Mistérios da Carne

Um jovem aluno americano de 7 anos(Brian) e seu treinador de futebol de 35 anos(Alfred)

Era manhã...ao menos é o que me lembro, eu tinha 7 anos, meus pais se mostravam ausentes por vários motivos, trabalho, irresponsável, falta de amor você escolhe eu não me importava...até aquele dia.

Domingo 10/11/1970

Eu sai para dar uma volta pelo bairro para ver se encontrava meus amigos, mas claro que foi ingênuo de minha parte, afinal era domingo, todos estavam com suas famílias, sendo felizes e aproveitando a manhã, desisti por volta das 10 da manhã, foi quando resolvi voltar pra casa, mais dei de cara com um homem alto, bigode grosso, óculos longos com aro de metal bem comum naquela época, cabelo curto e loiro, de olhos claros, eu reconhecia ele, era meu professor de Educação física senhor Alfred, ele me ajudou a levantar pois o impacto me fez cair no chão

-Brian? Se machucou? —disse ele em um tom de espanto

Segurei em sua mão e com sua ajuda consegui me levantar, não avia me machucado, então disse a ele que não

-Não senhor Alfred, obrigado, estou bem– eu disse em um tom vazio, sem vida sem emoção

Afinal o que é estar bem no fim das contas? Mas o Sr.Alfred era atento, certamente notou minha fragilidade tanto física quanto emocional, então sorriu, de forma simpática e perguntou a mim

-o que esta fazendo na rua sozinho a essa hora? Seus pais devem estar preocupados.

Era gentil da parte dele achar isso mas...não, eles não estavam eu disse isso a ele porém de uma forma diferentes

-Meus pais estão no trabalho, vão ficar la o dia inteiro, eu fico sozinho...como sempre, mas não avise a polícia por favor, ao menos em casa eu tenho cama e comida, se me mandarem pra um reformatório ou orfanato...não sei se terei o conforto que tenho em casa, mesmo com a ausência deles.

Eu falei assustado afinal era verdade, eu não queria perder meu conforto, é melhor ter pouco do que não ter nada, então eu suportava, mas...a reação dele foi oposta a de qualquer outro adulto, eu deveria ter notado ali, mas minha Melancolia, meu desespero por carinho me cegou, quando ele sorriu eu achei estranho mas não por ser suspeito e sim por ser o primeiro sorriso legítimo que eu via em anos, ele riu e colocou a mão sob minha cabeça dizendo...

-não se preocupe meu anjo, eu não direi nada, mas não posso deixar você sozinho, vamos para minha casa, podemos ficar la durante o dia, a tarde eu te trago de volta assim você não precisa ficar sozinho – disse o Sr.alfred com um sorriso lindo no rosto de carinho e compaixão

Eu aceitei...mal sabia eu que não deveria ter feito aquilo...

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