Diário de campo 1939 Alemanha
"Tudo vai ser bem, criança," murmurou a velha à minha direita, acariciando minha mão com as unhas amareladas.
Eu olhei para os olhos dela, cheios de sabedoria e tristeza. A vida que ela devia ter vivido, os segredos que ela devia ter guardado. "Como você sabe que tudo vai ser bem?" perguntei com inocência.
A velha soltou um suspiro cansado. "Não é questão de saber, é questão de acreditar. Acreditar que o sol vai nascer outro dia, que você vai ser liberta daqui."
Mas eu sabia que era mentira. O sol nasceria e o dia continuaria, mas a liberdade era um sonho distante. A vida que eu vivia era aqui, neste inferno de lama e barro, com estes homens que me tratavam como propriedade, passando-me de um para o outro com os olhares lascivos e as mãos sujas.
Chegou a hora da visita do oficial alemão. Ele era um homem alto e robusto, com olhos azuis gelados que me assustavam. Mas hoje, eles brilhavam com algo que eu reconheci com horror: ternura. Ele me pegou nos braços com cuidado, quase com afeto, e eu tive que reprimir um grito. Meu pequeno corpinho se encolheu de desgosto, mas minha cara permaneceu impassível.
O cheiro do uniforme me envolvia, misturando-se com o odor acre da lama e o medo que impregnava o ar. Eu me senti levada de pernas para fora da barraca, meus pés pequenos e sujos balançando no ar. As vistas do acampamento eram desoladoras: casas de madeira cobertas de terra, fumo espesso que se erguia dos fogos queimando restos de comida, e as caras cansadas e amedrontadas de mulheres e crianças sem futuro.
Mas agora, chegara o tempo de me esquecer de tudo isso. Deixara de ser a escrava negra de sete anos que eu era e me tornara no que ele desejava. O dormitório do oficial era um refúgio temporário, um local onde podia fechar os olhos e sonhar com outra vida, por pouco que isso durasse.
Oficial lentamente me despiu, e o frio da noite entrou em contato com minha pele suada. Tentei conter o tremor que me percorria, mas era inútil. Aquele homem me via com aquelas mesmas pupilas dilatadas e a boca semi-aberta, e eu sabia o que ele queria. Deixei que minhas roupas caíssem ao chão, revelando o meu pequeno e magro corpo. Meu coração batia com força no peito, mas tive que me entregar, era a única maneira de suportar tudo aquilo.
Ele me levantou com cuidado, e me levou para a cama. A sensação da lenha dura e fria sob minhas costas me fez estremecer, mas tentei manter a expressão neutra. Ele se sentou à minha frente, e com um toque leve, abriu meus joelhos. Minha boca encolheu-se em um gesto de desgosto, mas eu mordi o dedo para que nenhum som escapasse. Ouvi o som da cintura a abrir e da bota a ser puxada, e senti o calor daquilo que se movia entre as pernas do homem.
Eu fechei os olhos e tentei me afastar da realidade, mas o toque da pele dele em minha pele era inevitável. Sentindo o tesão entrar, mostrei a bucetinha apertadinha pro oficial. Era um gesto que eu aprendera a fazer, um jeito de demonstrar que eu me importava, que aquilo me agradava. Era a minha maneira de me proteger, de diminuir o sofrimento que sabia que iria sentir.
Oficial sorriu com satisfação, e eu me esforcei para manter a minha expressão suave. Meus lábios se esticaram, formando o sorriso que eles gostavam, aquele que diz: "Eu estou aqui, sou doce, sou obediente." Se eles pensassem que gostava, talvez me tratarem com um pouco de cuidado, talvez me dessem um pedaço de pão a mais. Era a minha armadilha, a minha maneira de lutar contra a monstruosidade dessa situação.
Ele soltou o meu braço e, com um movimentos lento e calculado, abriu a bragueta da calça. Seu pênis duro e rosado emergiu, ereto, em meio à luz fraca da vela que queimava na mesa de madeira. Eu desci os olhos para ele, tentando manter a compostura, mas o medo e o desgosto me dominavam. O cheiro a suor e a expectativa me fizeram encolher. Mas eu sabia o que fazer. Aprendera com o tempo, com os homens que me haviam passado, com as noites que se arrastavam.
Com um movimentos suave e prático, abri a minha boca e recebi o pênis do oficial. Os meus lábios o envolveram, e comecei a mover a minha língua em torno dele. A sensação era desconfortável, mas eu me esforcei para ser agradável, para fazer com que ele gostasse. Afinal, se eu o satisfizesse, talvez me daria um pouco de paz, um respiro. Os meus olhinhos se fecharam, e eu tentei me concentrar no som da chuva que caía fora, no barulho da noite que envolvia o acampamento, em qualquer coisa que me tirasse daquele quarto, daquele homem, daquela cama.
Official gemia com prazer, os olhos fechados, a respiração agitada. Os sons que emitia eram estranhos, misturando prazer com dominação. Era repugnante, mas eu continuei, tentando controlar as minhas emoções. As gotas de chuva que se escorriam pelas minhas costas geladas me lembravam da vida que eu costumava ter, da vida que eu sonhava em ter novamente.
Ele puxou a minha boquinha com força, e eu senti a grossura dele em meu rosto, a pele dura e o calor indesejado. De repente, senti um calor intenso e salgado inundando a minha boca. Ficara paralisada, os olhos se encheram de horror. Nunca me ocorrera que isso poderia acontecer. Nunca me preparara. Tentei resistir, mas ele continuou, empurrando com força, sem me dar tempo de reagir.
Eu tive que engolir, por que outra coisa a fazer. Não podia arriscar, não podia me rebelar. A sensação era nauseante, mas eu fechei os olhos e achei força para continuar. Era por um bocadinho de pão, por um dia sem chicotadas, por um breve instante de descanso daquele pesadelo. Engoli tudo o que podia, e o sabor desagradável se espalhou por minha garganta, me fazendo querer vomitar.
Mas o pior ainda estava por vir. De repente, o oficial me empurrou de volta, e eu caí na cama com um estrondo. Meu pequeno e frágil corpo se estalou com o impacto, mas eu tive que aguentar, tive que continuar com a farsa. Ele me olhou, o sorriso se alongando por todo o rosto, e puxou minhas pernas para cima. Eu sabia que ele queria entrar em mim, que ia me machucar. Tentei me esquivar, mas era inútil. Era tão fraca, tão pequena.
O homem despiu-se, mostrando o ventre mole e o pênis a bater contra a barriga. A chuva continuava a cair, e o som dela batendo contra o telhado era a única coisa que me mantinia conectada com a realidade. Com movimentos bruscos, ele empurrou as minhas pernas para cima, expondo a minha intimidade. Minhas mãos agarraram nas colchas, as unhas enterrando-se na roupa grossa.
"Ai, minha lindura," disse ele em um sussurro que me fez encolher. Acho que ele achava que isso era doce, que isso me faria sentir desejada. Mas era só suor, sangue e terra. Deitei-me na cama, tentando fechar os olhos e imaginar que era outra criança a ser amada. Mas era eu, a escrava negra de sete anos, prestes a ser violentada por outro homem que pensava que era superior.
Ele se ajoelhou entre meus joelhos, e eu senti a ponta do seu pênis tocando meu hímen. Tive vontade de gritar, de chorar, de pedir por minha mãe. Mas sabia que isso só pioraria as coisas. Inspirei fundo, agarrando nas colchas com força, preparando-me para o inevitável. E ele empurrou. A dor atravessou meu pequeno corpo com força, e um grito seco escapou da minha garganta. Aquele grito que eu odiava, que me traía, que dava a eles a satisfação de saber que estavam me machucando.
O meu hímen rachou, e a dor se espalhou pelas minhas pernas, fechando meus olhos com força. Nunca sentira algo tão horrível, tão invasivo. As lacrimas corriam pelas minhas bochechas, mas eu mordi o meu dedo, contendo os gritos que queriam sair. O sabor da bile em minha boca era quase tão nauseante quanto o que eu sentia abaixo do meu abdômen. O homem continuou a empurrar, cada centímetro a ser penetrado era um tormento novo, outro pedaço de mim que se quebrava.
Oficial continuou a mover-se em mim, a cada movimento, a cada invasão, minha alma se desfazia um pouco mais. Era como se estivesse a ser esmagada por um peso imenso, e eu era incapaz de me movimentar. Os meus braços esticados, a minha boca semi-aberta em um grito silencioso, e os olhos fechados apertados, tentando me esquecer de tudo.
Eu senti o dedo do homem a entrar em mim, apertando a minha carne. Aquele toque fez com que meu estômago se revolverse, e um sussurro involuntário escapasse à minha garganta. A humilhação era completa. Estava a ser usada, a ser penetrada, e era obrigada a gostar. Ou pelo menos a fingir.
Oficial continuou a empurrar, e o prazer que via na cara dele era insuportável. Os olhos deles se encontravam no espelho acima da cama, e eu pude ver a minha imagem distorcida, refletindo a dor e a impotência. Meu rosto inocente, os olhos cheios de terror, e aquele sorriso forçado. Era um espetáculo que me fazia envergonhar, mas eu sabia que era necessário.
O homem acelerou o ritmo, o pênis invadindo-me com força, e o dedo se movendo em meu cu, explorando a minha intimidade com uma crueldade que me fez sentir suja. Minha boca se abriu em um grito silencioso, mas os meus olhos se mantiveram secos. Nunca lhes daria o prazer de me ver chorar, de me ver quebrar.
Aquele gesto, aquele movimentos, eram a minha condenação, a minha realidade. Eu sentia a humilhação em cada centímetro de pele que tocava no deles, em cada respiro que tomava. Eles me tinham transformado em um objeto, em alguém que podiam usar e descartar a vontade. Era a pior coisa que alguém podia fazer a uma criança.
Oficial agarrou minhas mãos com força, pressionando-as contra a cama, e meu corpinho se agitou com o peso dele em cima. O prazer que ele sentia era óbvio, era tudo o que importava. Aquele homem, com o uniforme impecável e a cruz de ferro no peito, era o meu carrasco. E eu, a pequena escrava negra, era a vítima perfeita. Aquele era o jogo macabro que eles jogavam, a maneira que eles se divertiam.
Sentindo o clímax se aproximando, o homem acelerou o ritmo, a respiração agitada. O dedo em meu cu movia-se com a mesma intensidade que o pênis em minha vagina, e a combinação da dor e da humilhação era insuportável. Eu tentei fechar os olhos, mas eles se encheram de imagens de minha mãe, do meu irmão, da vida que eu poderia ter tido.
De repente, ele gritou, e eu senti um jorro quente encher minha boca. Eu abri os olhos de choque, e o vi a soltar o sêmen, a ver a minha boca cheia. Aquele era o sinal. Aquele era o meu aliviório temporário. Foram os segundos mais longos da minha vida, com o sabor amargo e salgado do homem invadindo os meus sentidos.
Ele soltou minhas pernas e me empurrou. "Leve esses," ele disse, sem se importar com a minha condição, "e vai embora." Eu olhei para os olhos deles, em busca de algum traço de humanidade, mas encontrei vazio. Com as mãos tremulas, peguei os pães e a garrafa de vinho. Era o pagamento por meu corpo, por minha alma.
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