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Entre Muros e Segredos cap 4

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Timberlake

Nem sempre nossa primeira vez é especial, as vezes é uma ferida daqual não nos perdoamos e assim foi com Igor.

Entre Muros e Segredos cap 4

Ao longe, Pedro avistou outro posto de gasolina. Era uma esperança que se acendia no meio do nada. No entanto, ao se aproximar, começou a desconfiar novamente. O estabelecimento era malcuidado, as bombas de gasolina pareciam antigas, não havia loja de conveniência e um grupo de homens bebia e falava alto.
Mais de perto, Pedro percebeu que eram caminhoneiros e se sentiu mais seguro para parar e perguntar. Estacionou próximo ao grupo e desceu para pedir informações a algum deles, mas, ao vê-los, hesitou ao pensar que precisaria falar. Porém, era tarde demais. Naquele fim de mundo, nem mesmo se a van fosse preta e silenciosa deixaria de ser percebida. Os homens pararam de conversar e olharam para o jovem que descia do veículo.
— Sim?
— Oi, boa noite. Eu queria uma informação. Estou perto da Paraíba?
— Mais ou menos...
— Então não estou perto de João Pessoa, não é?
— Não, de João Pessoa não.
— O senhor poderia me explicar como faço para chegar lá?
— Rapaz, você se perdeu? Isso não pode! Por aqui é perigoso!
— É... Eu imaginei que fosse...
— Você está com pressa? Porque eu vou para João Pessoa também, mas só amanhã de manhã.
— E em quanto tempo, mais ou menos, o senhor chega lá?
— Ah, daqui pra lá dá umas duas horas.
— E é seguro dormir aqui?
— Até que é. Está vendo todos esses caminhões? Todos vão dormir aqui. Agora, daqui uns seguem para o Norte, outros para São Paulo, outros para Goiânia... Então você pode se arranjar por aqui. Dá para dormir no seu carro?
— Dá, sim.
— Bom, então saio daqui umas cinco horas.
— Certo. E onde posso comprar água por aqui?
— Tem logo ali...
Pedro voltou ao carro para pegar dinheiro, mas não queria deixar Igor sozinho. No entanto, o garoto começou a se mexer muito enquanto dormia, como se estivesse tendo um ataque epiléptico. Pedro se assustou e tentou acordá-lo. Bastou tocar em sua perna para Igor despertar.
— Tudo bem?
— Tive um pesadelo... Achei que alguém estava me matando com uma faca enquanto eu corria por uma estrada deserta... Chegamos?
— Não. Acorde e vamos comprar água.
— Mas...
— Igor, eu não tenho o dia todo. Desça do carro, por favor!
O garoto esfregou os olhos com as mangas da camisa e tentou entender onde estava. Olhando pela janela, viu alguns caminhões e vários homens berrando e rindo. Estranhou. “Não estamos em João Pessoa!”. Calçou as sandálias e, enfim, desceu do carro. Pedro seguiu à frente, irritado com a demora de segundos do companheiro.
Entraram em um boteco, onde alguns homens bebiam e algumas mulheres, com olhares maliciosos, deixavam à mostra, pelos decotes, um pouco daquilo que poderiam vender por uma quantia aceitável. Era um verdadeiro buraco, e Igor não entendia por que estavam ali em vez de estarem em um hotel.
— Duas garrafas pequenas de água e uma de dois litros.
Igor permaneceu calado, apenas observando, com certo receio, todas aquelas pessoas estranhas. Ao fundo do bar, três mulheres sentadas não tiravam os olhos dos dois forasteiros. Igor, sem entender o motivo, retribuía o olhar com a ingenuidade de quem acabara de acordar.
— Está interessado?
— Hã? Como assim?
— Nas mulheres. Está interessado?
— Não! Por que está perguntando isso?
— Então pare de olhar para elas, ou vai nos meter em confusão!
Igor continuou sem entender, pegou a garrafa pequena de água que Pedro lhe ofereceu e saíram em direção à van.
— Eram putas?
— O que você acha, Igor?
— Eu não sei, nunca fui a um puteiro.
— Você é mesmo um frangote!
Cada um abriu sua garrafa de água e seguiu para o carro. Igor entrou pela porta lateral, mas Pedro foi até a porta traseira. Igor não entendeu e, instintivamente, iria perguntar o motivo daquilo, mas resolveu dar-lhe um tempo. Tomou um pouco de água e olhou para os caminhões de um lado e a plantação de cana-de-açúcar do outro.
— Não estamos em João Pessoa, estamos?
— O que você acha?
— E onde estamos?
— Em algum lugar de Pernambuco.
— Como assim "em algum lugar"?
— Igor, agora não. Se você quiser nos tirar daqui ótimo, vá em frente, pegue o volante e dirija. Se não vai solucionar o problema, fique quieto!
— Mas como chegamos aqui?
— Igor, nós já estamos aqui. Vai nos tirar daqui? Não. Então fique calado, por favor!
— Você se perdeu?
— Igor, que merda, cala a porra da boca!
— Mas... Hum. Você tem um plano?
— Amanhã estaremos em João Pessoa. Amanhã logo cedo. Satisfeito?
— Como chegaremos a João Pessoa se você não sabe nem como chegou aqui?
— Ah, Igor, vai tomar no cu!
Então, Igor se virou para frente e, como se nada tivesse acontecido, continuou tomando sua água e olhando para a plantação de cana-de-açúcar. Acalmou-se, pegou um dos biscoitos que havia comprado em Maceió na sacola e começou a comer. Era seu jantar. Esticou-se para pegar um repelente na mala, encolheu as pernas sobre o banco e, tranquilamente, começou a massagear as coxas e a panturrilha com o creme. Enquanto isso, observava a plantação de um lado, os homens estranhos e barulhentos do outro e as prostitutas à frente. Era quase surreal toda aquela calma.
Arregaçou as mangas e passou repelente nos braços. Após todo aquele ritual, olhou para trás e perguntou:
— Vamos dormir no carro, é isso?
— Você nunca dormiu em um carro?
— Muitas vezes. Eu durmo em qualquer lugar. Mas você poderia ao menos ter me avisado.
— Como assim? Você não trouxe seu colchão?
— Colchão? Não!
— Puta merda, viu?
— Seu pai não me disse nada...
— Como assim "não disse"?
— Não disse...
— E você achava que dormiríamos onde? Em um hotel?
— Eu não sei, Pedro, o que você acha?
— Acho que você é muito fresco!
— Ah, está aí uma coisa que eu não sou: fresco. Eu suporto tudo, aguento tudo. Mas também não queira que eu adivinhe as coisas, porque aí já é um pouco demais.
— Cala a boca, estou tentando dormir aqui, não percebeu?
Igor se calou mais uma vez. Olhou para frente de novo e se perguntou: “Não posso fazer mais nada. O que fazer?”. Ajustou o banco, inclinando-o para trás, pegou seu travesseiro e se encolheu para dormir. Pedro, ao perceber que Igor finalmente parou de falar, abriu os olhos e viu o companheiro deitado na poltrona da frente.
Mais uma vez, as palavras de seu pai invadiram sua mente. Quando viu que a cabeça de Igor estava à mostra pelo vidro da janela, lembrou-se do homem estranho que haviam deixado para trás.
— Igor, você não pode dormir aí.
— E onde você quer que eu durma? Em cima do carro?
Foi então que Pedro juntou todas as suas forças e, com muito desgosto, convidou:
— Meu colchão é de casal. Venha!
Igor estava de olhos fechados enquanto discutia com Pedro. Assim como um interruptor acende instantaneamente uma lâmpada ao ser pressionado, seus olhos se abriram em resposta ao convite de Pedro.
“Eu ouvi isso direito?”, pensou. Então, eles se olharam com estranhamento. Igor queria entender o motivo daquele convite tão inesperado; já Pedro apenas queria que ele viesse logo, sem questionar, sem fazer tantos movimentos, apenas deitasse e se calasse.
— Como é?
— Venha dormir no colchão.
— Está bom aqui...
— Igor, você não entendeu. Você não pode dormir aí, é perigoso.
— Mas tem um monte de gente ao redor dormindo como nós.
— Não, dormindo como eu, e não como você. Você está exposto pelo vidro da janela. É perigoso!
— Não terá espaço...
— Igor, cala a porra da boca e vem logo!
— Sinceramente, prefiro dormir aqui.
— Eu também prefiro que você durma aí. Aliás, preferia que você nem tivesse vindo, mas, no momento, não quero pensar nisso. Só quero que você feche a matraca, pegue seu travesseiro e venha sem questionar, sem barulho e sem frescuras. Venha e ponto final.
— Mas...
¬¬¬¬¬¬¬¬ Pedro não aguentou tantos questionamentos de Igor. Levantou-se, foi até o banco onde o garoto se deitava, puxou-lhe o travesseiro debaixo da cabeça e o jogou sobre o colchão. Igor ficou irritado com a atitude e, quando ia revidar com palavras, Pedro se antecipou:
— Igor, você vai sair desse banco, vai se levantar, vai andar até aquele colchão e vai se deitar nele. E se não fizer isso agora, eu mesmo vou arrastar você para lá, nem que tenha que machucá-lo para isso.
Pedro não falava com agressividade, mas com uma calma inquietante e uma paciência aparente. Foi isso que fez Igor finalmente se calar e ir até o colchão. Os dois se deitaram, cada um de costas para o outro, tentando dormir. Obviamente, não conseguiram. O cheiro doce de Igor irritava o olfato de Pedro, e as palavras agressivas ditas em um tom ameno ainda ressoavam em sua cabeça. Enquanto se perdia nesses pensamentos, Pedro percebeu que Igor, ao contrário dele, havia cedido ao cansaço e adormecido.
Pedro, acostumado a se esparramar na cama, não conseguia encontrar o mínimo de conforto. O colchão era de casal, mas o espaço parecia insuficiente. Ele nunca dormia com as pernas fechadas, e aquilo era desconfortável. Ainda tentou desviar seus pensamentos para a viagem, ensaiando mentalmente como venderia os pisos sozinho. Imaginou o que diria, como gesticularia, como se comportaria. Mas logo se cansou da ideia e deixou que o sono começasse a pesar sobre seus olhos. Pensou em Rebeca e em todas as garotas que poderiam estar ali com ele. Girou o corpo para o lado oposto e percebeu que ainda havia espaço entre ele e Igor. Resolveu se espalhar um pouco mais, abrindo as pernas para tentar relaxar.
Enquanto se ajustava, sua coxa direita, sem querer, deslizou entre as pernas de Igor. Pedro se assustou. Tentou afastá-la, mas percebeu que qualquer movimento brusco poderia acordá-lo. A inquietação aumentou quando suas mãos, ao tentar ajustar a posição, tocaram as nádegas de Igor. Ele prendeu a respiração e moveu a perna com delicadeza, tentando não chamar atenção. Mas não pôde evitar reparar no encaixe do próprio corpo ali. Observou Igor adormecido e, por um instante, sua mente divagou. Comparou as pernas de ambos, notando como as suas eram mais grossas. Depois, seus olhos subiram, captando a silhueta das nádegas de Igor. Foi quando o pensamento lhe escapou: "Ele tem uma bundinha que dá vontade de morder!".
Não percebeu o quanto estava imerso naquela ideia até sentir o próprio corpo reagir. Tentou afastar-se, mas a curiosidade o venceu. Aproximou-se novamente, encaixando-se sutilmente no quadril de Igor. A reação foi imediata: Igor, mesmo inconsciente, se projetou para frente. Pedro hesitou. "Se eu estivesse lúcido, saberia que isso é loucura", pensou. Mas a ideia de afastar-se já não parecia tão tentadora quanto antes. Encostou-se de novo, experimentando o calor que se formava entre seus corpos. Sua respiração ficou mais pesada. A excitação crescia. Foi quando ele, quase sem perceber, puxou a cintura de Igor para si.
Igor despertou.
Ainda sonolento, não demorou a entender o que estava acontecendo. Sentiu o corpo de Pedro pressionando o seu e soube, de imediato, que aquele toque não era acidental. Mas, ao invés de reagir de forma brusca, fingiu que ainda dormia, afastando-se lentamente para evitar o constrangimento. Pedro, porém, percebeu. E gostou disso.
Ele esperou alguns segundos e então voltou a se encaixar no quadril de Igor. Dessa vez, não havia dúvidas. Igor virou o rosto para conferir se Pedro estava acordado. Na penumbra, viu apenas os olhos atentos e o brilho do suor em sua pele. Nunca havia imaginado Pedro como um homem desejável, tampouco pensava nele dessa forma. Mas o calor entre os dois e a umidade do suor alteravam sua percepção. Quando inclinou a cabeça para trás, Pedro aproveitou o momento para cravar os dentes em seu lábio inferior. Suas mãos firmes puxaram a cintura de Igor, colando seus corpos ainda mais.
Igor estava atordoado. Até aquele momento, só havia beijado um garoto em toda sua vida. Agora, tinha um homem apertando-o contra si, aquecendo sua pele e deixando seu corpo ainda mais vulnerável. Render-se era inevitável. Se resistisse, Pedro faria de tudo para levá-lo até lá.
As mãos ansiosas de Pedro deslizaram até as nádegas de Igor, puxando o tecido do short, que começou a rasgar levemente. Igor tentou impedi-lo, mas, ao se mover, acabou se virando de frente para Pedro. E foi ali que tudo explodiu. As bocas se encontraram em um beijo faminto. As coxas de Pedro dominavam as pernas de Igor, e os corpos se encaixavam ainda melhor nessa nova posição. O suor escorria, intensificando o contato entre eles. O atrito, a respiração ofegante, o desejo crescendo a cada movimento. Mas, apesar de tudo, ainda não haviam se despido.
Pedro acabou se deitando de costas, e Igor ficou por cima, numa posição vulnerável, permitindo que as mãos daquele macho lhe invadissem o short. Foi inevitável: Igor desprendeu seus lábios dos dentes de Pedro e deixou escapar um gemido. Nesse momento, percebeu que estavam praticamente em um local público e temeu que Pedro se irritasse por ele ter feito barulho. Mas Pedro não estava em si.
— Você gosta quando eu aperto a sua bundinha assim, gosta?
Igor respondeu com outro gemido, e Pedro replicou com mais apertos. Mas não era só Pedro que gostava de ser invasivo; Igor também queria tocar. Ele não parava de pensar na espessura das coxas de Pedro e em como toda aquela massa estava entre suas pernas. Só de imaginar a cena, sua excitação aumentava. Não podendo alcançar as coxas, dirigiu-se aos braços, mas, ao levantar um pouco as mãos, acabava se projetando para frente e se espremendo contra o peito daquele rapaz. O ar lhe faltava, mas ele gostou disso.
Havia muito mais do que apenas necessidade de sexo entre os dois. O desejo de ter o corpo um do outro em suas mãos era inegável. Curioso como nunca haviam se permitido notar o corpo e a pele um do outro antes, mas, naquele momento, Pedro queria morder, lamber e marcar a pele macia de Igor, enquanto este queria chupar e acariciar cada parte carnuda daquele bruto. O suor escorria, intensificando a sensação de desejo. Eles estavam tão longe de tudo. Igor podia sentir a fúria de Pedro em suas nádegas, e se sentir violado parecia ótimo. Do queixo de Pedro pingava suor, e Igor passou então a chupá-lo. Pedro, por sua vez, rebolava levemente, sentindo ainda mais a pele do garoto se rendendo aos seus movimentos.
Pedro queria dominá-lo, causar-lhe dor e prazer. Ao perceber que Igor ainda vestia meias, tirou-o de cima de si e o deitou no colchão. Ajoelhou-se diante dele e começou a puxar uma das meias de seu pé. Igor, ao ver o volume convidativo sob o tecido da cueca de Pedro, usou o outro pé, ainda com meia, para roçá-lo ali.
— Tá desejando o meu pau?
Mas Igor não tinha fôlego para responder; apenas ofegava. Pedro segurou aquele pé tão ousado e o esfregou com mais força contra si.
— É assim que você quer sentir o meu pau? Tá sentindo ele duro?
Eles se olharam novamente, e um sorriso malicioso estampava o rosto suado de Pedro. Na mente de Igor, tudo o que ele queria era que aquele macho o tomasse sem reservas. O pensamento estava em perfeita sintonia com o de Pedro.
Sem mais hesitação, Pedro arrancou a outra meia e, de uma só vez, livrou Igor do short. Ainda ajoelhado, ergueu-se ligeiramente e libertou o próprio membro, puxando Igor pelo calcanhar antes de segurá-lo pela nuca e trazê-lo para perto.
— Abre a boca, Igor!
O garoto obedeceu instantaneamente e, tão rápido quanto abriu, sentiu a cabecinha quente pressionando seu céu da boca. O cheiro de suor, os pelos roçando contra seu rosto... Igor não conseguia raciocinar direito. Tentou segurar o pênis para direcioná-lo melhor, mas Pedro não deixou. Tirou a mão de Igor e o puxou pelos cabelos com firmeza. Era ele quem ditava o ritmo daquela chupada, e fazia isso com a intenção de dominar cada parte daquele corpo submisso.
As nádegas de Igor voltaram a ficar em evidência naquela posição, e Pedro não resistiu. Apertou-as com força, alternando entre tapas e beliscões. Igor sentia o ânus pulsar.
Não fazia mais sentido manter a cueca. Interrompeu o movimento da boca e tentou erguer-se, mas Pedro o empurrou de volta, fazendo-o cair de costas no colchão. Arrancou a última peça de roupa e, mais uma vez, o puxou pelo calcanhar. Havia uma fúria latente em Pedro, um desejo de controle absoluto. Igor fazia movimentos por conta própria, e isso irritava o outro.
Sem aviso, Pedro agarrou seus cabelos novamente e empurrou o pênis de volta em sua boca, desta vez inclinando o quadril para aprofundar a penetração.
— Olha pra mim, Igor!
Igor ergueu os olhos e, naquele instante, desejou que aquele pênis que preenchia sua boca estivesse dentro dele de outra maneira. O pensamento foi automático. Bastou encarar Pedro, vê-lo transbordando masculinidade até no jeito de sorrir, para que Igor se sentisse como uma das prostitutas do boteco. Mas encarar o rosto do outro o deixava envergonhado, então fechou os olhos e se concentrou na sucção.
— Olha pra mim!
Igor não obedeceu dessa vez.
— Olha pra mim! Quero ver sua cara enquanto você chupa o meu pau!
Igor não poderia ignorar aquela ordem. Abriu os olhos, mesmo sem jeito. Ele queria ser usado, mas manter contato visual o deixava vulnerável. Pedro percebeu e adorou isso.
Então, olho no olho, Pedro desacelerou os movimentos e passou a se enterrar na boca do garoto com a lentidão de quem queria saborear cada segundo. Ele queria que Igor implorasse por algo — não importava o quê, mas estava nas mãos de Pedro decidir o que seria. Ou melhor, estava no corpo dele. Todo ele.
Igor pode olhar melhor: os braços, o peito, a barriga, as coxas, os lábios, o queixo, o cabelo... tudo em Pedro era belo e rude. Era o tipo de cara com quem Igor deseja “fazer sacanagens”, como ele mesmo pensava, e do jeito que ele desejava. Mas mais uma vez o desejo de ambos estava no corpo do outro. Igor parecia tão frágil, mesmo sendo tão corajoso, e Pedro gostava disso, afinal, ele sabia o quanto aquele menino o desprezou dias atrás e agora estava ele ali tão refém de suas vontades. A luz da lua que entrava pelo para-brisa não escondia as marcas que Pedro tinha feito naquele corpo e se pudesse bateria e apertaria mais.
Então com um pouco mais de sutileza, Pedro puxou o rosto de Igor pelo queixo e o beijou. Os dois estavam ajoelhados, um de frente para o outro. Pedro estava mais calmo, parecia já estar satisfeito em ter machucado a Igor, mas o garoto ficou ainda mais obcecado por aquele corpo tão suado. De frente para ele, pode perceber o quanto Pedro era gostoso; então o beijava e não conseguia controlar suas mãos. Apertava os braços, o peito, o pescoço... Estava desesperado, ele queria muito aquela pele lhe machucando. Então tomou a iniciativa e o puxou para deitar-se em cima dele no colchão. Se Pedro já estava cansado, então o seu peso machucaria os poucos quilos de músculos que existia em Igor.
E quanto mais contado com aquelas carnes, mais Igor a queria. Pode sentir de novo as pernas de Pedro entre as suas. Toda aquela agonia deu ânimo a Pedro.
- Você quer mesmo dar esse rabo, não é?
- Quero!
Beijaram-se mais uma vez. As unhas de Igor passeavam com facilidade nas costas de Pedro por causa do suor. Como era quente o interior daquela van!
- Você tem camisinha na bolsa?
- Eu? Claro que não!
- Ué, por que “claro que não!”?
- Ah, sei lá, nunca precisei...
Pedro riu e Igor se envergonhou.
- Vai dar o rabinho pela primeira vez?
- É...
- Você já viu o tamanho do meu pau? Você vai aguentar? Hein, putinha?
Pedro mordiscava a orelha direita de Igor enquanto sussurrava sacanagens e, além disso, sentia a cabecinha de seu pênis sendo machucada pelos abdomes de ambos. Pedro se esticou para pegar a camisinha na mala e sentia dificuldade em achá-la. “É muito homem dando sopa!”; Igor era quem mais dificultava a Pedro a achar o preservativo, não largava o pescoço dele e o chupava a orelha. Pedro só conseguia rir, sentia-se desejado, um verdadeiro macho. Pegou a camisinha enfim. Soltou-se de Igor, ajoelhou-se no colchão e pôs finalmente a camisinha. Mais uma vez puxou Igor pelo calcanhar, agora com agressividade, abriu suas pernas e começou a se deitar.
- Você quer isso, não quer? – sussurrava- Você quer que eu te machuque?
- Quero!
- Então peça, diga!
- Me fode, Pedro, vai!
Pedro riu mais uma vez. Riu, pois também estava muito excitado e também desejava muito o corpo de Igor. As coxas do menino eram tão macias e os beijos eram tão intensos que Pedro se sentiu querido. Riu, talvez, de felicidade.
Não podiam mais esperar pelo inevitável: Pedro estaria dentro de Igor pelo resto da noite, ou até quando ambos aguentassem tanto calor humano. Se bem que, duraria até quando Pedro quisesse, pois ele dominava toda aquela situação. Mas até que a penetração acontecesse, Pedro ainda teve que tocar a virilha de Igor, enfiar seu dedo dentro dele e assisti-lo gemer. Não poderia ser diferente: quando Igor se sentiu violado, espremeu seus olhos e soltou um gemido frouxo, de quem sentia dor e de quem queria que aquilo não acabasse. Pedro assistia a dor de Igor com muita satisfação, mas não era por maldade que fazia isso, queria saber o momento certo em que o ânus de Igor conseguiria ser, de fato, penetrado.
Mas não dava para negar que ter o garoto que ele odiava se submetendo aos seus caprichos era divertido e deveras excitante.
- Você gosta quando eu faço isso, Igor?
- Sim...
- Você gosta disso, Igor? Responda!
- Gosto...
- Nunca imaginei que você gostasse de uma boa sacanagem, Igor. Você gosta quando eu chamo o seu nome, Igor?
- Gosto...
- E se eu te chamar de putinha enquanto te arrombo com os dedos? Você gosta, putinha?
- Gosto...
- E de três dedos, putinha, você gosta?
Pedro não esperou que Igor respondesse e continuaram adiando o inadiável. Mas não por muito tempo. Igor parecia pronto para qualquer coisa. Pedro tirou seus dedos, abriu as coxas de Igor e forçou entrada até o fim. Não havia mais forças nas pernas daquele garoto, restava-lhe se agarrar ao pescoço de Pedro, fechar os olhos e torcer para que aquilo durasse por muitos minutos. E na lentidão que Pedro se movimentava, não era difícil que vissem o sol surgir no para-brisa quando chegassem ao orgasmo.
Estavam finalmente nus, encaixados um no corpo do outro e com um desejo que arranhava as costas de Pedro e que rasgava o ânus de Igor. Não havia mais dor, era impossível que isso fosse sentido àquela altura. A intenção não era muito clara, mas Pedro conseguiu tirar todo o medo daquele menino nas preliminares, se é que havia medo. As coxas de Igor tremiam a cada penetrada e das nádegas de Pedro escorria fios de suor, que umedeciam a virilha de ambos. A movimentação era lenta para que Pedro conseguisse se introduzir por completo. Igor aguentaria? Não importava mais, pois Igor gostava!
Seus rostos estavam grudados enquanto se movimentavam e não gemiam, ofegavam. Um soprava no ouvido do outro. Não havia mais fôlego para falar sacanagens, tampouco paciência. Queriam aproveitar as sensações, que eram muitas naquela van. As costas de Igor se erguiam do colchão a cada penetração e Pedro se agarrou as duas coxas do garoto, queria apertá-las, tê-las em suas mãos. A nádega e as coxas de Igor eram seus objetos de desejo naquele carro. E continuaram naquela posição e naquela velocidade até que Pedro sentiu que chegava o orgasmo. Acelerou as penetrações, arrancando de Igor gemidos mais altos e provocando muito mais prazer que antes. Ejaculou!
- Porra!
Ergueu seu corpo e deu fôlego para Igor. A cabecinha do pênis do menino parecia sangrar de tão vermelha.
- Ta de pau duro, Igor? Então toca ai que eu quero ver!
Pedro se ajoelhou a frente de Igor e o assistiu se masturbar. Igor voltou a ficar envergonhado, mas se instigava quando Pedro o mandava fazer qualquer coisa. Enquanto Igor esfregava seu pênis, ele tinha uma de suas coxas esmagadas pelos dedos daquele macho, já tão satisfeito.
- Devagar, putinha...
- Não consigo!
E sua mão direita e barriga começaram a ficar sujas de esperma. Pedro olhou aquela cena e riu com a malicia que lhe era peculiar. Deitou-se em cima de Igor, que não aguentava com o seu peso, ainda mais agora depois de tantos golpes. Mas Pedro ignorou tudo isso e o beijou, abriu novamente as pernas de Igor e o massageou no ânus com um de seus dedos. Por mais fraco que ele estivesse, era a sua primeira vez e qualquer toque o acordaria.
Os beijos voltaram a ficar intensos e o desejo reacendeu. Agarraram se um ao outro de novo, como antes, e se encaixaram pelas pernas. Não parecia possível, depois de tanto suor e cansaço, não tinha como haver ainda energia. Mas ainda tinha!
- Você não cansa, não é?
Pedro era quem mais se divertia. Nenhuma das garotas com quem ele já transou fora capaz de fazê-lo se divertir tanto na cama (ou no colchão). E ele não deixaria Igor dormir sem satisfazê-lo, não era do feitio dele, afinal, onde estaria a sua masculinidade se ele não o fizesse? Esticou-se para a mala e pegou com mais rapidez a camisinha, pois já sabia onde elas se encontravam.
- É isso o que você quer, Igor? Quer que eu te coma de novo?
- É...
Poderia Pedro dizer não? Ele mesmo não se perdoaria se o fizesse. Levantou-se para pôr o preservativo, enquanto olhava para Igor, deitado e suado. Não tinha mais graça para rir. Pedro conseguiu olhá-lo por completo e, como se fosse possível, conseguiu desejar aquele corpo ainda mais. Igor tinha uma pele que brilhava naquela escuridão, coxas que convidavam para lambidas e uma bunda que despertava a vontade de apertar e beliscar, deixá-la vermelha de tanto machucá-la. E o gosto da boca pequena de Igor anda estava em Pedro, misturada com o suor de ambos. Era puro sal.
Pegou o menino pelo calcanhar de novo, só que dessa vez ele puxou a perna para direita e o deixou de lado. Deitou-se por trás e grudou seu peito nas costas dele. Apertou a barriga de Igor, tirando-lhe um pouco de ar. Bastou sentir o pênis rijo de Pedro se encostando para que aquelas coxas se abrissem. Igor o pegou e o direcionou. Agora Pedro poderia voltar a comandar e o fez muito bem. Transaram mais uma vez, na mesma velocidade de antes, mas dessa vez quase ejacularam ao mesmo tempo. Pedro gemia com o orgasmo enquanto apertava o pênis de Igor, que o sujou de esperma segundos depois. Estava, então, duplamente consumado, o ódio que um sentia pelo outro. Um ódio delicioso de se praticar.
Conseguiram dormir apenas duas horas, e o celular de Pedro tocou às quatro horas e trinta minutos. Às cinco, deveriam partir para João Pessoa, seguindo o caminhoneiro. Pedro se incomodou com o barulho do alarme, pegou o telefone celular e o desligou. Sentou-se no colchão, apoiou o rosto nas mãos e tentou afastar o sono. O sol parecia um intruso, invadindo a van pelos vidros dianteiros e traseiros. Igor dormia profundamente e não acordaria por nada. Pedro o olhou, observou suas pernas, suas nádegas e, em seguida, seu pênis. Procurou a cueca, a bermuda, as sandálias e desceu da van para urinar. Todos os caminhões já haviam ido embora, exceto o do caminhoneiro que os ajudaria a chegar ao destino certo. Pedro olhou para o caminhão, observou a manhã e a plantação de cana-de-açúcar logo ao lado.
Já Igor fez o impossível: acordou. Lembrou-se de uma vez, quando era criança, em que caiu da bicicleta, rolou pela areia, se machucou e sentiu dor em quase todas as partes do corpo. Quando acordou no dia seguinte, ainda sentia dores. Era uma sensação parecida com essa que Igor experimentava, com a diferença de que ele estava gostando de tudo aquilo. Estava nu e fazia frio, uma grande diferença em relação à temperatura anterior. Sentiu as pernas machucadas e uma dormência prazerosa no ânus. Olhou para o teto do carro e sorriu. Não era mais virgem. Vestiu-se e desceu.
Pedro ainda urinava na plantação, e Igor o observava de costas. “Que costas largas!”. Encostou-se na van enquanto vestia sua camisa de botão e esperava por Pedro com um sorriso tímido, quase imperceptível. Pedro subiu a bermuda e voltou. Começou a caminhar em direção à van, sem tirar os olhos de Igor ali parado. Igor deu um passo à frente, mas sentiu no olhar de Pedro que algo estava estranho. “Será que estamos mesmo perdidos?”. Ao chegar, Pedro empurrou Igor com violência, fazendo-o esbarrar na lateral da van e provocando um enorme barulho naquele fim de mundo. Igor se assustou, mas não teve tempo para reagir, pois Pedro agarrou seu pescoço com a mão direita e o sufocou. Não por medo, mas pelo susto, lágrimas se formaram nos olhos do garoto. Já nos olhos de Pedro, havia chamas de pura fúria.
— Se você contar isso a alguém, eu não vou hesitar, Igor. Eu te mato sem pensar. Você está me ouvindo?

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