Surras de Mãe

Eu tive um "pai". Ficava a semana toda trabalhando (eu acho) e nos fins de semana na bebedeira, dormindo na casa de amigos. Quando as esposas destes não permitiam a palhaçada ele voltava pra casa, meus irmãos e eu íamos dormir na casa de alguma vizinha e de lá ouvíamos gritos e pratos se quebrando. O único tipo de quebra de rotina que já conhecemos. Raramente apanhávamos. Ele tentou algumas vezes e ela sempre tirava uma faca do sutiã e o ameaçava. Não era o tipo de realidade que ela queria nos dar já que rogava nosso perdão quando ele sumia.

Lembro que um dia um colega me deu uma revista da Playboy. Pensei ter guardado em um local infalível, enterrada no quintal. Ela encontrou e a vi folheando sentada na minha cama quando cheguei da escola:
– então tu gosta das preta né?
– como a senhora encontrou?
– intuição.
– e agora?
– senta aqui.

Obedeci inocentemente e despreocupado com o que poderia acontecer. Sempre aceitei as desgraças numa boa.
– eu não quero que teus irmãos se meta com isso.
– mas eu escondi deles.
– e de mim também.
– não tinha como contar pra senhora.
– como não? Eu sou surda ou louca pra não entender?
– não é isso.
– então o que é?
– é que isso não se conta pra ninguém, é pessoal.
– na tua idade isso não existe.
Ela se levanta rapidamente, embora estivesse calma.
– a partir de agora, se tu quiser ver essa ou qualquer outra revista desse tipo, vai ter que pedir pra mim.
– tá bom mãe – falo num tom triste com nuance de alívio.
– e não vai pensando que vai sair fácil assim. Vai ter punição que vai servir de aviso.
– calma mãe! – lágrimas descem lentamente.
– eu tô calma.

Ela vai até a sala. Eu limpo os meus olhos pra ela não pensar que eu tentei comovê-la. Eu sempre fui bom em aceitar meu destino. Ela volta com uma calcinha na mão.
– põe isso na boca.

Fiquei abismado mas obedeci. Eu já era mais crescido então aquilo me deu um certo tesão bugando minha mente me fazendo pensar se era pra eu estar triste ou excitado.
– se levanta, vira de costa, tira a calça e deita na cama.

Ainda bem que ela pediu pra eu virar de costas, meu pau estava ficando duro. Ela saiu novamente e voltou com um objeto. Creio que era um chicote de cauda. Uma mistura de tesão e medo, As vezes um se submetia ao outro. E ela começa a bater, com pausas de frações de segundos entre uma chicotada e outra. A dor prevalecia sobre tudo e eu só queria pausas maiores. Minha produção sonora era ininteligível por causa da calcinha e depois de vinte chicotadas ela parou pra respirar. Mas a inspiração violenta indicava que ela ía bater com muito mais força e eu fiquei aflito e me senti desidratado de tanto chorar. Ela joga uma toalha em cima de mim.

– se cobre e vai direto pro quintal.

Eu fui e lá notei algo que eu nunca entendi porque meu pai tinha colocado ali: um tronco de uma árvore incompleto perto de outra árvore. Ela foi até lá e me chamou.

– isso aqui não foi teu pai que fez, fui eu. Tá vendo essas algema? Fui eu quem fez isso. Coloquei pra poder me vingar dele caso ele me traísse. Só que ele me traiu e eu acabei nem usando.

Ela abaixa a cabeça e vejo uma lágrima cair. No entanto ela levanta com uma feição de decidida. Do sutiã tira uma mordaça. Dessa vez deu pra ver um dos mamilos pois o sutiã estava desajeitado. Uma mulher bem modelada, apesar de alguns problemas.
– coloca isso na tua boca, se ajoelha aqui e tira a toalha.

Faço tudo o que ela manda. Ela coloca as algemas. Vejo um detalhe que eu não tinha visto ainda: um sino pequeno.

– isso serve pra tu pedir ajuda caso ache que tu não aguenta mais.

Um pouco aliviado, sinto-me mas confortável e até com mais tesão, todavia essa história ainda não terminou...