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Ascensão das Sombras - Capítulo 4 – O Caminho Entre as Sombras

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Midkemiano.

A escuridão o acolheu.

O frio era denso ao redor de Jace, mas não o incomodava. Ele não via nada além de um vasto vazio negro, sem som, sem forma. Ainda assim, ele sabia que estava se movendo.

Para onde?

Ele não sabia.

O livro em suas mãos pulsava, sussurrando palavras antigas que ele não conseguia entender, mas que ecoavam dentro de seu peito como uma segunda respiração.

Ele sentiu algo mudar.

O vazio se rompeu, como se ele estivesse emergindo da superfície de um lago profundo. Seus pés tocaram o solo, e a escuridão ao redor se dissipou como névoa.

Jace piscou.

Ele estava de volta ao mundo real.

O ar era diferente, mais fresco. A umidade opressiva da masmorra desaparecera, substituída pelo aroma de folhas molhadas e madeira antiga. Árvores altas se erguiam ao seu redor, seus troncos retorcidos cobertos de musgo. Pequenos brilhos azulados flutuavam no ar como vaga-lumes espectrais.

Uma floresta.

Mas não qualquer floresta.

Jace não sabia como, mas ele sentia que esse lugar existia entre os mundos.

Ele não estava mais onde Hector o deixara para morrer.

E, por um momento, isso o satisfez.

Ele finalmente estava livre.

Jace passou horas explorando o novo ambiente. O solo era macio sob seus pés, e o som do vento entre as folhas era quase hipnótico. Mas algo ali parecia… inquieto.

Os pequenos brilhos azulados o observavam. Eles se moviam em padrões estranhos, como se estivessem esperando que ele fizesse algo.

Então, o livro se abriu sozinho.

As páginas se viraram rapidamente até pararem em um símbolo. Um círculo de runas entrelaçadas, como raízes de uma árvore. Jace sentiu um arrepio. Ele sabia instintivamente o que deveria fazer.

Ajoelhou-se e pressionou a mão sobre o símbolo.

O chão estremeceu.

As árvores pareceram respirar, seus galhos estalando ao se curvarem em direção a ele. O vento aumentou, e os brilhos azuis começaram a se reunir, girando ao seu redor como um redemoinho de estrelas.

E então… eles falaram.

Não com palavras. Mas com sensações.

Eles o reconheceram.

Ele pertencia àquele lugar.

A floresta o aceitara.

E, junto com essa aceitação, veio o conhecimento.

Jace sentiu as sombras ao seu redor se tornarem mais densas, maleáveis. Sentiu a floresta revelar seus segredos: caminhos ocultos, presenças espreitando além das árvores, o fluxo sutil da magia que pulsava na terra.

Ele agora via o mundo de maneira diferente.

Ele não era mais o Jace fraco que foi abandonado.

Ele era algo mais.

Algo que Hector, Dorian e os outros ainda não compreendiam.

Mas iriam.

Em breve.

A noite caiu sobre a floresta. Jace sentou-se perto de um pequeno lago cristalino, observando seu próprio reflexo na água. Seu olhar estava mais intenso, sua expressão mais afiada.

Ele se lembrava dos rostos daqueles que o traíram.

Eles estavam vivos.

Mas o medo que viram nele antes de desaparecer… aquilo era só o começo.

A sombra de Jace se moveu levemente, ondulando como uma chama negra. Ele não precisou mais chamar. Ela simplesmente respondia.

Ele sorriu para o próprio reflexo.

Hector não sabia disso ainda.

Mas ele já estava condenado.

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