No exército

Nunca quis servir o exército, nunca gostei dessas coisas de rotina militar, de arma, de agressividade, por isso foi muito triste quando aquele sargento disse que eu iria servir. Mas quando cheguei em casa, minha família adorou, principalmente o meu pai, que achava que eu mole demais, fraco demais. Ele já suspeitava do que eu gostava, mas acreditava que o exército daria jeito em mim, como muita gente também acreditava. Mas foi justamente o contrário.
Passar pela primeira inspeção médica foi um pouco assustadora, tivemos que ficar em roda, tirar as roupas e só de cuecas responder algumas perguntas que o médico fazia. O pior foi baixar a cueca e ficar assoprando a mão para ver se tínhamos hérnia, fiquei meia-bomba e por isso com medo de suspeitassem de mim. Mas eu passei e fui escolhido.
O primeiro dia foi tenso, muito exercício e arrumação das coisas, peguei uma cama qualquer e um armário que estava vazio. Tentei dormir, mas era muito difícil naquele colchão que não estava acostumado e, mal cochilei, já ouvi gritos para acordar e levantar. Todos nos levantamos e tivéssemos que ficar em pé, parados em posição de sentido enquanto ouvíamos as ofensas do sargento.
Do nada, ouvimos ele parar de falar e ficar em frente a um garoto:
- O que tá escondendo aí?
- Na-nada, sargento...
- Tira a mão daí!

O garoto estava só de cueca e tapando o pau.
- Tá se escondendo é? Por que tava com a mão na frente?
- É que eu...tô..
- Tá o quê?
- Não tô excitado, não, sargento.
- Excitado??? Que palavra é essa? Estamos aqui na escola ou num lugar chique? Fala igual homem. Fala, eu tô de...
- Não tô de pau duro, senhor.
- Fala alto pra todo mundo ouvir.
- Não tô de pau duro à toa, sargento. _ gritou bem alto e todos rimos.
- Não tá??? Tá de pau duro no meu quartel por quê? Tem algum buceta aqui por acaso?
- Não, sargento.
- Ou será que tá de pau duro no meu quartel por que gosta de outra coisa????
- Não, sargento...
- Tô aper-per-per-tado, sargento..
- Tá apertado???
- Quero ir ao ba-ba-banheiro...
- E você??? _ ele outro pro outro que também estava de pau duro.
- Tá querendo ir no banheiro, por isso tá de pau duro?
- Sim, sargento.
- Acho que preciso dizer que ninguém aqui no meu quarto tem permissão pra ficar de pau duro a não ser que eu mande ficar de pau duro, estão ouvindo?
- Sim, sargento!
- Tirem essas cuecas agora, quero ver todo mundo que tá de pau duro no meu quartel.

E todos baixamos as cuecas e ele foi contando e tinham mais de 20 de paus duros. Mandou, então, que todos baixássemos e fizéssemos flexões. Lembro que eu também tava de pau duro, porque queria mijar e tava apavorado. Mas depois das flexões, o pau de todo mundo baixou e o sargento mandou a gente se vestir e quem quisesse ir ao banheiro, tinha apenas 1 minuto. Lembro que foi uma correria só de todo mundo indo no banheiro.
Todo dia éramos acordados assim e sempre tinha um monte com a barraca armada, com pau duro dentro das cuecas: azuis, vermelhos, marrons, pretas. E todo tipo de pau, dos maiores aos menores, dos brancos aos pretos. E eu só tinha vontade de ver de perto, de pegar, de cheirar, de chupar, de beber a porra toda que tinha neles.

Eu vivia o inferno e o céu, tinha que ralar muito, mas via todo dia monte de homens pelados. Homens de todas as cores, todos tamanhos, todos os formatos. Certo dia, porém, enquanto eu estava deitado, no escuro do nosso quarto, ouvi algo bem baixinho, não sabia o que era, mas parecia alguém chupando uma bala ou um pirulito. Logo pensei que tinha alguém chupando alguém perto de mim, fiquei excitado, queria saber se tinha alguém transando ali, eu queria também.