#PreTeen

O Cínico e o Malandro

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Nota do Autor: Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real, é mera coincidência.
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Março 2015
Aterrizo no aeroporto de Guarulhos que ainda não raiou o dia.
Estou cansado não obstante a ótima viagem em classe executiva.
Saio do desembarque e lá está mamãe.
Eu não sei se estou alegre ou enfurecido!
Está bem que ela dirija aos 82 anos, mas fazer cinco horas de viagem, no meio da noite, isto è demais.
Em tudo caso nos abraçamos e vamos para o estacionamento.
Vejo que mamãe não envelheceu muito desde a última vez que a vi, três anos atrás.
Chegamos ao carro que vejo que é um pick-up RAM: típica mania de grandeza de meu falecido pai.
- Me dá as chaves, mamãe.-
- Deixa que eu dirijo, Carlos.-
- Mas, nem à pau! Me passa as chaves.-
À contragosto ela me passa as chaves e eu tiro o mastodonte do estacionamento.
Quando pegamos à estrada, mamãe começa a desabafar:
- Puxa vida, Carlos. Teu pai morreu há mais de três meses e só agora você vem!-
- Já te disse, mãe. Não dava para sair do canteiro naquela hora, nunca ia conseguir chegar à tempo para o enterro. Então resolvi fechar tudo com a empresa, assim estou vindo de vez: Noruega nunca mais.-
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Logo depois que eu me formei na USP em engenharia mecânica, eu aproveitei de uma vaga em uma firma norueguesa de instalações industriais e entrei na firma em que trabalhei até ontem.
Foram quase 38 anos pulando de canteiro em canteiro nos mais distintos lugares da terra.
Alguns foram ótimos, como os primeiros canteiros que fiz, no extremo-oriente, outros detestáveis, como os dos desertos do oriente-médio.
Girando tanto, nunca firmei raízes, e até em Oslo, meu endereço oficial era a sede da firma.
Nunca casei, nem namorei, e minha vida sexual passou-se em prostíbulos nos quatro cantos deste mundo.
Posso contar nos dedos de uma mão as vezes que voltei no Brasil de férias.
A última vez foi três anos atrás, quando passei cinco dias de folga, entre um canteiro e outro, na chácara de meus pais, lá perto de Bauru.
Quando minha mãe me chamou, dezembro passado, para avisar-me que meu pai tinha falecido, estava em um canteiro complicadíssimo lá nas arábias, impossibilitado de sair.
Resolvi então dar um basta em tudo isto, em vez de chegar em Bauru, uma semana depois, podendo ficar somente três dias, para depois ter que voltar as pressas ao trabalho.
Quinze dias atrás consegui voltar para Oslo.
Me encontrei com o diretor e pus minhas cartas na mesa.
Ou me aposentavam, com todos os benefícios e algo a mais, ou eu jogava no ventilador todos os podres da firma.
O diretor assustou-se, e com razão.
Ele me conhecia bem, sabia que além de bem informado e municiado de documentos, eu era cínico o suficiente para mandar todo mundo em cana.
Logo encontramos uma solução satisfatória, e agora eu estou aqui.
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Chegamos na chácara que, a partir de agora será minha nova moradia, ao meio-dia.
Uma jovem está finalizando o almoço.
Almoçamos uma comida decente, e quando a moça retira-se para a casa dos caseiros, mamãe comenta:
- A moça que estava na cozinha é Socorro, a mulher de Paulo, o caseiro. Os caseiros que trabalhavam na chácara, da última vez que você esteve aqui, eu tive que mandar embora. Acho que agora acertei com este novo casal. Inclusive eles não tem filhos, o que eu acho ótimo.-
Descanso um pouco depois do almoço e logo depois, mamãe me chama para a mesa da sala, dizendo:
- Agora, que você é o homem de casa, vou passar para você a gestão do negócios.-
Ela pega um caderno onde está anotado tudo, junto com as pastas de documentos, e começa a colocar-me à par de tudo.
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Quando eu era jovem, papai tinha uma oficina mecânica e um comércio de material de construção, ambos bem sucedidos.
Eu mesmo cheguei a trabalhar, registrado, na oficina, enquanto eu cursava o ensino médio.
Aos meus dezoito anos passei no vestibular na engenharia na USP de São Carlos.
Morei em república de estudantes até minha formatura, sendo que comecei a trabalhar para os noruegueses logo em seguida.
Neste meio tempo, papai vendeu a oficina, começou a construir casas e pequenos prédios, para venda e aluguel.
Uns dez anos atrás também vendeu a loja de materiais de construção, cuja gestão tinha começado a ficar pesada.
Durante um certo tempo dedicou-se também à agiotagem, ganhando bastante dinheiro.
Os riscos deste negócio o fizeram diminuir com o tempo, realizando ultimamente somente alguns empréstimos esporádicos.
A renda da minha mãe está agora concentrada nos alugueis das cinqüenta e passa unidades imobiliárias de sua propriedade, a maioria kitinetes, além de títulos, e de sua aposentadoria.
Nesta tarde e nas sucessivas, mamãe me expõe todos os dados, que eu passo em planilhas no computador, escaneando também todos os documentos, que eu guardo em pastas bem organizadas.
Passo então a examinar as finanças.
A situação é bem positiva.
O capital é abundante, com uma parcela até considerável com liquidez imediata.
Os gastos são reduzidos, bem inferiores aos proventos dos alugueis e outras entradas.
Somente uma coisa me encasqueta.
Nos empréstimos, à parte de uns poucos de valores baixos e próximos à extinção, tem um de duzentos mil Reais, de oito anos atrás, cujo prazo já venceu, e nunca foram pagos nem juros nem principal.
A este ponto do campeonato, só de juros compostos teria uma fortuna.
Quando pergunto à mãe sobre isto, ela me diz:
- Nem me fala, foi a pior roubada que eu fiz na vida! Foi um empréstimo que eu fiz para o João, que é neto de meu irmão. Nunca empreste dinheiro para parentes! Ele me convenceu a emprestar-lhe este dinheiro, porque ia abrir um negócio. Total: não abriu negócio coisíssima nenhuma, torrou todo o dinheiro, continua sem ter onde cair morto, e agora foge de mim como o Diabo da cruz. E tudo isto me valeu uma boa briga com o Vicente, teu pai.-
- Posso cobrar eu?- pergunto.
- Claro! Mas duvido que você consiga. O João é liso que nem quiabo, e tem uma lábia que convenceria até o Capeta.-
- Deixa comigo, que eu consigo!- digo, convencido.
O assunto cai no esquecimento, e eu começo a concentrar-me sobre os imóveis.
Alguns precisam de manutenção e eu tenho uma boa habilidade manual, e conhecimentos práticos de elétrica, mecânica, hidráulica, marcenaria, pintura, etc..
Isto me permite dispensar mão de obra de terceiros, a maioria dos quais verdadeiros picaretas.
Tenho assim como ocupar meu dias de aposentado, tendo sempre uma coisinha ou outra para dedicar-me.
Vou, de um lado para outro, mormente com um velho Fusca de meu pai que encontrei aqui na chácara e logo recomeçou a funcionar, depois da manutenção que eu fiz nele.
Se preciso de ajudante, não tenho dúvida em convocar Paulo, o caseiro, ou Socorro, se precisar de uma faxina.
Eles até não acham ruim, pois ganham um dinheirinho extra, pois eu repasso para eles o que eu cobro dos inquilinos.
Logo eles aprendem a respeitar-me pois sou daqueles que não deixa passar nada batido.

Junho 2016
Já faz mais de um ano que estou aqui na chácara, e não estou nem um pouco com saudades do meu trabalho com os noruegueses.
Minha mãe, que já completou os 83 anos, passou-me todos os dados, deu-me carta branca, e agora só cuida do canteiro de flores perto da casa principal.
Aqui não tenho chefes, e sempre tem algo que me mantém ocupado.
Do ponto de vista financeiro está tudo ótimo.
Além dos proventos dos aluguéis, que eu invisto em aplicações de baixo risco, também consegui resgatar a aposentadoria brasileira, pois descobri que meu pai sempre contribuiu todos estes anos.
O único ponto negativo é a devolução pendente do empréstimo ao João.
Porém, ocupado nos afazeres do dia a dia, acabei adiando a cobrança ao João que, aliás, nem conheço pessoalmente.
Hoje é sexta-feira e, como todas as sextas, é dia de farra.
Pouco depois de chegado, descobri um inferninho à beira da estrada, a uns cinquenta quilômetros de distância da nossa chácara, onde trabalham umas quengas, a maioria jovens e bonitas, e com bastante rotatividade.
Tornei-me freguês de carteirinha, todas as sextas à noite.
Hoje não é diferente.
Como todas as noites de sexta, eu dou a boa-noite para mamãe, tomo um banho e um comprimido azulzinho, pego a RAM e vou até o puteiro.
Chegando lá sento no bar, tomo um refrigerante, e troco duas palavras com a gerente do bordel.
Ela já me conhece e sabe que não vou perder tempo, sentando nas mesas e pagando bebidas para as quengas.
Eu já vou escolhendo minha parceira para esta noite, portanto o ganho da casa será somente o aluguel de um dos esquálidos quartos dos fundos da casa e meu refrigerante.
Além disto vai ter a gorjeta para ela, e o pagamento do programa para a moça que eu escolher, com suplemento para o anal, se ela aceitar.
Hoje, minha escolhida é a Jussara, uma jovem mulata de dezoito aninhos, com o corpo lindo e peitões.
Eu já estive com ela três vezes, com esta vai ser quatro, quase um recorde para mim.
Com ela eu vou seguro, pois já sei que vai ter anal, coisa que eu adoro.
Eu chamo ela, e vamos juntos para um dos quartos na parte de trás do inferninho.
Eu noto que Jussara está eufórica, um pouco mais do que justificariam os drinques, que ela deve ter tomado com outros fregueses.
- Que passa, Jussara?- pergunto eu, entrando no quarto.
- É que estou indo embora, para Minas.-
Ela me dá um beijo de língua caprichado, depois acrescenta:
- De um lado eu estou contente, porém de outro lado estou sentida por deixar as amigas daqui, e o cliente que mais gosto: você, meu amor.-
"Me engana que eu gosto", penso eu, mas respondo:
- Muito obrigado, Jussara.- e beijo ela de novo.
- Que tal a gente comemorar?- diz ela.
Eu já estremeço pensando que ela vai querer um espumante, vendido a preços extorsivos pela boate.
Ela porém surpreende-me, acrescentando:
- Se você me der um presentinho, deixo você me comer sem camisinha. Só não pode gozar na bocetinha, tá!-
Por esta não esperava, e tenho que dizer que estou feliz.
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Nunca cheguei a ter relações sexuais sem camisinha neste puteiro, que segue as regras consolidadas no ramo: vaginal e anal com camisinha e oral sem.
Isto, porém era normal em outras épocas e até mais de recente, em outros lugares.
Me lembro muito bem minha primeira vez, em 1969, quando meu pai me levou para um puteiro, não muito longe daqui, que já não há.
Eu tinha dezesseis anos, e meu pai me entregou à uma dama de mais de trinta, bastante experiente, como se condiz, para um virgem, enquanto ele escolheu para si uma rapariga de quinze anos.
Comi a boceta e o cu dela no pêlo e cheguei a gozar na boca dela.
Por mais de um ano, voltei bastante vezes a este puteiro, e torrei bastante do dinheiro que ganhava trabalhando na oficina do papai.
Depois eu me mudei para São Carlos, mas aí dependia da mesada que era sempre curta.
Mesmo assim eu dava meus pulos nos puteiros das redondezas, e quase sempre conseguia me virar, sem ter que encapar o meu pau.
Quando comecei a trabalhar, meu primeiro canteiro foi na Tailândia, e aí a putaria correu solta.
Muito dinheiro no bolso, e muitas raparigas que o disputavam, assim que
a camisinha era um item quase esquecido.
Também a maioridade das raparigas era tópico dispensável, sendo que cheguei a comer menininhas de tão somente doze anos.
A única dificuldade era conseguir o sexo anal.
Mesmo assim eu consegui selecionar uma certa quantidade de quengas dispostas a me satisfazer deste jeito, que é de longe o que prefiro.
Vieram, também, períodos de vacas magras, como nos canteiros em países árabes, onde nem se podia olhar para uma mulher.
Tenho que dizer que, entre este tipo de canteiro, e os novos padrões adotados nos puteiros em quase todo mundo, acho que faz mais de dez anos que não como uma mulher no pêlo.
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Logo nos despimos e posso admirar o belo corpo de Jussara.
Não resisto e logo vou chupando suas grandes tetas, depois deitamos na cama e penetro sua xota quente e úmida.
Quase tinha esquecido como é esta sensação de estar com o pau em contato direto com o interior de uma fêmea: é maravilhoso!
Quando sinto que poderia gozar, peço para Jussara virar e eu deito encima das costas dela.
Eu pego o sachê de KY, que paguei junto com o quarto, rasgo com os dentes e espalho no meu pau.
Amacio o ânus da Jussara com os dedos e depois introduzo meu pau no cu dela.
Se a sensação do meu pau na boceta dela era maravilhoso, a do seu intestino que o envelopa completamente, é sublime.
Tento retardar meu gozo ao máximo, mas a um certo ponto me solto no cu dela.
Foi bom enquanto durou!
Eu sei que na minha idade não tem segunda vez.
Me lavo, mais ou menos, no banheiro comunitário, depois pago à Jussara, acrescentando uma generosa gorjeta.
Não é do meu feitio, mas ela mereceu.
Volto para casa bem satisfeito.
Chegando lá, tomo banho na minha suíte e vou dormir como um anjinho.
Acordo às seis da manhã, como sempre, e vou para cozinha.
Chegando lá estranho, porque minha mãe, que costuma levantar antes de mim e preparar o café para nós, não está lá, nem tem vestígios de que esteja preparando o café.
Inquieto vou até o quarto dela e bato à porta: sem resposta.
Entro no quarto, acendo a luz e ela está deitada na cama.
Toco nela: está fria e não tem pulso.
Eu recebi treinamento medico suficiente para entender que ela está morta, em todo caso, ligo imediatamente para emergência.
Ligo também para o Paulo e fico aguardando, sentado na beira da cama.
Ela deve ter morrido seguramente no sono.
Entre os trabalhos de reforma que fiz nesta casa no último ano, tem uma campainha de emergência na cabeceira da cama de minha mãe, que toca simultaneamente no meu quarto e naquele da casa dos caseiros.
E ele não foi acionado, pois senão estaria ainda acesa a lâmpada do botão.
Chega o Paulo e, uns vinte minutos depois os paramédicos, que constatam o falecimento de minha mãe.
Eles levam o corpo sem vida, para a morgue do hospital, e a mim só resta acionar a funerária, já que minha mãe já tinha-se preparado para esta eventualidade, a única certeza que temos na vida.
Vou para funerária, e fica estabelecido que o velório será na tarde do domingo na próprio local deles.
Volto para casa e decido distribuir por e-mail as participações para o velório.
Organizado como sou, já preparei uma mailing list, com todos os nossos parentes.
Não resta ninguém do lado do papai, já que ele era filho único, como eu.
Já do lado da mamãe, que tinha um irmão já falecido, tem dois sobrinhos e alguns sobrinhos-netos, entre os quais o João.
Todos eles moram na Baixada Santista, de onde era originária minha mãe.
De toda a família, a única a progredir financeiramente na vida foi minha mãe, que além de realizar um bom casamento, sempre batalhou para ter sua renda.
Domingo me visto com um traje escuro, que achei no armário de meu pai e vou para a funerária, junto com Paulo e Socorro.
Vêm para o velório uns poucos conhecidos e ex-funcionários da oficina e da loja de papai.
Como já estava esperando, nenhum dos parentes de mamãe chegou a vir.
Depois do enterro eu volto para casa e posso ver que todos eles responderam ao e-mail, enviando seus pêsames, e desculpando-se por não poder comparecer.
O único que não respondeu foi o João.
Isto me enfurece.
Eu que já tinha quase que colocado no esquecimento o empréstimo, agora faço a devolução dele um assunto de honra.
Nos dias seguintes começo a estudar o perfil dele na Internet e redes sociais.
Descubro que tem vários processos e alguma condenação por pequenos delitos, e descubro, também, que é amasiado com uma tal de Ludmila e tem uma filha de seis anos, Virna.
Aliás Virna vai completar daqui a poucos dias sete anos e, através do Facebook, venho a saber que, pela ocasião, vai ter a festinha de aniversário dela.
Decido então comparecer.
Compro uma boneca e no dia da festa desço para São Vicente com a RAM.
O João mora em uma pequena casa na periferia.
Já sei que não posso arrancar a casa dele porque, além de não ser sua, está com o aluguel atrasado com conseqüente ordem de despejo.
Entro na casa, onde se misturam crianças brincando e marmanjos tomando cachaça e cerveja.
Logo reconheço Virna, pelas fotos na Internet.
Ela está com um esvoaçante vestido azul e descalça.
Chego perto dela, dou a boneca que trouxe, dizendo:
- Feliz aniversário, Virna.-
Ela recebe a boneca, um pouco encabulada, pois não me conhece.
- Como se diz, Virna?- diz uma voz atrás de mim.
- Obrigada.- responde ela, já indo guardar a boneca.
Eu me viro e encaro a jovem que fez o comentário, e reconheço ser a mãe da Virna.
Nem bonita nem feia, mas com um belo corpo, veste tão somente um top azul escuro e uma minissaia branca plissê, o que deixa totalmente exposta a barriga e o umbigo ornado por um piercing com uma pedra vermelha.
Completa o look um par de chinelos de dedo, enfeitados com uma margarida de plástico.
- Oi, Ludmila, como você está?- digo eu, já partindo para os dois beijinhos canônicos.
Eu não deixo a peteca cair, e pergunto logo em seguida:
- E a gravidez, tudo bem?-
Ela fica pasma por não me reconhecer, no enquanto eu sei de tantos detalhes da vida dela, como o fato dela estar grávida de dois meses: potência das redes sociais.
Sem dar tempo para ela responder qualquer coisa eu digo à ela:
- Ludmila, se você me der licença um instante, eu vou cumprimentar o João: ainda nem falei com ele.-
Chego perto do João, que está em uma rodinha de compadres, e já vou dando um abraço nele.
- E ai, João, velho malandro, como vai tua força?-
- Bem, bem...- responde ele como que tentando lembrar meu nome.
- Carlos, eu sou o Carlos.- digo eu.
- Ah, claro! Carlos! Como pude esquecer! Mas toma uma branquinha com a gente ou se você preferir tem cerveja na geladeira.-
- Obrigado, mas vou preferir um refrigerante mesmo. Saindo daqui tenho que pegar a estrada e, você sabe, o bafômetro não tem dó nem piedade.-
Um dos compadres então intervêm:
- Por acaso você está com aquele RAM estacionado lá fora?-
- Sim.-
- Belo carro!- comenta o tipo.
- É! Muito bonito, mas bebe feito um condenado.- respondo, rindo.
Noto que o João aguçou os ouvidos.
Se eu tenho um carro destes, eu devo ter grana, e se eu tenho grana, é capaz dele conseguir arrancar algum de mim.
- Ludmila, traz uma Coca para o amigo Carlos aqui!- grita João, para a sua amásia.
A moça me traz um copo de Coca gelado e, por um pedido implícito do João fica perto de mim, enquanto na nossa rodinha se começa a falar de carrões.
Modéstia à parte, eu conheço do assunto, tendo dirigido nas obras todo tipo de 4x4.
O meu conceito como ricaço, junto ao João, cresce a medida com que eu falo dos carros que já experimentei.
A um certo ponto, ele me diz:
- Escuta, Carlos, meu amigo, se importa se vamos para um lugar mais tranqüilo, para falar-mos de uma coisa que seguramente vai te interessar.-
- Sem problema!-
Vamos, só nós dois, no pequeno quarto do casal, o único local não tomado pelos convidados.
- Então, Carlos, eu estou para abrir um negócio...-
- Um momento, João, antes que você prossiga, tenho que te lembrar que nós já temos um negócio...-
Falo então quem sou eu e da dívida que eu vim cobrar.
O João não é um marinheiro de primeira viagem e, como bom malandro, não estrila.
Com toda a segurança deste mundo ele me diz:
- Me dá só dois mês, e ai vou ter como te pagar pelo menos o capital. Os juros a gente discute depois. Realmente vamos ter que fazer um bom abatimento, porque são extorsivos.-
Fechamos o acordo com um aperto de mão, já marcando o dia de agosto e a hora, em que vou vir nesta casa para pegar o capital, que ele jura vai me dar em espécime.
Saio do quarto, na sala me despeço de Virna e Ludmila e saio.
Vou diretamente para uma agência de detetives em Santos, que encarrego de ficar de olho no João.
Quero saber para ande ele vai mudar, porque estou seguro que, daqui há dois meses, não estará mais na casa onde eu estive hoje.
Volto para Bauru aonde sigo a minha costumeira rotina, incluindo minhas farras de sexta à noite.

Agosto 2016
No dia estabelecido, saio três horas da manhã, e vou diretamente para o novo endereço do João, já que ele foi despejado da casa que eu conheci.
Vou logo entrando e a Ludmila toma um baita susto por me ver entrar assim de supetão na cozinha, onde ela está coando um café.
Está de minissaia, top e chinelo de dedo, que deve ser seu uniforme no dia a dia, e começa a notar-se a barriguinha de quatro meses, conferindo-lhe um charme todo particular.
- Oi, Ludmila, desculpe entrar assim, mas a porta estava aberta.
- Oi, Carlos, você me deu um susto! Aceita um café?-
- Sim obrigado! O João está?-
- Não! Hoje de manhã ele resolveu levar a Virna para escola, coisa que nunca faz, e não voltou até agora.-
- É que tinha-mos um encontro aqui em casa, hoje às oito e trinta da manhã. Eu cheguei um pouco cedo e se você não se importa vou esperar.-
- Sem problema algum.- me diz, servindo-me o café.
Começamos a conversar e ela fica encantada com as histórias dos quatro cantos do mundo, que eu tenho para contar.
A um certo ponto ela confessa candidamente:
- Nossa, como você é viajado! Imagina que eu não conclui a oitava série e nunca foi para lá de Santos. Às vezes eu olho para os navios e fico imaginando como devem ser os lugares por onde eles passam. Mas eu quero que com Virna e Laura, que carrego na barriga, seja diferente. Quero que elas cresçam e conheçam o mundo!-
- Amém! Assim será!- comento eu.
Olho para o celular e vejo que já passou das nove.
- Puxa! João está demorando, vou ter que puxar as orelhas dele.-
Neste momento toca o celular da Ludmila.
Antes que ela responda, eu digo à ela:
- Se for o João, não comenta que eu estou aqui, que quero fazer uma surpresa à ele: acho que esqueceu-se de nosso compromisso.-
De fato é o João.
Ele realmente pergunta se alguém está esperando-o em casa, e Ludmila faz o que eu pedi.
Quinze minutos mais tarde chega o João.
Tem um instante de surpresa quando me vê mas, como bom malandro que é, logo disfarça.
- Carlos, que surpresa agradável!- diz, abraçando-me.
- É bom te ver, João, mas na realidade a gente tinha um encontro.-
- Verdade! Como pude esquecer! Ludmila com licença que a gente vai um instante lá no quarto falar de negócios, e já voltamos.-
Entramos no quarto e logo João começa a falar:
- Então Carlos, eu tive um imprevisto e não consegui arrumar o dinheiro à tempo...-
- Você quer mais prazo, é isto?-
- E isto!-
- Pois não vou dar-te mais prazo nenhum!-
- Pensa bem, meu amigo! Como sinal de boa paz vou deixar você comer a Ludmila. Ela é bonita, gostosa e dá a bundinha como ninguém...-
- Mas que coisa feia! Colocando aquela boa moça no meio de tuas trapaças. Você é desprezível. Se prepara que eu vou colocar uns profissionais que não te deixarão em paz, até você me devolver até o último tostão. Agora se me der licença eu vou sair daqui, porque tenho mais o que fazer!-
Saindo do quarto, me despeço da Ludmila com dois beijinhos e um sorriso.
Coitada! A única sua culpa foi de juntar-se com um malandro como o João.
Vou direto para Santos à uma firma de recuperação de créditos, que me foi indicada pelo detetive.
Ela é conhecida pelos seus meios não-convencionais e ao limite da legalidade.
As instruções que eu dou são claras: infernizar a vida do João, custe o que custar.
Volto para Bauru satisfeito: tudo aconteceu conforme o planejado.

Dezembro 2016
Estou, junto com o Paulo, instalando uma nova máquina de lavar na lavanderia de casa, quando chega Socorro levando uma menininha pela mão, que eu logo reconheço ser Virna.
Ela está com uma mochila nas costas, um ursinho na mão e a cara bem assustada.
- Um senhor veio, deixou ela aqui, e me deu esta carta para o senhor.-
Não faço idéia de quais maquinações preparou o João, mas eu sei que a firma de cobranças está infernizando bastante a vida dele.
Eu abro um sorriso e falo para Virna:
- Oi Virna, bem-vinda à minha casa. Você está com fome?-
- Sim, tio Carlos.-
- Socorro, por favor, leva ela para cozinha e prepara para ela um lanche caprichado, que daqui há pouco eu venho.-
- Sim, senhor Carlos.- responde Socorro e leva a menina para dentro de casa.
Eu abro a carta e a leio.
Nela o João se queixa pelo inferno que virou sua vida nos últimos meses, e diz que me deixa a Virna como garantia pelo pagamento, e que virá a resgata-la início ano, quando a Laura já tenha nascido.
Me diz também para não me preocupar com a Ludmila, pois ela está ciente que ele deixou sua filha com um parente, para aliviar sua carga de trabalho no final da gravidez, já que a Virna está de férias.
Fecho e guardo a carta no bolso.
Não entendi bem a jogada do João, mas desconfio que não é nada de bom.
Termino rapidamente a instalação e entro em casa.
Encontro na cozinha Virna que está devorando o lanche que Socorro preparou.
Coitada! Devia estar faminta!
Prefiro não comentar nada na frente da Socorro, e quando ela sai da cozinha, eu pergunto para Virna:
- Então, me conta como fizeram você e o papai para chegar aqui.-
Pela sua cara, vejo que toquei uma tecla delicada, então resolvo mudar de tática.
- Esta chácara não é tão chique como outras, e não tem piscina. Que tal a gente ir para cidade e remediar agora?-
- Isto é, tio Carlos?-
- Vamos comprar uma, ora bolas!-
Saímos com a RAM passamos em uma loja de departamentos.
Compramos uma piscina inflável, junto com outros brinquedos e prendas para vestir.
Paramos depois numa churrascaria, onde a menina come como se não tivesse amanhã.
Onde ela guarda tudo isto não faço idéia, já que é bem magrinha.
Á tarde encho a piscina e a menina se diverte muito mergulhando nela, com o calção de banho que comprei-lhe hoje.
Depois da diversão voltamos para dentro de casa, tomamos um lanche, levo ela para a suite que fora de minha mãe, dou para ela um par de calcinhas, o pijama que comprei hoje, e uma toalha, e peço para ela tomar banho.
A Socorro se recolhe para casa dos caseiros e eu fico na sala vendo televisão.
Dai há pouco chega a Virna, limpa e perfumada, senta ao meu lado, mas logo capota.
Levo ela, no colo, até a suite de minha mãe e ponho ela na cama.
Não posso deixar de notar como ela é linda com seu pijama de bichinhos.
Me recolho no meu quarto, assisto um pouco de televisão, depois durmo.
Sou despertado, na madrugada, por um corpo que entra na cama.
É seguramente a Virna.
Imagino que tenha-se despertado, sozinha e em um lugar estranho e foi procurar companhia.
Quando toco nela, me assusto: está nua.
- Menina! Onde está o pijama?-
- Tirei!-
- Por que?-
Ela não me responde e me abraça.
- O que você está fazendo?-
De novo ela não responde, e me diz:
- Come minha bunda, tio Carlos.-
Eu levanto de golpe acendo o abajur e olho para ela.
Está nua, seu corpo é de criança, mas estaria mentindo se dissesse que não me atraí.
Aliás é desde desta tarde, na piscina, que eu olho para este corpinho.
Lá na piscina as tetinhas inexistentes, que aqui se soma com o rasgo discreto que é sua bocetinha.
Minha racionalidade me diz não, mas meu pau duro, mal escondido pela sunga, me diz sim!
Consigo juntar o sangue frio necessário para responder:
- Virna, você não tem noção do que está dizendo!-
- Eu já dei a bunda!-
Consigo juntar todo o meu autocontrole necessário para dizer:
- Volta para sua cama já!-
Quase chorando ela faz o que eu peço.
Não consigo mais dormir, e tenho que masturbar-me para aliviar a tensão erótica.
O dia seguinte transcorre aparentemente calmo.
Mas é só aparência pois a tensão erótica que polui minha mente está presente em cada momento.
Ao final do dia, quando nos recolhemos aos nossos aposentos, eu deito na cama, não sabendo o que acontecerá daqui a pouco.
É claro que eu poderia ter trancado a porta e não fiz, e também não precisava colocar um pote de vaselina na gaveta do criado mudo.
Quando, bem mais cedo do que ontem, Virna entra, peladinha, no quarto, minhas defesas caem por terra.
Logo estou dando-lhe um beijo de língua, seguido por uma boa chupada de sua bocetinha.
Depois a viro e dedilho seu ânus com os dedos untados por vaselina.
Lubrifico meu pau e começo a enraba-la.
A penetração não é tão difícil como pensava, que me faz pensar que não tenha mentido quando disse que a bundinha dela não é virgem.
Em todo caso, pego bastante leve, não colocando no cuzinho dela muito mais do que a pontinha do meu pau.
Gozo rapidamente, enchendo seu cuzinho de porra, e fico abraçado a ela, para sentir o calor de seu corpo de criança.
Depois de algum tempo, faço a pergunta que não quer calar:
- Por que?-
No início ela é bastante reticente mas, depois de alguma insistência minha, ela desabafa em lágrimas e me conta uma história escabrosa.
O João começou a abusar dela faz alguns meses, dizendo que tinha que prepara-la para a vida.
Quando, alguns dias atrás, eles começaram a jornada para vir aqui, ele a fez prometer que ela me daria o cuzinho.
O grande filho da puta!
Ele quer, seguramente, chantagear-me.
Bom agora a omelete está feita, o que posso fazer é aproveitar.
Até o final de dezembro, a visita dela às noites, é sagrada e, toda a noite ela sai do meu quarto com o intestino cheio de porra.
Chego até pular o ritual do meu puteiro das sextas.
Na primeira madrugada do ano de 2017, quando ela vem visitar-me eu só abraço ela, e lhe digo:
- Eu fiz um voto para o novo ano: não vou mais comer tua bunda.-
Ela parece-me desiludida, até insiste um pouco, mas depois adormece entre meus braços.
A verdade é que mesmo eu sendo extremamente cínico, a minha baixeza estava começando a assustar-me.
Descobri que eu gosto deveras da Virna, e ela merece um futuro diferente do que está-lhe sendo proposto pelo pai e por mim também.
Portanto, a partir deste dia, ele vêm ao meu quarto à noite, de pijama e não temos mais intimidades proibidas.
Nestes dias, Socorro, também se afeiçoou à Virna, que incarna a filha que ela não pode ter, por ser estéril.
Conseguiu então convence-la a acompanhar no domingos, ela e o Paulo à missa.
Assim que na manhã de hoje, segundo domingo do ano, os três saíram no antigo Fiat Uno, que meu pai sempre destinou aos caseiros, e foram à igreja.
Pouco depois eu saio também, querendo fazer uma compra em um supermercado que abre aos domingos.
Estou no caminho de terra que liga a chácara à estrada, quando pula na minha frente um homem, fazendo-me subitamente frear o RAM.
Custo a reconhecer o João.
Ele está sujo e macilento como se fosse um morador de rua.
Eu abaixo o vidro e pergunto:
- O que você quer João?-
- Você arruinou minha vida, mas agora está nas minhas mãos. Agora quero dinheiro!-
Eu fico pensando um instante, depois pergunto:
- Quanto?-
Parece que eu peguei ele de surpresa, porque aparenta não ter uma resposta pronta, em todo caso ele responde:
- Cem mil!-
Eu aparento estar titubeante, depois rebato:
- Eu tenho algum dinheiro aqui na chácara, em Reais e Dólares. Seguramente não dá os cem mil que você está pedindo, mas acho que já dá para começar a conversar. Me espera aqui.-
Fecho a janela e regresso de ré até o portão da chácara.

Epílogo
Outubro 2017
Nove horas da manhã chego em São Vicente, na casa da Ludmila.
Me recebe com um beijo apaixonado, e logo eu pego no colo a Laurinha, que está engatinhando pela cozinha.
Faço à Ludmila minha pergunta de sempre:
- Notícias do João?-
- Não nenhuma novidade. Aliás espero nunca mais ter.-
Ela dá o peito para Laurinha, enquanto eu a admiro e conto alguma de minhas anedotas de viagem, que sempre a encantam.
Satisfeita, a Laurinha adormece, ela a coloca no berço no quarto e logo em seguida se despe.
Eu admiro seu bonito corpo, que sua segunda gravidez deixou mais roliço.
Me dispo também e logo vou chupando um pouco do leite que a Laurinha deixou para mim.
Depois deitamos na cama e fazemos um gostoso papai e mamãe.
Quando sinto que falta pouco para gozar, retiro meu pau de sua boceta levanto suas pernas e o introduzo no seu cu.
E sim, o João tinha toda razão, o cu da Ludmila é delicioso.
Gozo rapidamente nos lavamos, vestimos e vamos para cozinha esperar que Virna volte para escola.
Desde final de janeiro deste ano, quando levei Virna de volta para a mãe dela, eu pago o aluguel e todas as contas da casa, deposito uma mesada para Ludmila e até matriculei, às minhas custas, Virna em colégio particular.
E Ludmila me agradece da única maneira que ela sabe: dando-me seu corpo e seu carinho quando eu venho aqui, uma vez ao mês.
Quando o ônibus escolar traz a Virna, ela me cumprimenta com muito afeto, como sempre.
Depois vamos os quatro para uma churrascaria.
Até instalei na RAM uma cadeirinha para Laurinha para isto.
Depois da churrascaria, levo elas de volta para casa, nos despedimos e começo minha jornada de volta para Bauru.
No enquanto dirijo, sorrio pensando ao fato de eu perguntar sobre o João toda vez, sendo que eu já conheço a resposta.
Naquele fatídico dia, quando voltei para chácara eu não peguei dinheiro.
Mandei uma mensagem para Socorro, avisando que eu ia chegar tarde, e deixei na gaveta do meu criado mudo o celular, para não ser rastreado.
Peguei um velho revólver de meu pai, que nunca fora registrado, carreguei na RAM pás, picaretas e uma lona preta.
Em seguida sai na direção da estrada.
Lá estava o João esperando-me.
Abaixei o vidro ele aproximou-se e eu só dei um tiro, quase a queima-roupa, bem no coração.
Vasculhei seus bolsos, constatei que nem celular ele tinha mais, e fiquei com os documentos.
Carreguei o corpo dele na caçamba, cobrindo-o com a lona, e fui embora.
Desovei o corpo em uma zona de preservação ambiental, depois de cavar uma cova profunda.
Chances de encontrar o corpo nos próximos cinquenta anos: quase zero, especialmente porque ninguém prestará queixa do desaparecimento de um traste como ele.
Queimei os documentos e voltei para casa com a consciência tranquila.
Eu tinha colocado o João bem no lugar dele.
Espero que se passem muitos anos até nos reencontrarmos no inferno.
Fim

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tu001 #PreTeen

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