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Parte V - Fui humilhado

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Fransergio Fernandes

O que era bom começou a se transformar em humilhação. O início de meus problemas.

Após um tempo evitando Mário e Carlão, eles desistiram de me procurar e fiquei um tempo longe das putarias.
Certo dia, estávamos jogando futebol. Após o fim da partida, ficamos em cinco conversando enquanto os outros tinham ido embora. Entre eles estava Mário. Achei que já não corria mais riscos, mas era bobinho demais na época e não conhecia de fato a maldade das pessoas. De repente, do nada, o filho-da-puta, para mostrar que era "fodão" contou para todo mundo na minha frente que me comia. Claro que ele não disse que tomava no cu também. Eu, morrendo de vergonha, medo e sem saber como reagir (era muito bobinho e inocente) não conseguia nem negar o fato, nem responder que eu tinha comido ele também (ninguém iria acreditar, pois os caras mais velhos sempre eram os donos da razão). Fiquei congelado, com medo, pressentindo que iria me dar mal.
Galera toda partiu pra cima dizendo que já que eu dava a bunda para ele, que queriam me comer também. Claro que eu disse que não, mas começaram a me ameaçar dizendo que contariam para todos nossos amigos e também para minha mãe. Eu morria de medo que minha família ficasse sabendo. Não tinha força para reagir, era inocente demais, não estava preparado para me defender da maldade que as pessoas mostram desde a mais tenra idade.
Então, na base da intimidação e da chantagem, os quatro caras ali presentes fizeram fila para me comer. Foi o pior dia da minha vida! Pulamos a cerca de uma chácara que havia de frente a minha casa e lá, escondido no meio das árvores e do mato, ninguém iria nos ver. Sabia que não iriam dar pra mim como nas outras vezes em que rolava o troca-troca. Agora eu seria enrabado por quatro caras, humilhado, feito de menininha deles e sem reação. O primeiro foi o José Luís (nem tínhamos tanta amizade), depois o André (o riquinho da turma), Valter (que por muito tempo foi meu melhor amigo, mas que não quis nem saber e me sacaneou também) e por último, o filho da puta do Mário. Após todos terem cutucado meu rabo com seus pintinhos, iriam recomeçar o rodízio, quando ouvi meu pai me chamando de longe. Gelei de medo, mas também percebi que era minha chance de sair correndo e foi o que fiz. Pulei a cerca da chácara e fui correndo pra casa. Meu pai estava me chamando para ir pescar e, claro, fui correndo para tentar esquecer de toda sacanagem que fizeram comigo.
Não, eu não curtia nem um pouco ficar tomando no cu na base da ameaça. Não gostava de ser a menininha dos caras. Era terrível! A esta altura eu já achava que não era mais homem mesmo. Quatro de uma vez? Não! Por que aquilo? Por que eu não reagi, por que fui tão medroso e bobo? Eu não era viado, mas a lista de pintos a me deflorarem só aumentava e, o que era descoberta e aprendizado tornou-se um pesadelo que me assombrou por algumas décadas. Comecei na inocência a ter contato com sexo e acabei sendo vítima do mau-caratismo das pessoas. Eu poderia dar pra todos eles de boa, mas se fosse no troca-troca, não assim. Seguiria em frente, apesar de muito novo e inocente, eu continuaria vivendo. Não briguei com eles, não terminei a amizade, até os perdoei, mas não esqueci que me fizeram mal.

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