Rafael, meu amor: A viagem II
Não havia nem chegado à minha cidade natal,mas o passado retornou trazendo dolorosas lembranças e reencontros inesperados. Ainda bem que tenho o Rafa.
Queridos leitores e leitadores também, espero que todos estejam bem. Após tantos meses desde a última publicação, estou de volta. Espero que aqueles que já me acompanhavam continuem a seguir minha jornada, e que os novos leitores se juntem a nós para conhecer a minha história. Prometo me esforçar para não interromper mais a escrita, ou ao menos não desaparecer novamente. Um abraço carinhoso a todos!
A viagem fluía tranquila, embalada por clássicos da MPB, sertanejo e pop internacional. Aos poucos, a paisagem da selva de pedra cedia espaço às serras do interior, e o ar puro me fazia respirar fundo — uma sensação que eu só havia experimentado em países com ar limpo, onde já viajei.
-Nossa, Rafa. É tão gostoso esse cheirinho de mato verde!
-É, sim. Você vai achar bem diferente a cidade, na verdade não mudou muito, mas digo em relação a sampa.
Era encantador vê-lo dirigir, alternando entre o horizonte e um sorriso para mim. Incrível pensar que, há pouco tempo, eu queria distância de tudo que lembrasse minha terra natal. Agora, a pessoa mais importante para mim não só vinha de lá, como me guiava de volta a esse lugar.
— Está tudo bem, amor? — Ele me pergunta ao ver certa preocupação em meu olhar
— Vou ficar bem, o importante é que tenho você do meu lado! — Eu coloco minha mão em sua perna e me inclino beijando seu braço.
Enquanto eu olhava pela janela, as lembranças vinham em ondas, trazendo um filme do passado que eu nunca tinha conseguido apagar por completo. Era como se estivesse revivendo os dias em que, aos 17 anos, tudo mudou….
“Eu era jovem, inocente, e acabei me apaixonando pelo prefeito — pai do meu amigo Diogo. Era algo que nasceu silencioso e ingênuo, como uma admiração que se transformou em algo maior. As horas em que ele me oferecia carona ou me dava conselhos sobre o futuro pareciam momentos roubados do mundo. Aquela paixão era intensa, mas vivia trancada dentro de mim, até que um dia alguém da cidade percebeu meus olhares e, sem pensar, espalhou rumores.
Em pouco tempo, eu era apontado na rua, e o que era segredo virou um escândalo. As pessoas cochichavam pelas costas, e alguns até me paravam para ofender. "Filho da maldade" foi um dos apelidos que mais marcaram. Uma vez, enquanto caminhava pela praça, alguém me empurrou e murmurou que eu estava "amaldiçoado". E tudo porque a esposa do prefeito, já tão debilitada pelo câncer, parecia carregar também a culpa por aqueles sentimentos que eu nunca quis que existissem.
Meus pais viram a cidade virar as costas para mim e, temendo o pior, decidiram que era hora de eu sair. Com o coração pesado e a sensação de derrota, fui mandado para a cidade grande, onde comecei a estudar e me dediquei ao curso de comissário.”
A voz de Rafa me trouxe de volta ao presente, gentil e preocupada.
— Tá tudo bem? — ele perguntou, notando as lágrimas escorrendo antes mesmo que eu percebesse.
Desviei o olhar para a janela, tentando compor o rosto. Era estranho ser confrontado por alguém que tinha se tornado tão importante em tão pouco tempo.
— Só... lembranças, — murmurei, enxugando os olhos rapidamente. — Daquelas que insistem em voltar, sabe? Que atormentam e tentam me desestabilizar, mesmo quando eu achava que já tinha deixado tudo pra trás.
Ele me lançou um sorriso compreensivo e estendeu a mão, apertando meu ombro de leve, como quem queria me ancorar. Então, sugeriu que parássemos mais à frente.
— Que tal pararmos no próximo posto? A gente come alguma coisa, estica as pernas… ainda temos mais de duas horas de estrada.
Eu respirei fundo, sentindo o peso daquela lembrança ainda pairando, mas o convite dele era um alívio. Talvez fosse bom dar uma pausa, deixar aquele passado voltar a dormir.
— É uma boa ideia, — respondi com um sorriso leve. — Quem sabe um café ajude a colocar as coisas no lugar.
Assim que desci do carro, Rafa veio direto na minha direção e me envolveu num abraço forte e caloroso. Eu me deixei acolher naquele gesto, sentindo o quanto sua presença sólida e protetora significava para mim. Era como se ele quisesse blindar todas as minhas memórias, oferecer refúgio contra qualquer dor do passado.
— Eu que te fiz revisitar tudo isso, — ele murmurou ao meu ouvido, a voz carregada de um arrependimento suave.
— Rafa, — respondi, minha mão firme em seu ombro. — Uma hora ou outra eu teria que encarar esses fantasmas. Você só está comigo enquanto eu faço isso.
Ele segurou meu rosto por um instante, e então, com um toque delicado e quente, beijou meu pescoço.
— Vai ficar tudo bem, — prometeu, sua voz abafada contra minha pele, como se quisesse tatuar aquela certeza em mim.
Fechei os olhos, respirando fundo, e me permiti acreditar nisso. Rafa segurou minha mão com firmeza, e eu me preparei para encarar o cenário: uma típica conveniência de posto de rodovia, lotado de caminhoneiros, famílias com crianças, todos seguindo com suas rotinas de viagem. Apenas mantive a expressão tranquila, enquanto ele me guiava até a entrada.
Ele se virou e, em tom bem alto para que todos ouvissem, disse:
— Amor, o banheiro fica ali, é limpinho.
Eu não resisti e soltei uma provocação, com um sorriso malicioso:
— Humm, então você conhece bem o "banheirão"?
Por um momento, ele franziu a testa, sem entender a piada. Mas logo a ficha caiu, e ele se aproximou de mim, inclinando-se para falar bem próximo ao meu ouvido.
— Safado, — sussurrou, com uma risada contida.
Assim que entrei no banheiro, encontrei um homem lavando as mãos. Ele tinha um rosto familiar, e minha curiosidade foi imediata.
— Desculpa, a gente se conhece de algum lugar? — perguntei, tentando ser casual.
No instante em que ele respondeu, o som grave e inconfundível de sua voz me atingiu em cheio, acelerando meu coração.
— Diogo? É você?
Ele me olhou com surpresa, mas seus olhos estavam confusos. Após um segundo de silêncio, ele balançou a cabeça, um pouco desconcertado.
— Me desculpe, mas... eu não sei quem você é.
Aquela frase me paralisou. Como assim? Diogo, a pessoa que um dia foi meu melhor amigo, agora era um completo estranho? Senti uma onda de emoções contraditórias — tristeza, incredulidade e uma pequena pontada de raiva por ele ter me esquecido, ainda que eu soubesse, no fundo, que era possível ele ter seguido em frente.
No entanto, ali estava o passado, reaparecendo sem aviso, antes mesmo de eu voltar à cidade.
— Diogo, sou eu, Matheus — disse, meu coração apertado, esperando que ele pudesse se lembrar, que houvesse um traço de amizade que nos ligava.
Mas a expressão dele mudou num segundo. O rosto antes confuso se contorceu em raiva, e ele avançou, me encurralando contra a parede e segurando meu pescoço com força.
— O que você está fazendo aqui? — rosnou. — Você destruiu minha família, Matheus. E agora está querendo destruir a da Malu? Por onde você passa, só traz destruição!
Meu coração disparou. As lágrimas brotaram antes que eu conseguisse controlá-las. A dor, o arrependimento, tudo veio à tona, e com uma voz embargada, sussurrei:
— Pode me matar, Diogo… me mate. Talvez só a morte alivie esse peso que carrego.
Ele me soltou por um segundo, mas o olhar duro permaneceu.
— Suas lágrimas são falsas, Matheus. Você criou outra vida, enterrou o passado, enquanto a gente ficou aqui. Nunca veio nem sequer pedir perdão. Não faz ideia do que deixou para trás.
— Perdão? — murmurei, sentindo a injustiça daquelas palavras. — Eu saí escorraçado, Diogo. Ninguém me deu chance de defesa. Eu não tive nada com o seu pai… pelo menos, não do jeito que todos pensaram.
Mas ele apenas riu, amargo e cético, deixando o silêncio crescer entre nós, carregado de rancores e de lembranças que, para ele, nunca haviam se apagado.
Assim que Rafa entrou no banheiro e me viu com o pescoço marcado, a expressão de preocupação transformou-se em fúria. Sem hesitar, ele avançou em Diogo, acertando um soco que fez o sangue escorrer do nariz dele.
— Pode bater, valentão — Diogo zombou, com um sorriso cínico. — Ou eu deveria dizer… viadão?
— Rafa, para! — gritei, desesperado, tentando puxá-lo para longe. Mas ele estava tomado pela raiva, e alguns homens chegaram para apartar a briga, nos cercando enquanto tentavam acalmar os ânimos.
Diogo, se recompondo e passando a mão no nariz sangrando, olhou para nós com desprezo.
— Vocês não são bem-vindos na cidade — rosnou, a voz carregada de rancor. — É melhor darem meia-volta. A Malu merece alguém melhor do que você, seu lixo.
Rafa, ainda em chamas, retrucou:
— Quem, você? O eterno urubu pairando por aí, achando que é dono da cidade? Vai à merda, seu imbecil. Pau no caneco do caralho!
Diogo saiu sem olhar para trás, o rosto ainda contraído de raiva. Rafa respirou fundo, tentando controlar a respiração pesada antes de se virar para mim. Com uma suavidade que contrastava com o que acabara de acontecer, colocou as mãos em meus ombros e perguntou:
— Você está bem?
Eu o abracei, sentindo meu corpo tremer enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto. A tensão do momento e a lembrança da conversa com Diogo ainda ecoavam na minha mente, e, num sussurro, disse:
— Estou com muito medo, Rafa. Se ele disse isso, é porque a cidade inteira já sabe de nós.
Ele me envolveu em seus braços, como se quisesse me proteger do mundo lá fora. Sua presença era um conforto em meio ao caos.
— Não se preocupe — respondeu, sua voz suave e firme. — Estamos juntos nisso. Não deixarei que ninguém machuque você.
A sensação de segurança que suas palavras traziam me acalmou um pouco, mas a incerteza do que ainda estava por vir ainda pesava no ar, como uma sombra que não se dissipava. Todos os olhares pareciam pesados em mim dentro da conveniência. A vontade de me esconder, de sumir e nunca mais ser reconhecido, tomou conta de mim. Sem pensar duas vezes, saí correndo em direção ao carro, com Rafa logo atrás.
Assim que entramos, ele abriu uma sacola com um lanche que havia comprado, tentando trazer um pouco de normalidade para o momento tenso.
— Aqui, toma — disse ele, estendendo o lanche para mim.
Agradeci com um gesto rápido, mas minha mente estava em um turbilhão. Onde eu fui me meter? PQP. Sentindo que precisava de uma âncora, liguei para a minha mãe.
— Mãe, acabei de me encontrar com o Diogo... — minha voz falhou por um momento. — Pelo que entendi, todos já sabem sobre nós. E agora? Eu volto ou continuo essa viagem? Sinto que preciso pedir desculpas a Malu. Não quero repetir o que Diogo fez, a raiva dele ainda é forte e não quero que essa história se repita.
A resposta dela foi rápida, como se já soubesse o que eu precisava ouvir.
— Filhão, às vezes, a coragem está em enfrentar o que nos assombra. Se você sente que deve pedir desculpas, então vá. E lembre-se, sempre estarei aqui para te apoiar.
Desliguei, sentindo um peso sair dos meus ombros, mas a incerteza ainda me cercava. Olhei para Rafa, que aguardava minha decisão.
— O que você acha? Eu devo ir até Malu?
Ele sorriu, a determinação visível em seus olhos.
— Você deve fazer o que é certo, Matheus. Vou te acompanhar, não importa o que aconteça.
Ele entrelaçou sua mão à minha e, com um gesto suave, me puxou para um beijo que eu realmente precisava naquele momento. A conexão entre nós parecia dissipar parte da tensão acumulada, como se aquele gesto pudesse me dar coragem para enfrentar o que estava por vir.
Em seguida, Rafa deu a partida e seguimos viagem, a estrada se estendendo à nossa frente, enquanto a música suave preenchia o ar do carro. Cada quilômetro percorrido era uma mistura de expectativa e receio. O som do motor e a batida das músicas formavam um pano de fundo reconfortante, mesmo em meio à tempestade de emoções que me atormentava.
Sabia que as lembranças de Diogo e tudo o que havia ocorrido estavam ali, sempre à espreita, mas ao lado de Rafa, me sentia mais forte, mais capaz de lidar com o que viesse. E assim, seguimos em frente, cada vez mais próximos de um destino que poderia significar uma nova chance de reescrever algumas das nossas histórias.
A paisagem começava a se tornar familiar, e ao passarmos por um pequeno vilarejo às margens da rodovia, uma onda de nostalgia me invadiu. Eu disse para o Rafa:
— Espere, tem uma pessoa que mora aqui e eu quero visitar.
Ele olhou para mim, curioso.
— Quem é, Matheus?
Ao chegarmos na pequena bodega, o ar estava impregnado de aromas familiares — o cheiro do café fresco, o doce das frutas maduras e o fumo das madeiras usadas para o fogo. As prateleiras estavam cheias de produtos locais: frascos de mel, potes de goiabada, queijos artesanais embrulhados em papel pardo e garrafinhas de cachaça. As lágrimas começaram a escorregar pelo meu rosto ao perceber que tudo ali me lembrava de casa.
— Ô de casa! — bati palmas.
De repente, uma senhorinha entrou, já debilitada pela idade. Ao vê-la, as lágrimas caíram com mais força:
— Bafinha! Sou eu, Teteu!
Ela olhou para mim, e a incredulidade em seu olhar se transformou em alegria.
— Meu menino! — exclamou, enquanto a neta a ajudava a se aproximar. Quando ela me abraçou, a sensação de acolhimento foi instantânea.
— Bafinha, senti tantas saudades — eu disse, tentando conter a emoção. — Você tem o mesmo rostinho, meu menino, mas tá mais bonito.
— E quem é esse? — ela perguntou, olhando para o Rafa com curiosidade. A jovem ao lado dela, que eu deduzi ser a neta, respondeu:
— Vovó, é o Rafael, filho de seu Firmino dos Pão.
— Ele foi minha babá até os 13 anos — eu completei, e Rafa também a cumprimentou com um sorriso.
Ela se sentou na cadeira antiga de madeira, enquanto nós nos acomodamos no sofá. Olhou para mim e, com um brilho nos olhos, disse:
— Traga um queijinho com goiabada! Aceitam?
— Eu aceito sim — eu respondi, sorrindo entre as lágrimas. — E o Rafa também!
— Meu filho, quanto tempo que você foi embora? Tá com mais de dez anos já?
— Quase isso — eu disse, sentindo um misto de felicidade e saudade.
A conversa fluiu naturalmente, e por alguns momentos, tudo parecia como nos velhos tempos.
— Sabe, meu menino — ela pegou minha mão, olhando nos meus olhos com ternura. — Eu nunca acreditei no que o povo disse. Foi uma injustiça o que fizeram contigo.
Senti uma onda de emoções ao ouvir suas palavras.
— Eu passei mal, passei muitos dias pedindo sua proteção por onde estivesse. Nem seus parentes queriam dar notícia sua.
Ela então chamou a neta, que rapidamente trouxe o queijo com goiabada, e a senhorinha disse:
— Traz depressa ali o álbum!
A neta saiu e voltou com um álbum empoeirado. Ao abrir, a primeira foto que vi era eu com ela no balanço da pracinha, e uma onda de nostalgia me invadiu.
— Eu a beijei a mão, emocionado. — Que tempo bom, Bafinha.
— Seja bem-vindo, meu menino. E obrigado pela visita a essa velha — ela respondeu, sorrindo calorosamente.
Eu ri e disse:
— Ah, tá é nova, nem venha!
Ela soltou uma risada leve, e a alegria parecia iluminar aquele pequeno espaço.
— Vai ficar muito tempo?
— Não, talvez até amanhã — eu respondi, um pouco triste por ter que ir embora tão logo.
— Pois que a luz sempre o guie — ela disse, como uma bênção.
Comemos queijo com goiabada, enquanto falava sobre meus pais e minha vida. Cada palavra que trocamos parecia costurar um laço mais forte entre nós, preenchendo os vazios deixados pelos anos.
Após um tempo, chegou o momento de nos despedirmos. A saudade já se fazia presente, mas as memórias que criamos juntos naquele breve encontro eram um alívio reconfortante para o meu coração.
Entramos no carro, ainda com o calor do encontro com Bafinha aquecendo nossos corações.
— Foi tão bom ser bem recebido por ela — comentei, um sorriso se abrindo no meu rosto. — Sempre foi assim, de coração grande.
Rafa olhou para mim com um ar nostálgico e disse:
— Eu a conheço! Acho que ela trabalhou como merendeira, não é?
— Isso mesmo — respondi, lembrando das histórias que ela contava. — Depois ela foi ser merendeira no municipal.
— Fico feliz de ver seu sorriso novamente — Rafa comentou, seus olhos brilhando. — Seu semblante está alegre.
— Obrigado, Rafa. Às vezes, é tudo o que a gente precisa, não é? Um pouco de amor do passado para reacender a esperança.
Ele assentiu, e a viagem seguiu tranquila.
— Vamos que só faltam mais 20 minutos — ele disse, acelerando suavemente.
O som do motor e a estrada à frente pareciam prometer novas histórias e reencontros, enquanto as lembranças de Bafinha me enchiam de gratidão e uma sensação de pertencimento que eu havia perdido por tanto tempo.
Quando vi o portal de entrada da cidade, um choque percorreu meu corpo, e eu segurei a mão dele com firmeza.
— Nossa, chegamos — murmurei, sentindo a emoção transbordar. — É isso, de volta ao passado.
Olhei pela janela, observando a cidade com seu aspecto interiorano que tanto conhecia. Não havia ninguém nas calçadas; era o horário pós-almoço, e tudo parecia do mesmo jeito, exceto por algumas fachadas mais modernas ou pinturas diferentes que pareciam surgir aqui e ali.
Passamos pela praça da matriz, e minha respiração ficou suspensa ao ver a transformação.
— Uau, como tá bonita a praça — exclamei, admirando a harmonia das cores e o cuidado com que havia sido preservado o coreto. — Preservaram tudo!
Rafa sorriu, percebendo meu encantamento.
— É bom ver que algumas coisas mudam para melhor, não é?
— Sim, é como se a cidade tivesse recebido um novo fôlego, mas a essência ainda está lá — respondi, sentindo uma mistura de nostalgia e esperança.
A viagem estava apenas começando, e a sensação de voltar a um lugar tão cheio de lembranças me fazia sentir que estava prestes a redescobrir não só a cidade, mas também a mim mesmo. Aquela pacatez escondia muitas mágoas, feridas e raivas, como se a cidade estivesse carregando um peso invisível que poucos podiam ver. As lembranças do passado se entrelaçavam com o presente, formando um tecido complexo de emoções que pulsava intensamente.
Comentários (2)
Naldo: Ufa finalmente a continuação. Saudades de vc meu escritor. Estou feliz com seu retorno.
Responder↴ • uid:81rfh4jkqjoLuiz: Tomara que vc de de cara com o prefeito e sinta tesao nele
Responder↴ • uid:3v6otnnr6icl