Coronel e Empregado PT3 - A Fama de Tião
Guilherme fica sabendo da conduta do último empregado. Divina se recusa a aceitar um estranho dentro de casa. Coronel prefere ser Corno a perder o amigo.
Aquele era meu primeiro dia na cidade, estava me sentindo bem a vontade. De alguma forma Seu Justino me acolheu como um pai naquela casa. Eu estava pronto pra servir aquele homem como um cão fiel. Guardar sua Fazenda e zelar seus bens. Orientar seu menino a virar um macho de verdade e manter sua filha e mulher nos eixos.
Ao entrarmos de volta na casa, o almoço já estava servido. Um pequeno banquete de comida simples com aquele toque caseiro.
-Porque demoraram tanto lá fora, Justino? (disse a sua senhora, Divina)
-Assunto de homem, meu bem.
Dona Divina me fitou direto nos olhos, com ar de desconfiança, enquanto servia seu marido e depois as crianças.
-Com licença, gente. Vou me servir também pois estou morrendo de fome. (realmente estava)
-Nada disso rapaz, você é meu convidado. (disse Justino)
-Divina, sirva um prato bem cheio para Guilherme.
-E ele não tem mão não, é?... Ela retrucou
-O que foi que você disse, Divina?
-Nada não...
Aquela mulher não parecia muito feliz com a minha presença. Mesmo com a cara amarrada me serviu e todos almoçávamos em silêncio. O patrão foi o primeiro a terminar, ainda roía alguns ossos quando finamente esbravejou:
-Olha aqui, meu bem. É bom você ir se acostumando com a fuça de Guilherme. Eu já tomei minhas decisões e ele vai ficar aqui, até segunda ordem. Tamo entendido?
Eu estava suando frio com aquela situação, resolvi manter a cabeça baixa e não me intrometer.
-Muito me admira, você trazer macho pra dentro de casa depois de tudo que aconteceu.
-Eu perguntei se estamos entendidos! Deu de me contrariar na frente dos outros, agora?
-Pelo visto tu gostou dos cornos que Tião te botou.
-Se você conseguisse manter a porra da buceta dentro das calcinha, isso não teria acontecido.
-Vai dizer que a Julia também se insinuou praquele tarado? E o Bento? Até seu filho o jumento do Tião torou e você não fez nada. Parece que fez gosta de sair e deixar sua mulher e teus filhos servindo seus empregados.
-Veja só como você fala de Tião. Ele era meu melhor Homem. Resolvia tudo aqui na fazenda e nunca deixou de proteger você e as crianças. Se não fosse a mulher dele estragar tudo, Tião ainda estava trabalhando pra mim aqui na Fazenda, mulher. Não seja ingrata.
-A cumade tá é certa de zelar pela família dela. Tá cheio de sirigaita atrás dele pra cima e pra baixo. Depois que a fama do jumento correu, o que não falta é galinha pra ciscar no terreiro dela.
A essas alturas eu já estava mais interessado na conversa do que em terminar de comer. Divina estava em pé e caminhava de um lado pro outro com aqueles peitões balançando. Como ela não usava sutiã, os bicões marcavam. As crianças fingiam comer mas estavam de orelha em pé, só curiando. Bento com uma colher no garfo e a outra apertando o pinto. Julia de pernas cruzadas, de vez em quando levada os dedos na prechequinha. Aquilo parecia ser cotidiano, Quanto tempo será que Tião aguentou toda essa tentação?
-Mas que Fama é essa, meu bem? (Os ânimos estavam mais calmos)
-Uai, não tá sabendo? Pergunta pros teus filhos..
-Que história é essa de Fama do Tião, que sua mão tá falando, Bento?
O menino de cabeça baixa, não quiz falar nada...
-Conta pro Pai, Julia! Que história é essa que não tô sabendo, Tião Roubou algo aqui de casa?
-É que Tião tem um pinto grande, pai.
-Grande? Aquilo é um jumento, num cabe nem na régua. (Disse Divina, mensurando o tamanho com as duas mãos.)
-E como é que você sabe disso, Divina?
-Cumé queu sei? Num foi você mesmo que quando pegava pra jogar cartas com Tião, embebedava o Homi só pra ganhar e deixar ele peladinho da Silva?
-Que cunversa é essa muié! Então andou espiando nossas brincadeira?
-Espiando não. Eu ficava na cozinha preparando petisco e bebida e adivinha quem vinha buscar? Ele andava peladão pela casa toda e ainda com sua autorização.
-Tião é quase da famía. Cresceu cun nóis, isso não tem nada demais.
-É, mas quando você caia de bebado na cama, aí é que Tião fazia a festa. Vivia tirando casquinha de mim, da Julia e até do Bento. Ele só não comia ocê por que eu mesma não deixava. Enfiava ele no quarto com as criança e passava a chave. No outro dia vinha ele com cara de sem vergonha pedindo perdão e dizia que não lembrava de nada. Eu que lembro!
-Ta bom, muié, já chega com essa conversa.
Tião se levantou e foi pra varanda. Pedi licença e o acompanhei. O patrão estava sentado com as pernas cruzadas, cigarro aceso, meio introspectivo. Numa mesa avistei um baralho, me sentei, comecei a mexer com as cartas tentando encontrar palavras pra quebrar o gelo.
-O patrão não precisa se aperriar por minha causa não. Se for pra trazer problemas eu prefiro me retirar.
-Você fica, Guilherme, já está decidido. Com o tempo Divina vai te aceitar dentro de casa. Essa minha mulher é dura de queda, deve ser por isso que amo tanto minha nega.
-O patrão não me leva a mal de perguntar uma coisa?
-Anda, desimbucha...
-É que essa história de Tião me deixou curioso, o homem é tão galudo assim mesmo?
-Hahaha, sabia que mais cedo ou mais tarde você ia me perguntar.
-Ele realmente fez isso com sua família?... digo, COMEU sua mulher e seu filhos?
-Olha, Tião era meu braço esquerdo e o direito também. Mas aquele ali tinha mais fogo que lamparina a querosene. Ele não parava em canto nenhum. A única maneira que encontrei de segurar ele aqui na Fazenda foi oferecendo do bom e do melhor, se é que você me entende.
-Então o senhor Coronel sabia do acontecido?
-Não só sabia, como incentivava Tião gozar em cada buraco dessa casa. O Homi não começava o dia sem antes visitar o Paiol, o Estábulo ou o Curral. Cada Galinha, Cabra e mula dessa Fazenda já lidou com a pica de Tião. Chegou uma hora que os bicho não dava mais conta do fogo dele e autorizei ele a se engraçar pra dentro de casa. Com o Bento foi mais fácil. O moleque vivia atrás do Pião, não dava sossego. Todo mundo já sabia que mais cedo ou mais tarde iria acontecer, quando ele completou 10 anos não tive mais como enrolar Tião. Eu mesmo segurei o moleque pra Tião torar. Chorou na pica até umas horas, ainda levou umas palmadas.
-Mas Tião Bateu nele?
-Tião não faria mal nenhum pra Bento, Eu mesmo esquentei aquela bundinha branca com palmadas, mas não foi pra machucar. Só pra ele entender que se quer virar viadinho, a vida não vai ser fácil.
-Entendo Coronel, o senhor só estava querendo o melhor pro Bento.
-Sim, depois foi a vez da Julia, mas só deixei ela pagar boquete pra ele, minha cabritinha está muito nova pra ser alargada por aquele Cavalão. Além de Grande, o bixo é Grosso, ia matar minha filhota.
-Mas e Divina, Conseguiu encarar o bitelo?
-Aí é que começou o problema. Num desses dias de carteado, tava tudo no jeito pra Tião finalmente cumê a buceta da Divina. Quando agente conseguiu amansar a fera, Tião tava encoxando ela na pia enquanto eu socava uma bela punheta. Quando o nego alevantou a saia da Divina e enfiou a cabeça, a bixona começou a gemer alto, que até as criança acordou.
-Aí acabou o clima, né?
-Que nada, Divina gritou pra eles ir pro quarto, sacou os peito pra fora e mandou tião terminar o que começou.
-Ele deve ter gozado gostoso, então. Divina tem um belo corpo, já reparei que os bicos do peito dela ficam duro quando ela fala putaria.
-Quem gozou foi a Divina, 3x que até chorou implorando pro Tião acabar. Vendo a cena de Tião agarrado nos cabelo dela e aqueles peitão balangando em cima dos pratos ensaboados eu acabei gozando também. Mas bem na hora que Tião tava Urrando e despejando leite na Buceta melada da Divina, a muié dele entra pela porta, batendo palma e gritando "MEUS PARABÉNS TIÃO, ENTÃO É POR ISSO QUE VOCÊ SÓ QUER SABER DE TRABALHO..." Aí ela levou Tião pra casa e na segunda ele veio e pediu as contas. Isso foi esses dias, mas ainda bem que encontrei você, Guilherme. Espero que não seja muita informação pra processar. Se o moço não quiser aceitar o serviço eu também vou ter que entender...
-De forma alguma, Coronel. Faço questão de ser tão útil quanto Tião foi nessa casa.
Coronel Justino Sorriu satisfeito e me mandou pegar cervejas na geladeira.
-Vamos comemorar sua chegada então! O Moço sabe jogar cartas?
-Ô se sei! Pode ir embaralhando que já volto com a Cerveja.
Continua?
Comentários (2)
Novinhocwb: Cara melhor conto daqui sem dúvida
Responder↴ • uid:1daicwo38kkGR4: Obrigado Novinhocwb, pelo menos uma pessoa gostou hahaha, vou tentar escrever a continuação essa semana
• uid:13qhd62db7exj