A Funcionária doméstica

Era uma tarde quente de verão, e Clara, a empregada doméstica da casa de Felipe, estava cuidando da limpeza do jardim. Ele sempre a observava de longe, notando como o sol iluminava seus cabelos castanhos e como ela se movia com graça e dedicação. Felipe, um homem reservado e de fala suave, sentia uma conexão silenciosa com Clara, mas nunca se atrevera a demonstrar nada além de respeito.

Naquela tarde, ele decidiu que seria diferente. Ele a chamou para uma conversa na varanda, onde o vento fresco suavizava o calor. Clara, surpresa, se aproximou com um sorriso tímido.

"Clara, você tem feito um trabalho incrível. Eu queria agradecer de uma forma especial," Felipe disse, com um olhar sincero.

Ela ficou lisonjeada, mas não imaginava que ele estava começando a olhar para ela de uma forma diferente. Ele não sabia como expressar, mas sentia algo mais do que simples admiração. O momento estava tenso, mas algo suave na voz dele a tranquilizou.

"Eu... aprecio muito sua companhia," Felipe continuou, aproximando-se um pouco mais. "É raro encontrar alguém tão dedicada e atenciosa. Sabe, acho que merecemos um descanso às vezes, não acha?"

Clara olhou para ele, seu coração acelerando um pouco, sentindo a mudança no ar. Algo nas palavras dele a tocou, mas ela também sabia que sempre havia uma linha invisível entre eles, uma linha que até então nunca ousaram cruzar.

Felipe, percebendo a hesitação dela, deu um passo atrás, sorrindo com gentileza. "Desculpe, eu não queria te fazer sentir desconfortável. Só pensei que... talvez a gente pudesse compartilhar um momento juntos, sem pressa, sem obrigações."

Clara respirou fundo, os olhos encontrando os dele. E naquele momento, o que antes parecia uma fronteira intransponível entre patrão e empregada se dissolveu. Ela viu, no olhar dele, algo mais humano, algo que a fez sentir-se à vontade.

"Talvez... um café juntos não faça mal," ela disse, sorrindo de forma leve, aceitando a oferta.

E assim, os dois passaram a tarde conversando sobre coisas simples, sobre sonhos e gostos. O ambiente estava tranquilo, sem pressa, e os minutos se transformaram em horas. A conexão deles foi gradual, construída sobre o respeito mútuo e a descoberta de algo que poderia ser mais, se ambos estivessem dispostos.

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