#Gay #PreTeen

Entre Muros e Segredos cap 18

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Timberlake

Ódio e amor se confundem as vezes e Pedro mais Igor sabiam disso...

Quando o sábado já se transformava em domingo, Pedro acordou. Sentiu uma enorme dor nas costas por ter passado tanto tempo deitado e procurou uma nova posição na cama para acomodar sua coluna. Ao abrir os olhos, viu Igor no escuro, iluminado apenas pela luz da tela do computador.
— Igor?
— Oi.
— Por que está no escuro?
— Porque você estava dormindo.
— Que horas são?
— Quase meia-noite.
— Dormi tanto assim? Meu pai deve estar louco atrás de mim.
— Ele veio mais cedo, mas não quis te acordar.
— Você disse que eu não consegui vender?
— Disse...
— Hum... E ele ficou chateado?
— Acho que não. Ele parecia mais preocupado com o fato de você estar cansado.
— Hum...
Pedro se levantou e acendeu a luz. Ao voltar para a cama, sentou-se na borda, de frente para Igor.
— E você?
— Eu o quê?
— Não está chateado comigo?
— Não. Por que eu estaria?
— Pelo que combinamos no dia em que você quebrou o braço.
— Ah, aquilo? Não se preocupe. Eu estava chateado naquele momento, mas foi só naquele momento.
— Tem certeza?
— Tenho. Lembra que eu disse que não vou mais embora? Então... Agora tanto faz como tanto fez.
— É que... Você precisava ver a sujeita. Uma idiota, uma nova-rica metida a socialite. Ela disse que, mesmo antes de ver os pisos, já sabia que não queria comprá-los. Só estava fazendo isso porque o marido insistiu.
— Por que ela não pediu que enviássemos um catálogo, então?
— Foi exatamente o que eu disse...
— Então você sabe que não foi culpa sua.
— Mesmo assim... Sei lá. Eu me sinto idiota por...
— Por...?
— Não, deixa.
Igor achou aquela conversa muito engraçada. Afinal, quem diria que Pedro um dia sentaria ao seu lado e, com uma pequena angústia o incomodando, tentaria desabafar? Pela primeira vez, Pedro parecia à vontade para falar de seus problemas e dificuldades, como se Igor fosse seu melhor amigo, alguém íntimo e de confiança. O garoto sabia, ou supunha, que as palavras que Pedro não dizia eram sobre seu medo das pessoas e sua dificuldade em se relacionar com elas. Mas não insistiria.
— Não está com fome? — perguntou Igor, voltando sua atenção para o computador.
— Muita!
— Fiz sopa pra você.
— Fez sopa? Pra mim?
— Sim.
— Pra mim?
— Não foi só seu pai que se preocupou com o seu cansaço.
Aqueles dois já haviam mudado, um em relação ao outro. Não eram mais os mesmos, nem para si mesmos, nem para o outro. Eram novos. Mas o que eram agora? O que eram para si? E o que eram para o outro? Não havia como definir o grau de incerteza em Pedro e Igor.
Pedro sabia que sentia um carinho muito grande por aquele garoto, mas não saberia descrever o que era. Talvez culpa por tudo o que já fez contra ele, talvez um desejo reprimido, ou até mesmo a necessidade de sua alma de estabelecer uma paz para si. Para Igor, talvez fosse ainda mais difícil e delicado tentar definir. A primeira transa fora traumática, e isso ainda latejava. Ele conseguia olhar para Pedro e não sentir nada. Sentia algo apenas quando queria. Poderia vê-lo nu — e via, quase todos os dias — sem que nada lhe viesse à mente que provocasse excitação. Mas, quando se deixava levar pelas curvas dele, poderia sim imaginar como seria transar de novo. No entanto, esse pensamento era prontamente bloqueado com violência.
E, honestamente, Igor estava em estado de paz mais por si mesmo do que por Pedro. Eram, afinal, mais estranhos para si mesmos do que um para o outro.
Era uma nova sensação. Dormir e acordar praticamente juntos. Durante toda a semana, após despertarem, continuavam deitados e alertas, embora os corpos ainda estivessem relaxados. O cheiro de suor produzido durante o sono já havia se tornado um hábito, algo íntimo e compartilhado sem pudor. As pernas abertas, deixando as virilhas respirarem, o elástico da cueca incomodando a pele. O estalar dos dedos dos pés, aquecendo por conseguinte todas as articulações do corpo, numa tentativa de avivar as sensações e abandonar a dormência.
— Eu tive um sonho.
— O quê?
— Sonhei que os pedreiros não vinham hoje.
— Seria mesmo um sonho!
Mas ainda não conseguiam olhar nos olhos um do outro. Seria revelador demais.
— Acho que o feijão está bom.
— Deixa eu ver.
— O cheiro está bom.
— Sim, parece bom.
Já não havia (ou quase não havia) frases que pertenciam exclusivamente a um ou ao outro. Pedro poderia dizer algo que Igor diria. As palavras eram compartilhadas.
No domingo, seria aniversário de Breno. Igor, seu único filho, seria a companhia ideal, pois não havia programa melhor do que ir ao Estádio Rei Pelé, ver o time do coração jogar contra algum clube do interior. As cores do time, o CRB, eram vermelhas como o amor e intensas como o ódio.
"Bem que eu poderia ir de azul!", pensou, referindo-se às cores do time rival, mas não faria sentido, já que o adversário daquele dia vestia verde. Poderia, então, haver esperança. O CRB poderia perder.
Breno já buzinava com impaciência em frente ao portão do casarão. Não poderiam se atrasar, pois ainda precisavam comprar as entradas. Pedro observava a aflição de Igor enquanto ele se vestia apressado. Não poderia evitar que o garoto fosse, mas não gostava da ideia de vê-lo junto ao pai de novo.
— Como eu odeio futebol!
— Não tanto quanto você odeia o seu pai.
— É tão notável assim?
— Claro.
— Você bem que poderia vir comigo, não é?
— Você gostaria que eu fosse?
— Claro que sim. Mas isso é impossível. Meu pai não gostaria que você fosse.
— Por quê?
— Porque ele teria ainda mais vergonha de mim.
Ao ver o filho abrindo o portão, Breno logo iniciou o berreiro:
— Anda, Igor, deixa de ser molenga. Vamos perder o jogo!
— Eu já estou indo — disse, entrando no automóvel.
— Você sempre se atrasa. Que saco! Vamos perder o jogo, e já deve ter filas enormes na bilheteria!
Em frente ao estádio, havia todos os tipos de homens que Igor nunca chegaria a ser. Para começar, tinha verdadeiro preconceito contra aqueles que, sem estarem na praia ou em uma piscina, andavam na rua sem camisa. Além disso, falavam aos gritos, se faziam entender pelo berro — e como aquilo lembrava Breno! — com risadas exageradas e tapas nas costas que estalavam como se fossem dados com fúria. Mas nada era pior que o cheiro de urina impregnado em todas as paredes. Era um zoológico de machos. Para Igor, todos eram nojentos e dispensáveis.
Era talvez o único momento em que ele esquecia sua humanidade e até tinha prazer em imaginar que uma bomba poderia explodir e matá-los de forma lenta e dolorosa. Breno poderia estar entre os torcedores. "Um bando de idiotas gritando por causa de vinte e dois homens ainda mais idiotas. Coitada da bola!".
Caminhou com o pai até a fila e, quanto mais olhava ao redor, mais deslocado se sentia. Os adolescentes de classe média, assim como ele, pareciam ainda mais patéticos que os de classes mais baixas. Obviamente, tudo era um enorme preconceito de Igor, que não se ajustava àquela situação e não fazia questão disso. Era o que ele sentia em resposta a tudo que o futebol representava para sua vida íntima: um símbolo consistente de que Igor era um "viadinho de merda".
— Tome o ingresso... Vamos!
Seguiram para os portões, onde as pessoas se amontoavam à espera da revista policial. Um verdadeiro desconforto. Já caminhando pelas rampas, foram ao bar do estádio Rei Pelé. O corredor era estreito, as paredes enegrecidas pela imundície, e um bando de homens descamisados e suados exigia com urgência suas cervejas.
— Vamos comprar. Espere aí.
— Eu não quero cerveja.
— Você já pode beber.
— Eu sei, e, na verdade, já bebo. Mas não quero agora.
— Besteira, você vai tomar.
E não adiantava discutir. Breno não o ouviria, assim como não ouvira nos últimos dezoito anos. Não era por maldade, mas simplesmente porque não conseguia entender que "não" era realmente "não".
Com dois enormes copos de cerveja — semelhantes a pequenos baldes —, Breno saiu daquele amontoado de testosterona e entregou a bebida a Igor. O garoto não conseguia segurar o copo com uma mão e andar ao mesmo tempo.
Na arquibancada, seu pai sacou um pequeno rádio do bolso, ligou-o e começou a ouvir a narração. Igor só conseguia pensar que poderia ser morto a qualquer momento por uma bala perdida ou alguma grande confusão entre torcidas, algo tão comum em qualquer jogo de futebol no país. Claro, tudo informações que ele tinha da televisão.
Breno avistou um amigo do trabalho, que também estava acompanhado pelo filho adolescente, e logo o chamou... Não, logo berrou. Enquanto eles vinham, Breno olhou para Igor e percebeu que ele quase não bebia a cerveja.
— Você ainda está aí? Beba logo essa cerveja, senão vai esquentar.
— Mas eu estou bebendo, só que é muita.
— Beba logo isso, Igor!
Ao chegarem, Breno e Igor cumprimentaram o homem e seu filho e permaneceram de pé. Apenas Igor se sentou. Continuou segurando a cerveja com as duas mãos (ou pelo menos tentando segurar também com a mão direita) e bebendo grandes goles. A bebida descia com dificuldade, e o gosto não o agradava.
Os três conversavam animadamente, aguardando o início do jogo, enquanto Igor não conseguia se envolver. Seu pai o olhou com raiva e rapidamente Igor se levantou, mas nada mais disse, pois não entendia nada.
— Lembra quando vocês dois eram pequenos e faziam escolinha juntos?
— Escolinha?
— Sim, Igor, escolinha de futebol!
— Lembro por foto.
— Você sempre era o goleiro — disse Henrique, o outro garoto.
— Nunca fui bom nisso.
— É, você era muito preguiçoso — disse Breno.
— Você já está na faculdade, não é?
— Sim, faço Arquitetura.
— Henrique vai tentar Engenharia este ano.
— Tem muita diferença entre Arquitetura e Engenharia? — perguntou Henrique.
— Não muita. A maior diferença é que Engenharia trata da parte mais estrutural das construções, é mais científica, talvez, mais matemática. Arquitetura tem isso também, mas é mais estética. Estudamos História da Arte, por exemplo.
— É tipo decoração?
— Não, não, é tipo...
— Igor, cala a boca. O jogo já começou! — interrompeu Breno de imediato.
Igor não fazia questão de falar, então não achou tão ruim fechar a boca. Sentou-se e voltou a beber a cerveja. Não conseguia ver graça no futebol e muito menos em assisti-lo no estádio. De onde estavam, mal dava para enxergar os jogadores e a bola. Olhava para os lados e não sentia nenhuma emoção, exceto repulsa. Mas Igor sabia ser paciente, e aquela não era a primeira vez que assistia a um jogo. Breno, por outro lado, se desesperava, berrava e xingava. Agitava a mão, indicando por onde o jogador deveria ir para concluir o passe. Esqueceu-se por completo de Igor.
O primeiro tempo acabou, e logo Breno estava tão cansado quanto os outros torcedores. Olhou para o filho e se incomodou com sua apatia.
— Alberto, vou comprar cerveja. Você vai ficar?
— Vou. Não vou beber hoje. Estou dirigindo.
— Ué, eu também!
— Não, não vou beber hoje.
Caminharam então os dois até o bar e, ao se afastarem um pouco mais, Breno segurou o filho pela nuca, apertando-o com força enquanto andavam.
— Você não gosta de me ver feliz, não é, Igor? Nem mesmo no dia do meu aniversário!
— O que eu fiz?
— Nem parece que veio ver o jogo...
— Mas eu estou vendo...
— E por que não torce?
— Porque o senhor sabe que eu não gosto de futebol.
— Todo homem gosta de futebol.
— Eu não gosto... Ai, pai, está me machucando!
Breno o largou com um leve empurrão e seguiu para o bar. Igor quis chorar, mas, por sorte, não produziu lágrimas. Esperou de longe que o pai voltasse com os copos de cerveja e, em silêncio, retornaram para a arquibancada.
Breno voltou ao desespero com a partida, enquanto Igor permanecia apático, dando pequenos goles no copo. O time de Breno, o CRB, já vencia o jogo por 2 a 0, mas não era o suficiente. Quando o atacante se aproximou da trave adversária, Breno agitou o braço com força, jogando-o para trás e para frente. No entanto, não percebeu que, com aquele gesto abrupto, acertou o copo de Igor, derramando toda a bebida no garoto. Henrique não conseguiu segurar o riso e começou a gargalhar da situação. Breno ainda não havia percebido, pois o lance do jogador não tinha terminado.
— Puta que pariu, que atacante burro!
Mas as risadas de Henrique finalmente chamaram sua atenção.
— O que foi?
Henrique apenas apontou para Igor, que estava completamente encharcado de cerveja. O garoto permanecia sentado e calado, olhando para a roupa toda molhada. Até as meias, dentro do tênis, estavam úmidas.
— Você derramou a cerveja? Está com a mão furada? — berrou Breno.
— Foi você quem me molhou!
— Eu?
— Você bateu no meu copo e ainda molhou o meu gesso!
— Se estivesse em pé torcendo, isso não teria acontecido.
Igor, em seu primeiro ataque de fúria contra o pai, levantou-se do banco e, olhando-o nos olhos, gritou:
— Vá tomar no cu!
O garoto então saiu em disparada, sem saber exatamente onde era a saída. Breno ainda não acreditava no que ouvira, mas reagiu com rapidez. Olhou para o amigo, despediu-se rapidamente e saiu atrás do filho, que se perdeu entre os corredores daquela enorme construção.
— Igor! Igor, volte aqui!
— Onde fica a porra da saída desse inferno?
Depois de algumas voltas, finalmente ganhou a rua, mas não soube para onde ir. Permaneceu na calçada, próximo à estrada, olhando para todos os lados. O local estava praticamente vazio. Havia apenas alguns vendedores ambulantes e uma camada de lixo cobrindo todo o chão.
Breno, enfim, atravessou os portões de saída e encontrou o filho parado, sem rumo.
— Igor!
— Eu vou embora.
— Igor, quem você acha que eu sou pra me mandar tomar no cu?
— Eu odeio futebol. Odeio. Todas as pessoas que estão nesse estádio são um bando de idiotas desocupados que não têm mais nada pra fazer da vida. Futebol é uma merda, um lixo. Eu quero que todo mundo que gosta de futebol morra. Quero que esse estádio desabe e que todo mundo morra. Bando de gente idiota!
— Cale a boca, Igor...
— Não vou calar, não vou calar! Eu odeio futebol, e você nunca vai me fazer gostar dessa merda toda. Não me importa que todo homem goste de futebol, eu sou homem e não gosto! Porque eu sou homem, mas não sou babaca pra ficar gritando, berrando e bebendo cerveja ruim enquanto um bando de retardados corre atrás de uma bola. De onde a gente estava, nem dava pra ver a bola...
— Você me odeia, não é, Igor?
— Odeio futebol! Por que não jantamos e assopramos uma velinha em vez dessa merda toda?
— Porque homens fazem isso. Levam seus filhos para ver futebol. É disso que eu gosto, é disso que homens normais gostam. E você é meu único filho.
— Azar o seu, azar o seu! Tenha outro filho e arraste ele pra esse lixo. Olha essa rua, olha essas paredes nojentas de mijo e merda! E eu sou obrigado a sentar nessa nojeira, a beber cerveja nesses copos imundos, por onde ratos e baratas devem ter passado. Fique aí e feliz aniversário!
— Eu vou te matar, Igor, antes que você me mate de desgosto.
— Pode matar! Pelo menos eu nunca mais vou precisar vir nessa privada de novo!
Breno levantou a mão o mais alto que pôde e estava prestes a acertá-la no rosto de Igor, mas, ao perceber o gesto, o garoto ergueu o braço engessado para se defender. Breno hesitou por três segundos, refletindo se realmente deveria bater nele, mas se intimidou com o gesso. Então, baixou o braço e, com lágrimas nos olhos, desabafou:
— Você é a vergonha de qualquer pai.
— E eu nem ligo. Não vou morrer se você parar de me amar… Se é que já me amou algum dia. Eu vou embora. E se quiser me espancar, passe no casarão mais tarde. Estarei lá esperando.
Igor deu as costas imediatamente para o pai e atravessou a rua. Breno o observou partir, tomado por um ódio inquietante, pois não conseguia odiá-lo simplesmente por odiar. O fato de Igor ser seu único filho pesava na balança. Breno era, sem dúvida, um homem tradicional, preso aos seus valores. Para ele, filhos deviam ser criados com austeridade, ensinados a respeitar e obedecer cegamente os mais velhos, a ignorar a ética e defender a moral familiar. Mas Igor era o oposto de tudo isso. E Breno só não o odiava mais porque, dentro da sua moral, odiar um membro da própria família era proibido — ainda mais quando esse membro era seu único filho homem, seu herdeiro.
Finalmente, Igor pôde chorar. Depois de todo aquele misto de cheiros e sensações desagradáveis, as lágrimas vieram sem esforço. Ele não era arrogante, apenas detestava qualquer símbolo da heterossexualidade repressora que aprisionava sua alma dentro do próprio corpo. Caminhava pela calçada escura, deixando seu pranto cair no asfalto. Subiu no primeiro ônibus que passou e partiu de volta ao casarão.
Pedro se preparava para sair, pois jantaria com os pais naquela noite. Quando Igor atravessou o portão e entrou na casa, subiu as escadas apressadamente. Pedro estranhou o barulho e ficou atento, esperando pelo inesperado visitante. Ao vê-lo surgir na porta do quarto, sujo, triste e choroso, assustou-se e se aproximou imediatamente.
— Igor, o que houve? Cadê o seu pai?
— Eu quero que meu pai se exploda!
— O que aconteceu?
Igor passou por Pedro, ignorando sua preocupação. Tirou os sapatos com os próprios pés, mas, para se livrar das meias, precisou se encostar na cômoda e puxá-las com a mão esquerda. Elas, assim como toda a sua roupa, cheiravam a cerveja.
— Igor, você brigou com o seu pai?
— Pedro, por favor... Por favor...
— Desculpe, é só que eu não entendo.
— Esquece!
Com rapidez, puxou a bermuda e a cueca, deixando-as caírem no chão. Chutou as peças para longe e acabou se desequilibrando. Teria caído, se Pedro não tivesse se apressado para segurá-lo pela cintura. Agora precisava tirar a camisa, mas como faria isso? Tentou puxá-la pela gola, mas o gesso sempre impedia. Prestes a rasgá-la, Pedro se aproximou para ajudá-lo.
— Calma, Igor, calma...
— Me deixa, Pedro. Me deixa!
— Deixa eu te ajudar. Espera... Não se mexe, deixa eu puxar aqui.
— Para, Pedro, me deixa, me deixa...
Pedro, apesar dos movimentos bruscos de Igor, conseguiu passar a manga pelo braço engessado. Agora só faltavam a manga esquerda e a gola.
— Para de se mexer, Igor.
— Me deixa! Eu já disse, me deixa!
— Já estou quase tirando.
A gola ainda prendia a camisa na cabeça de Igor, deixando seu rosto completamente coberto. Desesperado, ele começou a sacolejar ainda mais, atrapalhando a ajuda de Pedro. Irritado, este revidou:
— Para, Igor, você vai acabar se machucando!
— Me deixa! Eu não consigo respirar. Tira logo isso, tira!
— Então fica quieto, porra! Para de se mexer, que saco!
— Então me deixa que eu mesmo tiro. Sai, sai daqui!
— Para, caralho!
— Sai, Pedro! Sai daqui!
A tensão entre os dois crescia. Ofegantes, pareciam dois touros prestes a investir um contra o outro. Mas a gola ainda sufocava o pescoço de Igor. Impaciente, Pedro o empurrou contra a cômoda e o prendeu contra seu próprio corpo. Suas pernas se entrelaçaram no movimento, e Pedro, sem querer, pisou no pé descalço de Igor.
— Ai, meu pé!
— Então para de se mexer...
— Vai tomar no cu, Pedro!
— Eu que vou enfiar essa camisa no seu cu!
Com um puxão brusco, Pedro finalmente conseguiu arrancar a camisa da cabeça de Igor. Mas os dois continuaram ali, imóveis, se encarando com um ódio que só crescia naquele quarto. A pouca luz do ambiente iluminava apenas os brilhos intensos de seus olhos. Pedro largou a camisa no chão e, sem querer, passou a mão pelo quadril de Igor, próximo à nádega. A pele ainda estava fria e um pouco úmida.
Naquele momento, Pedro sentiu sede. Uma sensação estranha e avassaladora. A garganta ardia, dificultando sua respiração. Igor lhe fazia mal. Mas antes que pudesse se afastar e beber água, sua mão deslizou até a cintura do garoto, puxando-o para mais perto. E, com a agressividade que lhe era comum, o socou. Seus lábios estavam tão rijos e tensos que aquele beijo parecia mais um golpe.

Continua...

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Comentários (9)

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  • Sweetie: Poxa, traz o Ulisses de volta, mas não como um vilão. Gostei da personalidade doce dele, podia ser um ativo pra ficar com o Rafa, caso ele seja passivo, claro.

    Responder↴ • uid:on9190soij
  • Leitor: Que raivaaaaaa, toda hora fico atualizando o navegador pra ver se não tem mais um capítulo, não consigo lidar com minha ansiedade pelos outros capítulos

    Responder↴ • uid:1cxt56imj2lf
    • PA22: somos 2 então, estou atualizando desde ontem, mas nada! agoniado com essa espera !!

      • uid:2ql4b6xij
  • Viciado em ler: Queria o capítulo 19 ahhhhhh minha ansiedade não aguenta

    Responder↴ • uid:1de1ngammg5m
    • Timberlake: Calma, calma, o cap 19 está apenas aguardando liberação no site..

      • uid:ona23e76ij
  • PA22: Mandar o Breno tomar no cu foi pouco, mas gostei, o Igor tem que criar coragem e ser quem ele é na frente do pai dele, até porque o pai já sabe que ele é gay. Só um? ansioso por mais.

    Responder↴ • uid:2ql4b6xij
    • Timberlake: Tem pai, mãe e irmãos que são piores que inimigos, mas o Breno uma hora irá cair na real...

      • uid:ona23e76ij
  • ParteenJ: Ai, posta pelo menos mais um capítulo 🥹🥹

    Responder↴ • uid:1dv8ola2k7cc
    • Timberlake: Só aguardar o site liberar o cap 19...

      • uid:ona23e76ij