#Bissexual #Corno #Gay #Traições

Entre Sombras e Desejo

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Jonny B

Após descobrir a traição da esposa, Daniel se vê seduzido pelo amante dela e mergulha num triângulo de desejos, ciúmes e dominação.

Me chamo Daniel. Tenho 38 anos, sou arquiteto, metódico e discreto. Vivi por dez anos com Isadora, uma mulher elegante, culta, dona de uma beleza madura que nunca perdeu o frescor da juventude. Nosso casamento, embora aparentemente sólido, há tempos vinha esbarrando em silêncios prolongados e toques cada vez mais ocasionais. Eu me consolava achando que era a rotina, o cansaço... até que a verdade caiu sobre mim com uma crueldade serena.

Descobri a traição sem querer. Um celular esquecido, uma notificação pulsando. "Hoje, 20h. Quero sentir você inteiro de novo." A mensagem vinha assinada com um nome que me soou trivial na hora: Matheus. Um nome comum demais para despertar desconfiança imediata, mas o conteúdo era claro como um soco no estômago.

Passei os dias seguintes em torpor, um zumbido constante entre o orgulho ferido e a curiosidade perversa. Quem era esse homem que fazia minha esposa tremer com apenas algumas palavras? O que ele tinha que eu não tinha mais?

Até que resolvi vê-lo. Segui Isadora numa quarta-feira qualquer. Ela entrou num flat discreto em Pinheiros, e eu fiquei no carro, observando da janela o vulto masculino que a recebeu. Matheus. Jovem, talvez uns trinta anos. Moreno, corpo atlético, sorriso fácil. Uma espécie de beleza provocadora, quase insolente.

Não sei explicar o que me moveu, mas dois dias depois eu estava ali, sozinho, fingindo que procurava um local para ensaiar um projeto de interiores. Ele era recepcionista e também morador. Falei com ele sem revelar nada. Ele não me reconheceu. E mesmo assim, havia algo no seu olhar... um brilho curioso, como se me estudasse. Como se me visse.

Voltamos a nos encontrar mais algumas vezes. Eu inventava desculpas: planta baixa, medição, orçamento. Ele sorria sempre. E um dia, do nada, enquanto me servia um café, disse:

— Você tem olhos de quem carrega um segredo. Gosto disso.

Fiquei mudo. O comentário me desconcertou. Mas não consegui evitar o calor subindo pelo pescoço. Ele se aproximou devagar. A mão dele roçou de leve a minha quando me entregou a xícara. A pele era quente, firme. Senti um arrepio. Pela primeira vez, percebi o cheiro dele, amadeirado, com algo de selvagem.

— Posso perguntar uma coisa? ele sussurrou.
— Por que você vem tanto aqui... e sempre sozinho?

Meu silêncio foi minha resposta. Ele sorriu de lado, e vi algo brilhar nos olhos dele, provocação ou certeza? Ele se levantou, tirou a camiseta num gesto calmo, como se estivesse em casa. O corpo dele era uma escultura viva. Eu devia ter saído. Devia ter dito algo, inventado qualquer desculpa. Mas fiquei.

Ele se aproximou mais, até que nossos rostos ficaram perigosamente próximos.

— Você sabe, não sabe? murmurou.
— Que eu fico com ela. E mesmo assim você está aqui.

Engoli seco. A voz saiu fraca:

— Eu sei...

— Então por que veio?

Não respondi. Porque nem eu sabia ao certo. Talvez fosse raiva. Talvez fosse vingança. Ou talvez fosse o desejo oculto que eu nunca ousei encarar, despertado ali, encarnado naquele homem que tinha tudo o que eu negava em mim mesmo.

Foi ele quem me beijou primeiro. Quente. Cruel. A língua invadiu minha boca com um gosto misto de café e desafio. E eu... cedi.

Nos entregamos ali mesmo, no sofá pequeno da recepção, como se o mundo tivesse deixado de existir. Ele dominava os movimentos, mas me olhava o tempo todo, como se me lesse por dentro. E eu deixei que ele me despisse não só do paletó, mas de todo o controle que sempre me protegeu. Ali, de bruços no pequeno sofá, entregue, fui "montado" pela primeira vez, foi rápido, não gozei, mas ele sim. E como.

A partir daquele dia, voltei mais vezes. Nunca falávamos sobre Isadora. Aquilo entre nós era proibido, secreto, alimentado por algo mais obscuro do que desejo: era poder, submissão, curiosidade, e uma fome de tocar o abismo com a ponta dos dedos.

E o mais estranho de tudo?

Eu comecei a gostar da queda.

Não sei exatamente quando deixei de sentir raiva de Isadora. Acho que foi quando comecei a desejar aquilo que ela tinha, ou melhor, quem ela tinha. A princípio, Matheus era só o intruso, o invasor do meu lar. Depois, virou o objeto da minha obsessão. E agora… agora era uma espécie de campo de batalha. Eu e ela, duelando em silêncio por ele.

Isadora não sabia de nada, claro. Continuava seus encontros com ele, cada vez mais cuidadosa, como se ainda quisesse manter as aparências. Quando ela saía, eu vasculhava as gavetas dela — não como antes, à procura de provas ou mensagens — mas à procura de fragmentos da sensualidade dela. Lingeries rendadas, meias de liga, o delicado sutiã azul de renda francesa que eu a vi usar no aniversário dela. Passei os dedos no tecido, fechei os olhos… e imaginei Matheus tirando aquilo dela. E depois, tirando de mim.

Na primeira vez que experimentei uma das calcinhas dela, me senti doente. Senti vergonha. Mas também uma excitação tão intensa que minhas mãos tremiam. A renda colando na pele, o perfume dela ainda preso no forro. Foi um ritual silencioso, perturbador e libertador. E naquela mesma noite, fui até o flat de Matheus.

Ele me olhou, curioso como sempre. Estava de moletom, descalço, com um cigarro aceso entre os dedos.

— Chegou tarde hoje — disse ele, soprando a fumaça com um sorriso preguiçoso. — Te esperei ontem.

— Tive… problemas — respondi, a voz mais grave que o normal, como se quisesse esconder a vulnerabilidade que me consumia por dentro.

Nos sentamos. Ele colocou uma música baixa, algo com piano e batidas sensuais. Bebemos vinho. E, quando ele veio por trás de mim, mordiscando meu pescoço com um gesto de posse, virei de frente e puxei sua mão até minha cintura. Ele percebeu. Os dedos deslizaram sob minha calça, encontraram o elástico fino da peça de renda.

Ficou mudo por dois segundos. Depois sorriu.

— É dela?

Assenti.

Ele soltou um riso rouco, quente.

— Você está ficando maluco.

— Ou talvez... esteja ficando igual a você.

A tensão entre nós se transformou em algo febril. Ele me empurrou contra a parede, me despiu lentamente, saboreando cada centímetro da minha pele coberta por aquela lingerie. A forma como ele me olhava, como se eu fosse um presente estranho e perverso que ele mesmo desembrulhou, me fez estremecer.

Fizemos sexo ali, com violência, com fome, com raiva. Metia forte enquanto me apertava contra a parede. Mas a cada vez, eu percebia uma diferença sutil. Ele já não dizia o nome dela. Já não mencionava nada além de mim. E isso me alimentava.

No dia seguinte, quando Isadora saiu do banho, procurou uma de suas calcinhas preferidas. Eu disse que talvez estivesse na lavanderia. Ela acreditou.

E naquele domingo, quando vi Matheus com ela entrando novamente no flat, senti algo novo: ciúmes. Não como o de um marido traído. Mas como o de um amante preterido. Aquilo me corroeu.

Esperei. Quando ela saiu, algumas horas depois, fui até lá. Bati na porta. Ele abriu, confuso.

— Ela acabou de sair, Daniel.

— Não vim por ela.

Entrei. E naquela noite, pela primeira vez, fui eu quem dominou. Quem o despiu. Quem o fez gemer meu nome. Aprendi a assentar, e nele sentei, sentei gostoso naquela rol, entre uma quicada e outra, uma rebolada de quadril, ele ia a a loucura. Quase sempre gozava.

Comecei a levar mais roupas dela. Às vezes, aparecia usando os saltos. Um robe de seda. Até um batom leve. Tudo para confundir, para provocar. Para virar o jogo.

E Matheus… aceitava tudo. Como se visse em mim uma versão ainda mais deliciosa do que já tinha. Ou talvez... apenas alguém mais desesperado.

E era isso que eu era.

Desesperado.

Por ele.
Pelo controle.
Pelo prazer.

E mais do que tudo… por vencer Isadora naquele jogo invisível.

Foi numa manhã chuvosa que percebi: Matheus continuava transando com Isadora. Mesmo depois de tudo que compartilhamos. Mesmo depois dos meus gestos, da minha entrega, do que ele viu em mim. Era como se tudo entre nós fosse um intervalo... entre os encontros dele com ela.

Aquilo me corroeu por dentro.

Comecei a me perguntar se eu não passava de um capricho exótico. Um fetiche passageiro. Talvez ele só quisesse brincar com a cabeça do marido traído.

Então fiz o impensável.

Fui até um bar gay que eu sabia que ele já tinha comentado. Um lugar escuro, com luzes vermelhas e corpos se roçando como se o fim do mundo estivesse sempre por um triz. Me sentei, pedi um gim, e esperei. Não demorou muito até que alguém se aproximasse. Um rapaz jovem, loiro, com piercing na sobrancelha e tatuagens nos braços.

Eu o levei para um motel. Transamos. Não sabia seu nome. Não quis saber. Mas deixei marcas no espelho com o batom de Isadora. Deixei a lingerie suja de porra sobre a cama. Tirei uma foto. E mandei para Matheus.

Nenhuma legenda. Apenas a imagem.

Ele visualizou, mas não respondeu.

Duas noites depois, apareceu no meu prédio, batendo à minha porta como se fosse demolir o edifício inteiro.

— Você ficou maluco? ele rosnou, entrando sem ser convidado.

— Você não gostou da foto?

— Você quer jogar sujo comigo?

— Você joga com ela. rebati.
— Por que eu não posso jogar com outros?

Ele me encarou. Os olhos negros, furiosos. Havia algo mais ali além de raiva. Havia medo. Possessividade. Algo que nem ele conseguia nomear.

— Você é meu, porra.

Me empurrou contra a parede. Me beijou com uma violência quase animalesca enquanto segurava meu pescoço. Rasgou a camisa do meu corpo. Me virou de costas. E ali, contra a parede do meu próprio apartamento, ele me possuiu como se estivesse demarcando um território.

--- Essa bundinha é só minha, você entendeu!

Eu só consegui gemer em resposta.

Depois do sexo, ficamos em silêncio. Ele fumando, nu, com os olhos fixos no teto. Eu deitado, ofegante, com os músculos ainda tremendo. Ele quebrou o silêncio:

— Eu não quero você com mais ninguém.

— Então me escolhe — sussurrei. — Me escolhe de verdade.

Ele não respondeu. Só levantou, vestiu a calça e saiu, sem olhar para trás.

Naquela noite, não dormi.

Comecei a frequentar o bar com mais frequência. Não por prazer — mas por revolta. Cada homem que me possuia era uma navalha na pele dele. Eu sabia. Mandava fotos. Vídeos curtos. Fragmentos de provocação.

Até que, numa noite, Matheus me esperava na saída do bar.

— Entra no carro.

— Vai me bater? Vai me matar? — perguntei, cínico.

— Cala a boca e entra.

Fui.

Ele me levou até um local afastado, parou em uma rua deserta. Desligou o carro e me encarou como um animal encurralado.

— Você quer mesmo brincar com fogo, Daniel?

— Não estou brincando. Eu estou queimando.

Me puxou pra cima dele no banco do motorista, no colo, de frente pra ele me encarando, me beijou. Com raiva. Com dor. Com necessidade.

Estava usando uma mini saia da Isadora aquele dia, ele sona subiu, afastou a calcinha de lado e meteu na minha bunda previamente lubrificada previamente para os rapazes da balada. Fizemos ali mesmo, algumas pessoas passaram pela rua durante nosso ato, mas nós não estávamos nem aí.

--- Come a sua putinha safada. Eu gritava.

E quando gozou, ainda com o pau dentro de mim, ele me segurou pelos ombros e disse:

— Não transa com mais ninguém.

— E Isadora?

— Eu vou dar um jeito nisso.

— Isso é uma promessa?

— Isso é um aviso.

E naquele olhar, vi que o jogo estava mudando. Que Matheus, enfim, estava perdendo o controle.

Assim como eu.

Mas estava ficando fora de controle, certa vez me seguiu até o motel onde fui com um rapaz, fez o maior escândalo, só se acalmou quando disse que voltaria pra casa com ele.
Começou a chorar, tive pena, me senti mal, talvez tivesse ido longe demais. Matheus agora estava fragilizado, levei ele pra casa, Isadora tinha ido pra casa mãe naquele final de semana então estávamos a sós.

Matheus me encara ainda soluçando.

--- Porque você faz isso comigo?

--- porque quero você só pra mim. --- Esse mês vou pedir o divórcio com a Isadora, quero que você também a deixe.

--- Não é tão simples.

--- porque não, ela já nem liga mais pra gente, prefere ir viajar sozinha para a casa dos pais do que ficar aqui com um de nós aqui.

Matheus balança a cabeça como alguém que concorda, mas sem acreditar.

Levo ele para o quarto, transamos pela primeira vez na minha cama. Matheus ainda parece demarcar território, não sei se por insegurança ou se e por causa do cheiro do rapaz qual tinha entrado comigo no motel. Ele para por um momento durante uma estocada mais forte.

--- Vocês chegaram a transar? Pergunta com uma certa tensão na voz.

--- Não. Minto. ---- Não deu tempo.

Antes de entrar no motel já tinha feito um boquete para o rapaz no carro dele, mas achei melhor não mencionar.

Matheus então sorri e continua metendo de forma mais suave e gostosa.

Depois do divórcio passamos a morar juntos.

A rotina nos salvou de nós mesmos — ou nos adormeceu, não sei ao certo. Matheus agora acorda cedo, sai pra correr, volta com pão fresco e um olhar mais calmo. Eu faço café, leio os jornais como se me importasse com o mundo.

Às vezes, trocamos beijos mornos pela manhã. Às vezes, só um aceno silencioso. Há dias em que nos tocamos como se nada tivesse acontecido. Em outros, nos olhamos como se soubéssemos que tudo ainda está ali, só esperando a hora certa pra voltar.

A casa respira melhor sem Isadora, mas... não posso fingir que ela não deixou um eco. Um espaço que nenhum de nós preenche. Ela não respondeu mais as mensagens. E eu também parei de tentar.

Matheus tenta. Ele quer ser diferente, eu vejo. Ele segura minha mão no cinema. Me apresenta aos amigos do trabalho. Faz planos. E eu sorrio. Participo. Tento acreditar.

Mas tem noites em que acordo e ele está me olhando. Em silêncio. Como se tentasse decifrar se ainda sou dele.

E às vezes me pergunto se sou.

Também me pego olhando pra ele quando ele dorme — como se quisesse ver quem está ali de verdade. Às vezes, reconheço. Outras, não.

Mas não fujo mais.

Talvez isso seja amor. Ou dependência. Ou só o que restou depois da tempestade.

Não sei.

Mas hoje, por enquanto, estamos aqui. Ele coloca a mão sobre minha coxa. Eu não me mexo. Ele sorri. Eu devolvo o sorriso.

E, por um instante, parece o suficiente.

Mas no fundo, nós dois sabemos: certas feridas não cicatrizam. Só se aprendem a cobrir bem.

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