um corno poeta
A sala estava iluminada por uma luz suave, criando sombras nas paredes que dançavam enquanto a cena se desdobrava. Eu estava lá, amarrado a uma cadeira, impotente para fazer qualquer coisa além de assistir. Meu coração batia acelerado no peito, uma mistura estranha de excitação e ansiedade. Ela estava no centro da sala, minha esposa, a mulher que amava, e estava prestes a realizar uma fantasia secreta que nunca ousei confessar completamente. Ao seu redor, dez homens, todos esperando para ter a chance de tocá-la, de senti-la. Ela começou lentamente, tirando peça por peça de roupa, enquanto seus olhos permaneciam fixos nos meus. Havia uma confiança em seu olhar, uma segurança em saber que, apesar de tudo, havia consentimento, havia um acordo tácito entre nós. Ela sabia o quanto aquilo significava para mim, mesmo que nunca tivéssemos falado abertamente sobre isso. O primeiro homem se aproximou, traçando uma linha suave com os dedos ao longo de seu braço antes de tomá-la em seus braços. Eu observei, a tensão crescendo dentro de mim enquanto o desejo e o ciúme se misturavam em meus pensamentos. Ele a beijou, profundamente, e ela correspondeu com igual fervor, seus corpos movendo-se em um ritmo que parecia quase coreografado. Os outros homens logo seguiram, cada um esperando sua vez, explorando-a em turnos, tocando-a e adorando-a de formas que sempre imaginei, mas jamais experimentei. A sala encheu-se de suspiros e gemidos, os sons de prazer que ecoavam e faziam o desejo dentro de mim aumentar a níveis quase insuportáveis. Eu puxei as amarras instintivamente, um reflexo do desejo de me juntar a ela, de sentir sua pele contra a minha. Mas, ao mesmo tempo, havia algo incrivelmente libertador em simplesmente assistir, em ser o espectador daquela cena intensa e sensual. Ela era uma visão de puro êxtase, movendo-se entre eles com graciosa fluidez, perdendo-se na sensação de ser desejada por tantos. Em nenhum momento ela tirou os olhos dos meus, um lembrete constante de que, não importava o que acontecesse, estávamos juntos nessa experiência, conectados por algo mais profundo do que o simples ato físico. Quando o último homem se afastou, ela veio até mim, sua respiração ainda acelerada, seus olhos brilhando com uma intensidade recém-descoberta. Ela se inclinou para frente, me libertando das amarras com um sorriso satisfeito no rosto. Apesar de tudo o que havia acontecido, ou talvez por causa disso, eu sentia um amor e uma conexão mais profundos com ela. Era uma fantasia que jamais pensei que seria possível, e, ainda assim, ali estávamos, mais fortes e mais próximos do que nunca.
Comentários (0)