Notou sobressaliencia erguendo o tecido, mas ainda não tinha noção do que o esperava oculto nas calças daquele senhor aspecto satânico.
-Nada de enfiar no cu... Só chupada. É a primeira vez dele. Alertou autoritário Nelson, ao pervertido.
-Serei bonzinho com ele. Argumentou irônico o homem enquanto estragava cédulas para Nelson.
Enquanto Nelson se afastava , o menino se ajeitou no banco , esperou o que aconteceria ate o homem dar um sorriso diabólico e afagar seus cabelos
-Tu é um moreninho muito bonito. Sabia? Não tenha medo. O que vamos fazer, não doi.
O gurizinho notava a preocupação do homem que olhava para os lados, onde dificilmente passava alguém naquele pedaço de inferno da cidade. Depois ele abriu a braguilha e tirou seu pau enorme fora.
O guri arregalou os olhos a imagem incomum.
-Tenho certeza que tu nuca viu pau desse tamanho antes. Brinque um pouco de chupar o tio, e depois tu ganha uns chocolates. (As mãos seguraram a nuca do guri, forçando a virilha.) Chupa , Chupa como um sorvete... Um sorvetão.
Nelson contava distraido as notas repetidas vezes com seu irmão e Chumbinho em cima dele, queriam saber quanto tinha ganhado. Bem dizer, quanto Juninho tinha ganhando. O Seco ficou de fora da roda, estático , esperava com seu pacote inalando, Nelson falar quanto sobraria para uma lata de cola .
Neste instante, Paulinho aproximou-se cauteloso do carro, o homem não pareceu se importar com sua presença repentina. Quando esticou o pescoço olhar , viu que Juninho segurava com as manzinhas o pau extremamente grande e grosso , enquanto tentava chupar . O homem corpulento, quase grisalho, guiava com mão quase maior que a cabeça do guri ao coito.
Enquanto recebia a boca de juninho, olhova Paulinho o sarcasmo obcebo. Pela cara de prazer do pervertido, percebia-se que o gurizinho estava fazendo direito.
-Ele esta indo bem, aprendeu rápido. Disse o pervertido a Paulinho. Quer chupar também? Entra, aí. (Disse, com zombaria. ) Tu é bonito como meu neto, adoraria sentir sua boca.
Paulinho mostrou-lhe o dedo do meio, o homem respondeu com mais sarcástico . - O meu é bem maior, se isso significa uma troca, guri.
A raiva sentida por Paulinho, só não era maior que a pena pelo gurizinho que se esforçava dar conta da enorme rola. Baixou a cabeça procurar algo na calçada, e lutou contra a vontade de juntar uma pedra ao lado do seu pé, para atirar na cara do homem.
Alguém que subia a rua interrompeu o sentimento de raiva dentro dele, e o homem interrompeu Chupada que recebia afastado bruscamente Juninho.
Puxou o casaco para esconder o pau. O gurizinho olhou Paulinho com os olhos amêndoados lacrimejando , parecia envergonhado pelo que fazia. Disse que queria sair.
Nisso, o homem puxou do porta luvas uma barra de chocolate, dando ao guri : E tudo mudou, juninho parecia ter ganhado o melhor presente do mundo, para demonstrar ter mudado de ideia.
Quanto a passoa que interrompeu o abuso passou subindo a rua, o homem deu ignição no carro. Voltou-se para Paulinho com desdém, e viu a mão do guri subir mostrando mais uma vez o dedo do meio.
Paulinho não havia gostado daquela figura , para ele asquerosa. O ronco do motor fez Nelson se aproximar para advertir - Quarenta minutos! Você traz ele de volta.
O homem olhou no relógio, queria ter ideia dar uma reposta : As 15:oo horas, eu devolvo ele.
Quanto o carro subiu a Algusta lentamente, podia-se notar preocupação do Nelson. Negociar Juninho não tinha naquele momento sido uma boa ideia, mas achava não ter culpa se o cliente escolhara o menor do grupo. O que a mãe de juntinho diria se soubesse daquele absurdo? Essses pensamentos passavam na cabeça de Nelson.
-Para onde aquele homem levou ele?
-Para o abatedouro. Respondeu Nelson, olhando com preocupação, o carro sumir.
-O que é o abatedouro.
-Você faz muitas perguntas, sabia. Acho que isso não é da sua conta. Aliás, acho que você deveria ir embora.
-Acho que devo ir, mesmo. Respondeu, Paulinho encorajado pelo desprezo do seu amigo instantâneo.
Então voltou perto dos outros guris, despejou da mochila o que havia das maçãs no canteiro, e a colocou nas costas. Desceu a rua com a cabeça erguida.
Quando parou, virou-se curioso ver se aqueles aqueles guris de rua se importariam com sua partida repentina, viu que eles juntavam as frutas, fazendo da camiseta uma saco para guarda-las .
A não ser Nelson, que viro-se ver a fuguara de Paulinho parado, o encarando . A generosidade de Paulinho com os meninos de rua havia sido uma nova experiência para ele.
Diante suas vidas difíceis, o gesto de bondade que o guri branco de vida mais comfortavel demonstrou , contrastou com o gesto de frieza de Nelson no final.
Nelson sentiu um misto de sentimentos ao endurecido coração ate então comprimido a sua vida difícil, sentia que talvez ele e Paulinho pudessem compartilhar suas histórias, e descobrir que, apesar das diferenças, a essência daquela amizade repentina, poderia residir um amigo.
Viu Paulinho virar-se com frieza, o deixando com sua turma continuarem suas existências nas ruas, para enfrentarem dali em diante, cada segundo, cada minuto, horas, dias, meses, e anos, a resiliência forjada pelas experiências que a sociedade lhes condenara, pelas diferenças. Sem a certeza de uma vida melhor , e apenas com a esperança de cada dia, haviam de seguir em frente. E essa vida que nós surpreende a cada amanhecer com um emaranhado de possibilidades, faria um dia, Nelson e Paulinho se reencontrarem.
* *** Quando Paulinho chegou no Sesc após a jornada intrigante pelo centro de Porto Alegre, ele caminhou sorateiro pela entrada evitando o olhar atento do porteiro, que distraído, estava ocupado com algumas pessoas.
E foi com um salto ágil que ele ultrapassou a roleta para seus passos o levaram a quadra. O espaço que desta vez encontrava-se vazio o surpreendeu.
O silêncio sob a escuridão, luzes inertes estavam apagadas, mas com feixes timidos que escapavam pelas janelas quadriculadas que banhavam a quatra azul, conferindo-lhe uma atmosfera serena, quase etérea, como se um lago tranquilo ali se estendesse.
A quietude eram paupavel, apenas o som dos próprios pássos de Paulinho resseando, marcavam sua presença na vastidão do ambiente.
Ele foi ate o vestiário, que naquele momento tinha um ar fantasmagórico , e mesmo acendendo as luzes sentiu um calafrio na espinha diante as superstições que conhecia. Um fantasma poderia aparecer para mata-lo de susto. Quando entrou no sanitário para esvaziar os intestinos, baixou as calças , sentou vajo, e seus pensamentos ja eram outros.
Cantarolando baixinho, esses pensamentos o levavam as coisas corriqueiras da vida de um guri de onze anos. Depois, pensou naqueles guris de rua, em Nelson, no pequeno juninho com aquele homem de membro imenso. Para onde o teria levando? O que teria feito com ele. Concluiu com o óbvio : O mesmo que alguns homens fizeram com ele . Imaginou que aquela altura o guri já teria sido abusando pelo filho da puta.
Depois desse tempo , pensou com desagrado de como Nelson pode prostituir o gurizinho por dinheiro. Queria esquecer tudo, fez um esforço e merda, solida, saiu inteira , seu pequeno pênis como sempre a essa necessidade fisiológica endureceu. Sentir aquela sensação agradável quando a merda saia e caia no fundo do vajo batendo na água e molhando seu bumbum.
Ao levantar, examinou seu pauzinho, que parecia não querer baixar. O tico branquinho parecia maior, ou era impressão dele? Não deixou de notar que os pelos pubianos, que cada vez que examinava estavam mais compridos e escuros. E depois de limpar o bubum, como sempre, estudou o dejeto saido dentro dele, enorme, que teve dar descarga duas vezes para vê-lo desaparecer.
Paulinho estava de volta ao silencio e a meia escuridão da quadra quando trovoadas ecoaram longe. Sem sua tia, Imaginou como iraia embora, e a que horas. Perguntou-se se os militares realmente viriam para o jogo, e com medo de ser trancando, pensou em sair antes que a chuva começasse. Por fim, resolveu esperar mais uma pouco. A esperança de rever Ricardo era maior que o medo de caminhar quando estivesse escurecendo. E que como sempre seu amigo chegava antes que os outros, Paulinho resolveu esperar ... Deitou na arquibancada de cimento, fez da mochila uma travesseiro, logo caiu no sono.
*****
Sobre o véu do sono, enquanto despartava, ao silêncio e a escuridão que preenchia o vazio do seu inconsistente, as pálpebras pesadas lutavam contra a vontade de se abrir. Resistindo ao chamado de alguém no linear entre o sono e a vigília, a inconfundível figura de um homem começou tomar forma na penumbra distante.
Era Ricardo, o amigo de longa espera, cuja presença trazia conforto mesmo achando ser um sonho.
Paulinho sentou, mas a mente sonolenta ainda emaranhada nas teias do sono, observava a silhueta do amigo que segurava uma bolsa, passou falar com ele. A voz de Ricardo cortou o silêncio.
-Acorde, branca de neve!
Ainda sobre efeito do sonolência, Paulinho esboçou um sorriso tímido, um gesto que achava estar sonhando. Seus olhos, agora um pouco mais abertos fixaram-se em Ricardo que o olhava com um entusiasmo que contratava o ambiente sonolento.
-OOh, Sonâmbulo, isso é hora de dormir?
O comentário pareceu despertar Paulinho, um sinal de alerta, o fez arregalar os olhos. A realidade começou a se impor, dissipando últimas sombras do sono. Com uma exclamação de reconhecimento e alegria, ele finalmente se deu conta da presença do amigo.
-Tio, Ricardo!!
E com alegria renovanda pela surpresa, Paulinho se levantou e correu abraçar seu saudoso Ricardo.
O abraço foi um encontro entre o passado e presente, o laço entre eles se consolidou, fortificado, reafirmando a estranha concessão de um ao outro.
Ricardo apertava Paulinho como um tesouro para não escapar e ser perdido. Por fim, livrou o guri parando a sua frente, olhou nos olhos castanhos do guri reluzindo felicidade e se espantou. Achava que Paulinho havia crescido, e de certo ele estava esticando, perdendo as formas rechonchuda. Depois acariciou o rosto infantil, queira beija-lo de tão belo que seu objetivo de desejo o intigava. Mas não queria assustar Paulinho sendo tão direto,com certeza tentaria automaticamente seduzi-lo mais tarde para depois come-lo como no dia da carteira roubada.
-Como tu, anda... Eu senti tanto sua falta.
-Eu também, senti a sua, tio Ricardo, não veio mais jogar porque viajou, né?!
-Tive que viajar, guri. Coisas de homem, sabe.
-Por que não me levou , Junto. Eu nunca saio dessa cidade.
-Se eu pudesse, te roubaria. Tu sabe disso.
O guri soltou um sorriso tímido. Ricardo o abraçou mais uma vez, aproveitou sintir o corpo, depois sentaram na arquibancada, fincando muito próximos.
Ricardo tinha vindo de calção, um casaco escapava dentro a bolsa precavendo o frio. Paulinho abraçou sua sua coxa direita nua e peluda, encostou a cabeça no ombro, e os dois sentiam o calor um do outro. Poderiam ser pai e filho, mesmo Ricardo ser um pouco jovem pra isso. Mas ele não queria ser o pai de Paulinho porque o amava de outra forma que as regras não permitiam, e que as pessoas não entenderiam.
E Paulinho? Talvez em relação a isso, ele soubesse da forma do seu entendimento essa atenção de Ricardo por ele. De repente, o guri levantou-se para se meter entre as pernas do bombeiro, o que foi uma surpresa a Ricardo.
Rica deixou acontecer, o pau subiu istantaneamente, tanto que Paulinho pode senti-lo. Puxou os braços de Ricardo para abraça-lo se entregando ao peito, um perfume ou desonrando misturando-se ao cheiro masculino, passavam as narinas do guri. Permaneceram em silêncio, somente escutando a respiração um do outro.
Enquanto o queixo com barba rala coçou lhe entre a nuca e a orelha, Paulinho esticou o pescoço , Ricardo fechava os olhos sentindo a pureza que já conhecia do guri.
Pensou no sobrinho e do filho da ex-namorada, e de como foi fácil cometer o abuso com eles, agora não era diferente, mas Deus mandou trovão, que soou para alerta-lo
Havia de se controlar sabendo dos perigos que um pervertido sofreria se pego, os amigos iriam chegar logo, ele não iria arriscar como antes.
Não deu dois minutos desse pensamento, e as luzes se acenderam, alguns de seus colegas deram as caras a distância, na entrada. Um deles deu um assobio quando os viu juntos, eram seis, pareciam ter combinado chegar todos juntos. Mais dois surgiram caminhando, entre eles, o PM Bruno, o bombeiro Rogério.
Ricardo êxitou se levantar quando todos já haviam se aproximado. Seu pau duro como madeira denunciaria algo entre ele o guri, se levantasse .
Mesmo antes , no começo das vindas, muitos além de Ricardo , Paulinho já havia se esfregando entre as pernas de alguns daqueles homens ali, os deixando igualmente felizes. Dos doze e treze militares que frequentavam os jogos, pelo menos três deles tirando Ricardo e Sandrão, não poupavam o bubum do mascote do time entre protuberâncias duras ocultas nos calções curtos de alguns.
Entretanto, não passava de um abuso momentâneo, uma esfregadinha , tirando uma casquinha, e nenhum desses outros fez algum pedido ou algo pior que a dupla de amigos. E entre esses três abusadores, não incluía o jovem Rogério ou o desafeto e Sandrão, o PM Bruno.
Todos o comprimetaram Ricardo, e o guri.
Felizes pela presença do mascote dos times, o convidaram bater uma bolinha. Ricardo teve que esconder o que levantava o tecido do seu calção, puxou a camisa quando Paulinho saltou para chutar bola com os homens.
Obviamente alguns perceberam que algo acontecia entre ele e o guri antes de chegarem, mas permaneciam em silencioso quanto aquilo.
Muito antes, alguns comentários surgiram questionando existir algo entre os dois pela proximidade de Ricardo ao mascote, entretanto era tudo pelas contas. Mais uma vez tenho de dizer que os anos 80/ 90 eram crus, e ninguém na sua moral estava ligando para aquilo.
Quando começaram formar os times, um grito surtiu poderoso da entrada, todos sem exceção levaram um baita susto. Era Sandrão, com mais uma de suas brincadeiras. Ele já estava de calção e com a camisa do time, saio em dispersada em direção a quadra, tentava tirar a bola dos pés de um dos colegas, ao conseguir, viu Paulinho e fez um passe a ele. - Chute para o gol, guri.
O chute do guri sai fraco, porem, quem estava no gol, com fingimento de querer defender, deixou que bola passasse.
Sandrão correu ao encontro do guri, o segurou pelos pelas axilas para levantar ao alto.
-É isso aí, campeão.
-Aiii, tio Sandro.
-Que bom que tu veio... Querido.
As mãos faziam cócegas na barriga, e igualmente nas axilas, fazendo Paulinho se retorcer tentando escapar do PM Sandro. Ricardo ainda permanecia sentado, assistia a distância enciumado , mas não expressava isso aos grupo.
Quanto Sandrão se aproximou para comprimenta-lo, ele estendeu a mão sem vontade nenhuma, mas o aperto animado e forte do PM que chocoalhava seu braço o fez soltar um sorriso forçado.
-Nada de desanimo. Disse Sandrão.
-Eu não estou desanimado, ao contrário, quero ganhar hoje de vocês, e tu vai pagar a cerveja.
Para Sandrão, era um bom sinal ver Ricardo se expressar animado para ser o cara campetitivo como nos velhos tempos.
Fizeram uma roda para organizar a partida, Paulinho se enroscou com Ricardo, que o abraçou por trás, como sempre o guri queria fazer parte do conjunto. E como sempre, era os "PM vs Bombeiros", valendo a rodada de cerveja no bar Do Tonhão. Mas era visto que faltava um no time de Ricardo. " O Reinaldo não veio".
-O Reinaldo não veio. E da última vez, ele ficou responsável de levar as camisas para lavar.
-Que merda.
-Bom, então jogamos sem camisa, e um de vocês joga com a gente. Disse Ricardo.
-Sandrão joga com a gente, então. Sugeriu Rogério.
-Já sabemos que vocês dois são um casalzinho.
(disse em tom de zombaria, o PM Bruno) .
-Por mim tudo bem. Respondeu Sandrão.
Alguns riam, enquanto Rogério preferiu ignorar Bruno para manter a armonia, com Sandrão não era bem assim.
Os olhos rapineiros de Sandrão voltaram-se ao colega PM, o afugentando no silêncio, se Bruno não fizera nunhum comentário na viatura enquanto trabalhavam, agora, ele teve a chance de rebaixar Sandrão na frente dos colegas.
-Tudo bem. Disse Sandrão mais uma vez . Eu jogo para os bombeiros, mas depois não reclamem...
-Eu passo jogar. Expressou-se Paulinho.
-Tu sabe que pode se machucar. Disse Ricardo. Senta lá, depois a gente chuta bola com você. Isso é Jogo de homem, lembra?
-Mas eu sou homem. Resmungou o menino. Por que nunca deixam eu jogar?
Paulinho foi ignorado, caminhou emburrado para arquibancada, sentou e cruzou os braços , mas ele viria como Ricardo tinha razão. Os jogadores dos bombeiros tiraram as camisas, Sandrão era branco como leite, forte, tipo o biótipo de jogador de rugby, seus talvez 1.90, engrandecia-se a todos em quadra.
Ele bufava e arrastava os tênis para trás, como um Touro ; Ricardo previa o pior . A bola rolou, e Sandrão mirou seu colega de corporação, iria caça-lo com um falcão caça um rato em campo. O comentário sobre ele e Rogério, serem namorados, teria seu preço.
Paulinho torcia para os bombeiros, obviamente por causa de Ricardo, e com Sandrão jogando junto, o guri tinha certeza de que ganhariam fácil. Mas logo de início, um gol saiu para os PMs, e quando o ponta pé seguinte recomeçou, e a bola foi chutada para o PM Bruno, Paulinho viu como Sandrão correndo como uma locomotiva descontrolada, levantou o colega de trabalho no ar. O corpo bojudo de PM Bruno aterrizou como um saco de Batatas jogado de um caminhão, e ele refletiu uma instantânea careta de dor. Ainda de bruços, abraçou ao corpo enquanto gemia.
-PORRA, SANDRÃO... Gritou o PM Marcos protestando enquanto se aproximava.
Sandrão estendeu a mão para ajudar Bruno se levantar antes que os outros se aproximarem.
-Desculpa , aí... Foi mal.
O PM Bruno não disse nada alem de sibilar demonstrando dor. Mas Sandrão ainda não havia terminado, Ricardo podia ver através do risinho do amigo que ele não se dava por satisfeito. Um gol dos bombeiros veio em seguida, depois outro, quando os PMs conseguiram empatar, Sandrão decediu contra-atacar Bruno novamente. Desta vez, ele passou uma rasteira por trás do seu desafeto quando esse carregava a bola perto da pintura da área. O PM Bruno caiu com os ante-braços protegendo o rosto, caso contrário, seus dentes certamente quebrariam no piso da quadra. Mas o impacto o deixou desnorteado, e mais uma vez ficou de bruços gemendo.
Sandrão em tom de fingimento estendeu a mão ao inimigo novamente . O PM Bruno havia entendido , e antes que pudesse ficar em pé para socar o colega, levou mais uma rasteira o fazendo cair de bunda.
Os outros se próximaram e a, confusão começou.
Marcos , demonstrando tamanha indignação, cometeu erro de empurrar Sandrão. Mas de imediato sentiu o poder do seu soco acertado em cheio entre o peito e o ombro.
O impacto fora tão forte que marcos foi parar no chão, gemendo com a mão sobre o ombro lesionado, a discussão se deu por minutos. Sentado a distância Paulinho assistia toda violência assustado, e não fosse a turma do deixa disso comandada por Ricardo, aquilo teria sido pior.
Após a confusão, não houve espaço para reconciliação, os PMs Bruno e Marcos, sem trocar uma palavra sequer, recolheram suas coisas e partiram. O ambiente tenso e carregado de emoções negativas era paupavel, e outros jogadores expressavam claramente o desconto, buscando desculpas para não permanecerem ali. Um trovão retumbante soou, e muitos aproveitaram ir embora para não pegar o temporal.
Ricardo, sentindo-se frustrado com o desenrolar de tudo aquilo, observa a partida dos militares com desgosto.
Foi então que Sandrão tentando evitá-lo, levantou e anunciou que tomaria um banho para tirar o suor antes de seguir seu caminho. Rogério disse o mesmo, fez-se de desconsolado e seguiu atrás do PM. As emoções de Rogério demostravam claramentes apoio ao PM, sentiu-se recompensado pelo que Sandrão fez com Bruno. Ao alcançar o PM para desmontrar seu sentimento de vingança, enquanto entravam no corredor dando o vestiário, os dois riam reescrevendo o episódio.
Agora sozinhos, Paulinho e Ricardo permaneceram sentados lado a lado. Olhavam a vastidão da quadra junto com o silêncio deixando pelos homens. Era frigido e complacente, mas era melhor daquele jeito sem agito humano desagradável : pensou Ricardo. Estar a sos, ao lado do seu amado guri, o tirava da frustração daquio tudo.
-Vou ter que ir, tio Ricardo... Disse Paulinho.
Ricardo, virou-se ao guri surpreso.
-Já , mas é cedo! Olhou o relógio marcado 18:oo horas.Achei que disse disse sentia minha falta para ficarmos juntos, guri? !
- Minha tia não veio hoje, e já está tarde, tenho que pegar o ônibus antes da chuva. Paulinho imaginava o que sua mãe pensava onde ele estaria quando chegasse em casa.
-Isso não é problema, eu te levo. Que tal?
Ricardo bateu com sua perna na do guri ao sugerir a carona.
-Ok... Mas vai ter que avisar minha mãe.
-Gosta de hambúrguer?
-Claro que gosto! Por que?
-Porque depois vamos comer no McDonald's. Antes, ligo de um orelhão avisando sua mãe que estarei te levando para casa.
-Obaa... então tá combinado.
Depois, Ricardo convidou Paulinho para uma simples troca se passes, um gesto simbólico para relembrar os momentos de amizade que os uniram.
Enquanto chutavam a bola de um gol ao outro, já demostravam certo tédio, e foi quando Ricardo sugeriu : Vou tomar um banho. Tu também, vem?
Paulinho assentiu, pensando no McDonald's e nos hambúrguer , aceitaria tudo que Ricardo pedisse. O guri estava suado, com sede, de repente correu para o corredor avisando que iria tomar água enquanto Ricardo pegava suas coisas.
Ao chegar no bebedouro , um estrondo junto um clarão ecoou tão alto que ele se encolheu com o susto , no mesmo instante as luzes se apagaram, deixando tudo as escuras. Então as gostas começaram bater forte nas telhas metálicas do complexo , trovoadas aconteciam em intervalos, o temporal havia começado.
Paulinho imaginava sua mãe preocupada, molhou a cabeça e enfiou a boca na saída de água do bebedouro.
Escutou vozes, risos e cochichos, lembrou de que o PM Sandro e Rogério estavam no vestiário para o banho. A vontade de rever o PM pelado lhe passou pela cabeça. Mais vozes surgiram da quadra, Ricardo estava conversando com alguém quanto o guri voltou metade do corredor, enxergou que se tratava do porteiro. Talvez tenha saindo da guarita para falar sobre queda de energia.
O porteiro não podia saber que Paulinho estava ali, contaria tudo para sua tia no dia seguinte. Cauteloso, o guri retrocedeu ao corredor para não dar as caras, escutou Sandrão e Rogério... A curiosidade do que acontecia levou Paulinho dar alguns passos.
Numa tentativa inconveniente de espiar adentro do vestiário, se aproximou da porta que estava aberta fazendo com que vozes dos dois ecoarem. Depois entrou sorrateiro como sempre, passou as colunas ficando escondido numa delas para vigiar em segredo.
Estava escuro, mas dava Paulinho enxergar as silhuetas brancas, nuas de costas dos dois amigos embaixo das duchas. O gaz garantia a água quente e o vapor subia no ambiente embaçãndo os espelhos. Os marmanjos faziam um tipo de brincadeira de agarar um o outro, um tipo de luta, e Paulinho podia ver que eles tinham seus paus duros, plenos ao ar. E com um tipo de brincadeira de luta, Sandrão tentava puxar as mãos de Rogério a seu pau. Paulinho seguiu adiante tantar ver melhor, e foi quando a força voltou e as luzes se acenderam. Os dois homens levaram um susto ao se deparem com o guri.
-Puta que pariu... Disse Rogério, escondendo seu minúsculo pênis ereto.
-Tava espiando Paulinho?Argumentou Sandrão.
Ricardo serviu como um interruptor antes que Sandrão tomasse alguma ideia pervertida ao guri, a familiaridade de situação não tornava as coisas diferentes que os três homens viveram antes. Ricardo notou de imediato Sandrão e Rogério excitados, o desconforto deles era palpável. Uma nuvem densa de emoções não ditas e olhares desviados garantia a tensão. Os dois não queriam o comentário do PM Bruno parecesse a Ricardo verdadeiro.
Ricardo como sempre, não perdeu tempo de aliviar a atmosfera. Despiu-se, mostrando totalmente excitado como eles. Virou-se a Paulinho que tinha os olhares no seu pau.
-Não vai se juntar com a gente no banho, Paulinho?
O guri levou um tempo responder, assentiu ser dizer nada, sentado no banco, começou primeiro tirar os tênis.
A complexa e carregado emoção que os homens sentiam, era um reflexo que esperavam o que aconteceria diante de tanta tensão sexual, instantâneamente desenvovida sem planejerem abusarem juntos do guri.
Exeto Rogério, que se mostrava ansioso com pensamentos difusos, não o imaginava o guri numa servidão a três homens adultos, mas não deixou por uma momento fantasiar tal absurdo.
Ricardo e Sandrão, com olhares ansiosos, aguardavam pacientemente que seu amiguinho terminasse de tirar a roupa. Eles observavam cada peça tirada com expectativa, quando finamente Paulinho ficou pelado, não puderam conter a alegria que transbordava em seus rostos e paus pulsando. Paulinho tinha um ereção que tentava esconder com as mãos, mas como camaradas, Ricardo e Sandrão o encorajaram a mostrar, afinal todos se mostravam recíprocos quanto a estarem de pau duro.
-Não tenha vergonha, Paulinho, todos nos aqui estamos do mesmo modo. Disse Ricardo, guiando o guri ao chuveiro.
-Isso mesmo! (Disse Sandrão.) Somos todos homens aqui, não há do que se envergonhar . A não ser do pau Rogério, tu já conhece meu pau e do Ricardo.
Quando o encorajado, Paulinho tirou as mãos cobrindo a virilha exibindo seu pauzinho de menino, quando entrou em baixo do chuveiro, Sandrão fez uma piada.
-Tá vendo, Rogério, o guri tem o pau maior que seu.
Podia ate ser, não fosse o pauzimho de Rogério ser ligeiramente mais grosso. Paulinho esticou a cabeça conferir o comentário olhando Rogério. De fato, ele achou minúsculo demais para um homem adulto.
O jovem Rogério não protestou a piada, argumentou, relembrou da vez que sos, três se masturbaram juntos, ganhando a competição como a gozada mais poderosa que o amigos.
Em meio a Ricardo e Sandrão, Paulinho ficou dividido enquanto observava o pau de ambos. Não queria que o seu fosse tão insignificante como o pênis de Rogério, e os membros lado a lado compensavam seu pensamento ingênuo. Sandrão que com seu pau circuncidado, maciço e grosso, parecia exibiu todo seu vigor ao guri. A água caia sobre a cabeça inchada exposta e sensível, dando a seu dono a sensação de toque. O saco com dois ovos grandes, estavam pensandos indicando estarem cheios. Paulinho esquecera de como aquela parte do PM Sandro chamava tanto sua atenção .
Quanto a Ricardo, esse não parecia incomodando em não ter tanta atenção do seu amado guri, por um momento, fantasiou Paulinho chupando Sandrão exibido-se a ele.
Notando que Paulinho tinha mais atenção na sua vitalidade carnuda, Sandrão teve a ideia de pegar o sabonete. Atirou ao canto. E os três homens olharam o guri ansioso, esperando uma reação sua.
O guri viu a peça de higiene escorregar no chão bater e parede, olhou os homens com sorrisos maliciosos.
-Que tal juntar pra gente, guri? Disse Sandrão, decemente.
Paulinho sem ideia da tal brincadeira, obedeceu, e ao se agachar, os três pervertidos esticaram o pescoço contemplando seu bumbum se abrindo, mostrando-lhes o cuzinho pelado. Coletivamente as mãos apertaram suas protuberâncias ansiosas na vontade de explorar aquela doce entrada.
Não era por aí, existia o limite de tentar convencer Paulinho a tal agressão carnal, mesmo que moderado com cuidado expor o guri ao sofrimento, perdurava em Ricardo certo receio. Por um momento ele olhou o pau enorme de Sandrão pensando na incompatibilidade anatômica. Mesmo Paulinho já antes sentido aquele cabresto grosso, no momento eram três contra um.
Quando Paulinho trouxe o sabonete entregando a Sandrão, o PM deixou cair no chão novamente . De costas a ele, Paulinho abaixou mais uma vez mostrando a paisagem ao cretino. Rogério entre suas costaa, bateu no ombro do PM com risinho, Ricardo assistia tudo, excitado , perdia o controle das emoções.
Quem entrasse no vestiário naquele momento se separaria com a imagem da perversão. Sandrão inventou de fazerem do sabonete uma bola de futebol, com passes aos outros, faziam Paulinho de bombinho tentar roubar o sabonete. Os toques com os paus em seu corpo eram inevitáveis, as mãos puxavam seu corpo contra a virilha, com os homens por momentos disputando o guri.
No momento em que a tensão sexual no vestiário atingiu seu ápice, um raio soou e as luzes se apagaram outra vez. Por um momento da brincadeira as vozes de pega misturavam-se com gritinhos do guri fugindo dos predadores no cio . Rogério parecia um pouco cauteloso com a evolução de tudo aquilo, achava que a situação não passaria de um jogo sexual espontâneo comando por Sandrão . Estava tão excitado quanto aos outros, mas não garantia algo maior acontecer. ##O pouca clariade vinda dos fundos, mostrou-lhe no momento Paulinho como recheio entre Sandrão e Ricardo. Eles se esfregavam no guri com malícia, Rogério soltou um risinho nervoso com a cena. Viu que Sandrão inclinou Paulinho para colocar seu pau entre as nádegas, e pensou chocado :Eles vão estrupa-lo.
O guri protestou. - Aiiiiii . O enorme pau forçou de certo seu cuzinho incomparável com o calibre.
-Vai com calma , Sandrão... Reclamou Ricardo cochichando. Isso não é uma boceta larga.
-Deixa então eu ficar só esfregando. ( Em seguida Sandrão perguntou ao guri com um sussurro, se ele queria chupar o pau do tio Ricardo guri?)
Os olhares de Ricardo e Paulinho se encontraram mesmo que o ambiente escuro escondesse a vontade e a ansiedade do guri. O prepúcio foi arregaçado expondo a glande vermelha e brilhoso, melada de vontade de carrinho. Paulinho começou fazer o que sabia fazer de melhor, Ricardo ergueu a cabeça sentindo a boca quente de seu amiguinho cobrir metade do seu pau, para depois no sobe e desce garantir a compacta chupanda.
Enquanto Rogério assistia incrédula a cena, Sandrão que se esforçava com as pernas dobradas equilibrar a altura do pequeno imponente, para continuar esfregar o pau entre as nádegas pequenas. Depois o amigo convidou participar do abuso. O jovem bombeiro êxitou no senso de que aquilo, era no mínimo um estupro contra uma criança.
-Ele é apenas um guri, acho que vocês estão indo longe demais. Disse gaguejando.
-Que nada, tudo mundo é homem aqui, deixa de frescura, vem logo. Esse guri adora macho, e vai dar pra nós três.
Embora Rogério estivesse chocado, a excitação o levou questionar-se , mas se o porteiro decidisse entrar por aquela porta sua vida estaria arrumanda. Ele pensou nisso com receio.
Aproximou-se, olhou Paulinho saboreando o pau de Ricardo , os dois homens deram um risinho para acegurar de estar tudo bem.
Sandrão percebeu no minúsculo pau de Rogério um longe fio de pre-gozo escorrer, passou o dedo entrelaçando o fluido. - Aqui, Paulinho.
O guri virou-se e o PM deu-lhe o dedo lambuzando, Paulinho sugou, fez uma careta. Era como mais uma interpretação para agradar os homens que o abusavam.
-Vai chupar o pau do tio Rogério, também? Perguntou Ricardo.
Paulinho olhou Rogério de baixo e perguntou :
-Vai me dar o que, em troca?
Os três homens riam.
-Ele é uma putinha. Disse Sandrão. Deixando de bulinar o bumbum, posicionou para formar uma roda em volta do guri. Depois vocês acertam preço. Agora chupa o pintinho dele, Paulinho.
Paulinho segurou o pênis minúsculo, o estudou, e disse :
-É pequeno, mesmo...
Aquilo cousou um reboliço engraçado , Rogério mostrou-se ligeiramente ansioso e ofendido, mas depois, ele sentiu o quanto aquela boquinha era quente e especial, se entregou ao prazer, mas parecia cauteloso olhando em direção a porta.
Ta na hora de chupar um pau de verdade. Argumentou zombateiro o PM, virando a cabeça do guri a sua virilha.
Enquanto o mascote do time dos militares revezava os três paus um de cada vez, lá fora, a chuva torrencial transformava ruas em rios urbanos. E enquanto a cidade se encolhia sob o peso da água, o porteiro se encontrava refúgiado em sua guarita. Imerso na leitura de um jornal, ele estava distante dos gemidos e sussurros de um gang bang no distante vestiário....
A voz de Sandrão soou sedenta - Levante as pernas dele.
Paulinho, agora deitado sobre o banco, era um franguinho assado pronto para ser devorando pelos três homens. Carregandos de tensão, pareciam quer revezar seu pequeno urofício numa disputa com mãos e dedos passando disputar, examinar seu cuzinho.
-Que delicia...
Ricardo debruçou a cabeça entre as pernas do guri, e com Sandrão, revezaram com a língua o pequeno urofício, e mesmo com odor e traços de fezes eles faziam aquilo sem sentir qualquer repulsa.
-Vai deixar a gente comer esse cuzinho, Paulinho?
Eram coisas que Paulinho escutava, enquanto o suor dos corpos sobre ele caia sobre seu rosto.
Sem assentir qualquer ousadia, ele reclamou quando um dedo o penetrou com ajuda de um sopro de cuspe. Enfim, escolharam quem seria primeiro.
Rogério enfim havia se entregando, convencido de ser o primeiro , seu pau entre dez centímetros relativamente compatível as anatomias do guri , abria caminho para coisas maiores, impacientes por sua vez.
Lutava segurar o esporro, enquanto mandava suaves estocadas. Fixo em Paulinho , que parecia tranquilo e sem dor aparente, ele resignou-se a perversão.
-Vou te dar um belo presente. Sussurrou Rogério enquanto mandava ver.
-Se esta já com vontade de gozar, saia. Deixe Ricardo meter. Disse Sandrão, que aparentemente no comando, notou pelo cara de Rogério uma gozada iminente.
Ricardo que segurava as pernas de Paulinho no ar, passou-as a Sandrão, deu a vonta, ficando sentado entre o banco de frente a visão do pecado.
O cuzinho rosa, pelado, abaixo do saquinho e pauzinho duro, de Paulinho indicava estar receptivo, o guri fixou nos olhos seu amado que lubrificava seu pau.
Pediu :
-De vargarzinho, tio Ricardo. O guri mostrava-se claramente ansioso, sabia que não seria fácil.
- Não tenha medo, Paulinho. Vou fazer que não seja dolorido.
-Tá...
O bombeiro mirou seu pau de 15cm na entrada do guri, depois se debruçou sobre ele, forçou e entrou de vagar, Paulinho soltou um gemido, e um beijo de Ricardo o consolou da dor.
As mãos de Ricardo firmou-se na beirada do banco, ele levantou o tronco para olhar nos olhos do seu objeto de desejo , empurrou o pau mais fundo, o deixando parado por um tempo.
Fitou Sandrão que assistia com seu sorriso sedento, esperando sua vez chegar, ao voltar o rosto sofrido de seu pequeno amor , acaricio-o no rosto como última forma de compaixão. Dedicado, Ricardo começou devagar, era como estar no céu que ele já havia entrado uma vez. Macio e apertado ao mesmo tempo.
Paulinho concentrou-se no olhos vampirescos de Ricardo para leva-o a paz do que sentiu por ele. O pobre guri não sabia o que era.
Enquanto jogava suave a virilha a inocência já a tempos perdido, o orgasmo veio fustigado e poderoso.
Ricardo dobrou-se sobre Paulinho, e gemeu. - ";Urhhhhhh. Serrou os dentes jogando a cabeça ao ar, o esperma vazou fora, sobre o banco.
Antes do amigo se acomodar a fadiga do prazer, Sandrão pediu por direto sua vez. Ricardo, ofegante, se retirou da posição de privilégio sedendo ao amigo o orifício escorrendo fluido. Um beijo foi negado quando Sandrão tentou imitar o amigo, e mesmo começado com cuidado, Paulinho sentiu o incômodo da penetraçao.
-De vagar, ... Aiiiiii aiii
Ricardo estava ali para aponha-lo, pedia cuidado...
O PM queria ir ate o fundo daquela fossa rasa, estacionou a virilha e segurou nos tornozelos de Paulinho, garantindo certo equilíbrio.
Parecia cruel ver o guri sofrer ao receber aquele pauzão , mas Paulinho foi um guerreiro como antes.
E como entes, Sandrão sabia da desvantagem física entre eles, faria aquilo com maior cuidado.
Empurrou de vagar seu pau que era quase a grossura do pulso daquele fedelho metido a veado, seus ovos brancos e pesados encostaram no bumbuzinho .
-Parabéns por aguentar mais uma vez meus 18 centímetros, Paulinho.
Rogério estava ao lado, que se mastubava, junto com Ricardo voltando se excitar, assentiram a frase do PM sorrindo. Eles pediam juntos que Paulinho respirasse devagar enquanto pau se movimentava, o guri olhava cada rosto sobre ele, a dor era terrível. Como uma ave de rapina sobre sua minúscula presa, Sandrão prendia o guri sobre seu corpo colossal e músculoso.
Sandrão inclinou-se para beija-lo, por um momento, língua viscosa entrou sem permissão na boca do guri. Paulinho protestou, virava o rosto tentando evitar acontecer, a barba de um dia por fazer o machucava, fora dor do pau indo fundo com movimentos mais rápidos da virilha. Começou gemer em desespero, Ele olhou ao lado, esperando Ricardo salva-lo, mas seu amado parecia estar gostando do que assistia. O guri começou a chorar.
Sandrão parou, respirou fundo, o mínimo movimento o faria explodir , mas tudo parecia contra, ele tirou o pau para fugir do orgasmo, porem era tarde.-Ohhhhh merda, Ohhhhh. Ohhhhh...
O esperma jorrou sobre Paulinho que se protegia se encolhendo do fluxo continuo. Como expectador, Rogério também não aguentou, e deu outro banho no guri. Ohhhuurr... Depois Ricardo, com sua reserva de porra... Eu te amo, Paulinhooo...eu te amo, eu te amo...
*****
O temporal havia passado, e energia votado, enquanto no chuveiro, a água caia sobre Paulinho.
Irritado, ele tentava tirar a abundância de esperma agora gelatinoso, misturado com espuma que impregnava sua pele e cabelos. Quando Ricardo se aproximou, Paulinho o repeliu.
limpava o reto dolorido quando virou-se para os homens com seus olhares sobre ele. Ricardo permanecido em pé, muito próximo ; como sempre, depois sem a carapuça do vampiro, sentia-se devastado vendo Paulinho daquele jeito.
Rogério perecia envergonhado com tudo aquilo, não tinha coragem de olhar no rosto de quem ele junto com os amigos estuprou.
Sandrão, sentado no banco, notou que guri se esfregado como uma coceira, logo lhe passou o olhar de revolta.
Entre as pernas abertas, o pau circuncidado violador parecia enorme mesmo mole de satisfação . Um sorriso zombateiro do PM para o guri fez Paulinho fantasiar e planejar uma vingança contra o PM.
Ao saiu do chuveiro, enquanto Sandrão o encarava tentado intimida-lo, Paulinho pegou as toalha para se enxugar, a média que se encontravam dava Sandrão agara-lo.
-Esta chateado? Esse é o ritual de passagem pra entrar no grupo. Teste de veado... Talvez agora tu aprende ser homem, guri. Disse zombando, Sandrão. Ricardo pediu que amigo se calasse , aproximou-se de Paulinho, mas uma vez foi rejeitado.
-Ou não... Provocou Sandrão enquanto o guri odesafiava com um olhar mortal.
-Cala a porra da boca, Sandrão. Gritou Ricardo ao amigo. Sandrão se levantou, bufou como um touro mas não disse nada, respirou fundo junto com um risinho compensador, foi ate o chuveiro tomar seu banho. Os três homens tinham noção que haviam feito algo errado, mas agora seria com Ricardo resolver, convencer Paulinho guardar segredo, mas o guri ainda parecia evita-lo.
Depois de sair do chuveiro e se sacar, ainda nu, Sandrão, segurava e mexia no seu relógio, escutava Regerio conversando com Ricardo sobre o ocorrido. imerso em seus pensamentos parecia evitar falar sobre aquilo ser um estupro. Quando Paulinho já vestido, com a mochila nas costas para partir se aproximou silenciosamente por dele, Ricardo, ajustando os últimos botões do casaco, observa a cena com uma mistura de expectativa e ansiedade. No momento em Sandrão votou-se para Paulinho e lampejou de serpresa, não sabia que o esperar do guri.
-Se espere que eu peça desculpas, esqueça, guri. Eu sei que tu gostou de levar três paus.
Paulinho não disse nada, encarou Sandrão com desprezo, depois teve atenção na virilha com pênis cabeçudo, agora encolhido no minho de pelos, estudou os testículos relaxados como duas bolas de sinos. Ricardo e Rogério a distância não poderiam prever o aconteceria. Diante ao guri, Sandrão soutou seu sorriso ironico de sempre e chocoalhando o pênis flácido, disse :
-Tu nasceu para gostar disso, viadinho. Uma vez veado, sempre veado.
Paulinho mirou e cálculou, concentrou mentalmente toda a força para golper seu inimigo. O que aconteceu a seguir, foi o que Sandrão não esperava.
- Filho da puta...
Disse Paulinho, no momento que chutou a virilha do seu carrasco o fazendo se encolher de dor. Antes de cair no chão para revirar-se de angústia, as mãos do PM tentaram alcançar o guri para esmaga-lo ,mas Paulinho saltou para trás. Está doendo né? Disse zombando enquanto Sandrão na posição de feto se retorcia todo. Paulinho olhou para Ricardo com desprezo, virou-se, pulou o banco e sumiu pela porta dupla.
-VOU MATAR ESSE VIADINHO... O grito ecoou ate guarita onde o porteiro estava, quando levantou ver o que estava acontecendo, Paulinho passou como um foguete pulando por cima da roleta, e sumir na rua...
Na entrada da quadra, porteiro se deparou com PM Sandro pelado, parecia sentir dor nas pertes baixas pois estava com as mãos sobre a virilha , os amigos aparecem para conte-lo não deixar sair na rua.
******
A história de Paulinho e Ricardo é um reflexo das complexidades das relações entre um menino e um homem adulto. E dos erros que, às vezes, cometemos. Diferente do PM Sandro, o arrependimento mostrava sua humildade e desejo de corrigir seu erro. Mas Paulinho nunca mais voltou ao Sesc, ver o jogo dos militares para ele lhe pedir desculpas. Em situações como aquela, podia ser útil procurar seu amiguinho por aí.
No entanto, com sua tia desligada da portaria, Ricardo não tinha nenhuma informação para leva-lo ao paradeiro do seu amado.
A ausência de Paulinho serviu-lhe como um lembrete doloroso, o tempo passou, e as lembranças ficaram, e enfim Ricardo casou-se. Anos felizes, tristes lhe deram amadorecimento, os filhos vieram, duas lindas meninas, que ele devia toda atenção, o vampiro havia sido encoberto com um manto moral, mas as vezes na sua rotina, se deparando com guris aquela figura lugar ao bom homem . Mas os tempos mudaram, as leis haviam moldado a caça de vampiros como ele. E vampiros passaram ser rotulados como pedófilos, limitado qualquer ação dele.
Sandrão havia se separado, casou-se movamente e teve mais tres filhos, conseguiu virar sangento e depois tenente , o bom salário garantia o sustento da penca de filhos.
E Rogério?
Certa vez depois de um jogo, no vestiário, quando ficaram a sós, Sandrão virou Rogério de costas contra a parede, e o enrabou . O jovem bombeiro pareceu gostou de dar a bunda.
Os dois compartilhavam da suas homossexualidade enrustida como amantes por um tempo , até Rogério se mudar para Paraná, mas sempre que voltava a Porto Alegre visitar parentes, eles se encontravam.
Certa vez quando Sandrão patrulhava pelas ruas sombrias com seu batalhão de subordinados, ele reconheceu saindo das sombras para perto de um veiculo : o próprio Paulinho, agora crescido, transformado do belo rapaz de estatura média. Fazia programas na Julho Pereira no rua de miches. Sandrão passou a vigia-lo, o fragou numa batida policial desonesta quando o rapaz servia sexo oral a um cliente dentro do carro. Paulinho o reconheceu de imediato, algum insulto foi tido ao PM , mas o rapaz preservou o policial diante muitos como ele, de um dia o superior fardado a sua frente, o teria violado.
Por volta dos anos 2.000 ,em churrasco com militares,
quando a sós, Ricardo ficou sabendo por Sandrão que seu antigo amor agora adulto, servia clientes nas ruas, também fazia parceria com com traficante preto, chamado Nelson.
Então Sandrão perguntou se o amigo queria reve-lo .
Ricardo se inbi-se na vergonha e medo de ser expor, não queria , a família era mais importante que a nostalgia. Quando suponhou que Sandrão achasse que ele tinha tendências homossexuais, deixou claro que não tinha nenhum interesse em homens.
De fato nenhum homem com mais de 13 anos atraia Ricardo Reno, seu desejo era por meninos, ele era um pedófilo.
Com o tempo, enquanto Sandrão seguia os passos jovem Paulinho, testemunhava no que ele se transformava, como uma lagarta, o jovem transitava para uma bela borboleta vermelha, volúpitosa e sexy.
O PM por vezes o confrontava, obcecado, o canalha de sempre , agora desejando a nova forma de Paulinho, passou chantagea-lo pelo fato de ser um traficante, o forçava ter sexo as escondidas do seu namorado Nelson, outro tráficante da pesada. Depois de Ricardo torturando pelo passado, resolvido pelo menos de dizer um oi, pediu para Sandrão leva-lo para seu encontro.
Uma noite em um evento militar, depois de uma beberia, enquanto dirigiam Sandrão desafiou Ricardo entrarem em uma boate gay muito próximo onde estavam. Ricardo recusou claramente, mas pergunto-lhe se ele queria ver Paulinho.
Sandrão não precisa mostrar nada para entrar na boate, sua farda era suficiente para os seguranças o deixar passar. No coldre, a poderosa pistola intimida as pessoas. Ele passava sem pedir licença por alas, Ricardo também fardado, se perguntava o quê eles de fato faziam , quis sair dali, mas estava decidido a rever Paulinho. Pensou pelo fato de que Sandrão queria sueprende-lo.
Na boate gay, as pessoas olhavam os dois militares achando que alguma emergência acontecia ,cochicham, davam passagem. A música tocava alta, junto fleches de luzes, Sandrão parou uma travesti. " Polícia", onde esta Manuella? "
-Fazendo show.
A travesti apontou para palco, Sandrão puxou Ricardo pelo braço para se aproximarem do palco, onde uma travesti fazia uma performance. A pista estava lotada e Sandrão pedia as pessoas sairam do caminho para se aproximarem do palco. Ao alcançar a murada, Ricardo perguntou em voz alta qual era de tudo aquilo.
Sandrão fez um gesto com a cabeça em direção ao palco, e só depois Ricardo entendeu . Sandrão voltou-se para Ricardo, o amigo parecia meio incrédulo,ele poderia ter falado que Paulinho agora era Manuella, mas queria fazer-lhe uma surpresa, não sabia se dresagradevel ou não, mas a cara do PM era de satisfação.
-Uma vez veado, sempre veado. Disse o PM, em desagrado.
Manuella tinha pernas compridas, femininas e torneadas como de um homem, o santo alto fazia as panturrilhas se destacaram. Ela vestia uma espécie de baby-dall rosa com asas vermelhas nas costas, como uma borboleta.
Os cabelos andulados, compridos, vermelhos que eram espalhados enquanto dançava sensualmente para o público histérico insinuando sexo destacavam sua beleza. Ao som de "Chappell Roan, Manuella começava outra performance com a música - Good Luck, babe".
Ali estava o que um dia foi seu Paulinho.
Quando o rosto de Manuella voltou-se a eles, seu rosto pálido e belo destacou os olhos entre a rimel preto, pesado. Entre línguas pra fora e caretas de sua performance, Ricardo pode ver que ela usava dentaduras de vampiro. Ela era uma tipo de borboleta vampira. Um vampira como Ele.
Mas ele não entendia direito aquela simbologia do destino , estava absorto com o choque.
Não se importava o que hoje Paulinho era, mas uma tristeza tomou sua alma, o que lhe ocorria não era conta de ninguém. Ele queria ir embora, mas estava hipnotizado pela vampira no palco.
Foi neste inalmente Manuella notou Sandrão." O que aquele desgraçado estava fazenda ali, ainda mais fardado" ... Mas logo reconheceu Ricardo a seu lado, parou a performance o encarando, sua expressão foi da sensualidade a sensibilidade do espanto instantâneamente, mas mudou para a tristeza enquanto naquele instante reviam um o outro.
A música ainda tocava, o público não entendia a renpentina paralisia da incrível performance de conhecida Manuella, e mostrava-se confuso. Ricardo pode ver os olhos marejados de Manuella , e pode sentir toda solidão que Paulinho sentiu a sua espera.
Ele baixou a cabeça para se conter, quando ergueu a novamente , e foi quando Manuella ou Paulinho, virar-se para sair do palco, e voar para sempre da sua vida.
Ricardo viria Manuela mais, mas não como da última vez, na boate, quando Sandrão foi atender uma coerência as margens do rio Guaiba, ele viu seu amigo, chefe dos bombeiros, agachado ao lado ao lado que um dia foi seu amado Paulinho. A equipe do corpo de bombeiros haviam resgatado o corpo a poucas horas. A autópsia dias depois indicaria homicídio, dois tiros haviam atravessado o peito, o silicone havia vazado fora, e no momento Manuella tinha apenas um seio. Outro tiro atingirá a cabeça, e tudo indicava que o corpo tinha sido desovado no rio.
Sandrão entendia Ricardo, achaca uma pena ele não ter se resolvido com Manuella, lhe ofereceu uma carona ate o batalhão do corpo de bombeiros, mas o amigo pediu para leva-lo para casa. Ricardo não tinha mais condições de trabalhar nequela dia, sentou-se no carona, inclinou o banco para trás, passou as mãos sobre o ventre , colocou seus óculos escuros, e relaxou.
Sandrão igualmente, colocou seus óculos, deu ignição e a viatura subiu a Viana Almeida para entrar na ponte Getúlio Vargas.
Enquanto dirigia sentindo a brisa vinda do rio, Sandrão voltou-se a Ricardo que contempla seu silêncio , e viu quando uma lágrima escorreu do seu rosto.
FIM.
* Música : Chappell Roan - Good Luck, Babe.
"
Pode dizer que nós não somos nada, mas você sabe a verdade...
E a cho que o culpado sou eu...
Eu não queria terminar...
Mas você não queria chamar isso de amor...
Fiquei te esperei por anos, mas so agora você apareceu, agora é tarde, mas vou morrer te amando também.
Comentários (19)
Anderson Matias: Nossa qui da hora esse conto e digno de um livro nossa foi muito legal adorei a trajetória do paulinho pena que ele morre no final
Responder↴ • uid:h5hx5oud11DomRicko: Se vc for escrever em outros sites, por favor, deixa aqui quais, para poder acompanhar mais desse teu magnífico trabalho. Parabéns, simplesmente belo e incrível, do começo ao fim.
Responder↴ • uid:on937wqfidkMamadeira de novinho: Cara eu chorei lendo um conto erótico nem acredito, muito bom, parabéns, quem curte aí @satanimperial666
Responder↴ • uid:bemq52wv99lNovinho 19: Gostei muito do conto. Meu tele: NadaNada
Responder↴ • uid:fcxxt6vk88Escriba-T-JC: Oi Militar do Sul... Como te falei, na maioria dos sites você terá de fazer algumas adaptações, pois a maioria não aceita uma referência direta a sexo ou abuso com menores, mesmo sendo uma história séria como a sua. Me manda um email que te dou umas dicas e te indico uns sites... [email protected]
Responder↴ • uid:mpa4g6rxpbe9Escriba-T-JC: Perfeito cara!!! Acompanhei toda a série e, como falei em todos os comentários anteriores, essa história precisa ser contada em outros sites, com algumas adaptações, mas vale muito a pena mostrar esse seu trabalho a mais públicos. Eu escrevo aqui há pouco tempo, mas já escrevo em outros sites há muito tempo e sei reconhecer um bom trabalho quando leio um. Sei que os leitores pedem, mas não caia na tentação de continuar essa história, ela está completa, bem fundamentada e bem coerente, qualquer outra coisa pode estragar tudo. Sei que os leitores pedem, mas não podemos atender a todos... Se resolver escrever para outros sites com certeza nos encontraremos, já que escrevo para vários. Parabéns mais uma vez!!!
Responder↴ • uid:mpa4g6rxpbe9Militar do Sul: Obrigado pelo reconhecimento. Algum site para me sugerir?
• uid:19mkn0209jSilêncio 🤫: Sensacional! Irretocável, conto maravilhoso, a vida não era um conto de fadas naquela época e não é agora também. Esperei com muita expectativa por cada capítulo, e cada um deles valeu muito a pena, sempre superando as expectativas.
Responder↴ • uid:7124jdmt0d2Militar Do Sul .: Fico imensamente feliz por ter gostado desse último capítulo. Meu muito obrigado por ter acompanhado esta série, e de ter você, leitor das minhas hoje.
• uid:4adfkspdoik7Militar Do Sul .: Obrigado! Tu entendeu direitinho Luiz 👏👏👏. Só quem foi criança nos anos 90 sabe o que ser diferente era. Quanto seu admirável Sandrão, bom, ele estaria com seus 47 anos por aí para inclusão em algo novo, e não quere mais querer escrever sobre esse personagem. Tanto que não vou mais escrever aqui, sei lá. Além da falta de tempo, existem os sites, por aí. Mas vamos ver. Todo caso agradeço por dedicar seu tempo lendo minhas histórias. Um abraço, e obrigado!
Responder↴ • uid:4adfkspdoik7Luiz: Seus contos sao TOP mas nesse vc se superour aonarrar um comto com inicio meio e fim , antes de ler o final do conto eu estava sem entender o inicio o porque daquela parte com o outro PM tirando o cadaver apodrecido do rio mas no final agente fica sabendo e tudo se encaixa dendo de um contexto logico. Felizmente o gay atual ele mudou esse perfil hoje sao: medicos, advogados, professores, funcionarios publicos e ate militares ou seja ninguem precisa se drogar ou se prostituir claro que existe ainda muita exceção mais melhorou muito a situação do gay e lamento quanto nosso amigo Ricardo Reno que como hoje ainda existe um bando de gays enrustido que acham a melhor solução se esconderem atras de um casamento hetero e gozar de todos os prazerer proporcionado pela masculinidade de um penis, ate hoje os gay casam por conveniencia com mulher foda-se os seus sentimentos. Quero mais conto com O Tenente Sandro fiquei fa dele gostaria que surgisse um macho desse na minha vida
Responder↴ • uid:3v6otnnr6iclBran: Muito bom, tem mais?
Responder↴ • uid:dlo3mj9qjpMilitar Do Sul .: Infelizmente, não querido! Não tem mais o que contar sobre esses personagens e suas vidas. Agradeço por ter gostado, um abraço!
• uid:4adfkspdoik7Edson: Adorei seu conto! Não meça seu talento pelas avaliações; muitos leitores querem ler um conto (de fadas), mas me identifiquei em sua escrita. Não fosse minha força de vontade, talvez estivesse também "dentro de um rio". Compartilho contigo o fato de que carregamos muitos desses conosco e, talvez, em suas memórias, sejamos apenas alguma passagem esquecida. Paulinho ou Manuela, ainda numa fase que não lhe permitia plena compreensão, até mesmo pela precocidade dos abusos aos quais foi submetido, amou Ricardo Reno, que parecia (apenas parecia) ser correspondido, dado que esse "amor" tinha prazo de validade (13 anos). Parabéns pela profundidade na abordagem do assunto! Só quem o viveu é capaz de escrever com tamanha propriedade! 👏👏👏
Responder↴ • uid:1e18ks56a3r7qMilitar Do Sul .: Tu, e alguns conseguiram captar a excelência dessa série, e é isso que me deixa feliz, podia ser um se manifestar, com seu lindo comentário não ligar as avaliações negativas. Não. Eu não me deixo abalar. Não foi bem o que a maioria queria, mas respeito o gosto habitual popular, porem que me vale são leitores como ti, que entenderam a história além do sexo e o cliche do final feliz. Agradeço de coração por ter acompanhado a série, o que deve ser a última minha aqui. Talvez buscar outros sites ou aplicativos de escrita, seja mais interessante. Todo caso, mais uma vez agradeço, e um abraço, meu querido, Edson.
• uid:4adfkspdoik7sicoliveira: Que final triste..... Paulinho merecia viver... mas enfim.. a vida nem sempre é do jeito que queremos que seja.... Paulinho merecia algo melhor... Mas valeu o conto...
Responder↴ • uid:4bn00en3fia1Edson: Sabe, sicoliveira, o conto do Militar do Sul é de uma profundidade que bem poderia se renominar "crônica de uma tragédia anunciada". Infelizmente essas situações aconteciam muitas e muitas vezes. O legal é absorver o tesão de alguns dos momentos e, em outros, aproveitar para aliviar nossa ansiedade escondida do tipo: "- Será que só eu percebia isso?", e a resposta é "não". Taí nosso sensível escritor que não me deixa mentir. Ele ainda conseguiu trazer esse sentimento confuso, mas presente, do Paulinho (ou Manuella) que se apaixonou, a seu modo, por Ricardo Reno. Sandrão, malandro que era, sabia desse amor por parte de Paulinho por Ricardo Reno, tanto que "jogou" pra cima do rapaz essa de que Reno estaria com saudades, e foi aí que o trio Sandrão, Reno e Rogério o "traçou", já no Sesc. A mágoa sentida de Paulinho por Ricardo Reno se concretiza nessa passagem: "Ele olhou ao lado, esperando Ricardo salva-lo, mas seu amado parecia estar gostando do que assistia. O guri começou a chorar." Ricardo Reno até gritou ao final: "Eu te amo, Paulinhooo… eu te amo, eu te amo…", mas isso foi mais representação do clímax de sua segunda e última gozada com Paulinho do que qualquer outra coisa. A única lágrima de Ricardo Reno sobre a morte de Paulinho, travestido na fase adulta de Manuella, pode ser interpretada não como saudade, amor ou paixão, mas como um certo remorso de alguém que sentia o amor latente naquele rapazote, mas, em vez de correspondê-lo, ainda que em situação hoje delituosa, contribuiu para seu triste infortúnio. Esse amor não se dissipou com o tempo. Paulinho ou Manuella interpretava a música "tudo a ver" de Chappell Roan com seu sentimento por Ricardo Reno: "Eu não queria terminar… Mas você não queria chamar isso de amor… Fiquei e te esperei por anos, mas só agora você apareceu, agora é tarde, mas vou morrer te amando também." E, com toda vergonha que o momento lhe impingiu, amplificada pela presença de Sandrão, seu algo de outras tantas vezes, fugiu para sempre...
• uid:1es8oktuzyeimManuella: Que final triste, até chorei :( Precisa finalizar o conto do Ricardo com o Sobrinho, por favor.
Responder↴ • uid:1csjpyvlopfytMilitar Do Sul .: Melhor deixar Ricardo na sua vidinha moral, não tem como envolve-lo em outra história similar, sem ele sofrer. Na minha opinião seria tudo do mesmo. Essas histórias de amor diferentes não tem como o final ser feliz, e eu teria que ir no fundo do poço novamente recontando outra dregedia. Todo caso, fico feliz por tu ter acompanhado essa serie e ter dado opiniões, acredito que sinceras. Abraços!
• uid:4adfkspdoik7