A mini puta de Salem
O pai, um homem de aspecto comum, mas com olhos escuros e penetrantes, observava a pequena loja de brinquedos que se erguia à beira da rua suja. A loja, que parecia ter resistido a incontáveis tempestades e sonhava com dias melhores, era um refúgio para as crianças da vizinhança, mas para ele, era tudo o que ele detestava no universo. Os sorrisos inocentes e as risadas alegradas que emanavam do local eram um insulto direto à vida que ele sonhava para a filha de sete anos, Laura.
Ele passava as horas a olhar fixamente para a loja, mas os pensamentos que o consumiam eram tudo, exceto paternais. Os desejos perversos e a avareza de dinheiro se misturavam em um coquetel sombrio em sua mente. Seus planos, cuidadosamente traçados, estavam prestes a sair do papel. Laura, com os cabelos compridos e loiros, os olhinhos azuis e a pele clara, era a personificação da inocência que ele ansiaria corromper.
A vida deles era um ciclo de miséria e abandono. A mãe, vítima da dependência de drogas, desaparecera sem deixar rastros. Laura, por sua vez, confiava cegamente no pai, que a criara sozinho em um apartamento escuro e fechado. Nunca houvera luxo, mas havia a promessa constante de que as coisas mudariam. E aquele dia, as mudanças realmente estavam por vir.
A pequena menina, com a roupa desgastada e os pés descalços, brincava sozinha no quarto. Não sabia que, além daqueles quatro paredes, o pai trazia para si a visão do que ela poderia ser. E que essa visão, embora monstruosa, era o início de um caminho que mudaria a vida dela para sempre.
O homem, agora com um sorriso cínico no rosto, abriu a gaveta do velho armário que servia de guarda-roupa. Dentro, embalados em lençóis sujos, estavam os vestidinhos que ele havia comprado às escondidas. Eles eram tão pequenos que quase podiam passar por roupas de boneca. Roupinhas que cobririam parcialmente o corpo delicado de Laura, mas que revelariam o bastante para provocar a lasciviedade de homens poderosos e desviados.
Ele se sentou na cama e chamou a filha com um tom fingidamente doce. Laura corou com alegria, sem saber que, nesse instante, a inocência que emanava de cada poro da sua pele estaria prestes a ser violentada. O pai a fez sentar em frente a um espelho velho e amarelo, que refletia a luz tênue da lâmpada pendurada no teto. Com as mãos suadas, ele afastou os cabelos dela e começou a vestí-la.
O ajuste dos vestidinhos era apertado, mas Laura, acostumada à vida dura, mordia o lábio e tentava conter as dores. Os olhinhos azuis se enchiam de lágrimas, mas elas eram escondidas sob as pestanas. Nunca questionaria o que o pai queria que ela fizesse. Acreditava que era por amor, que essas ações estranhas eram um meio de trazer a luz que eles tanto desejavam às trevas que os envolviam.
O homem, com a excitação crescendo, terminou de ajeitar a roupa e a maquiou de maneira vulgar. Os lábios cor de fruta, as pestanas pesadas e os olhos pintados com sombra escura. Laura, que se via no espelho, sentia-se estranha, mas, infelizmente, não sabia que aquilo era o prelúdio do que lhe aguardaria. A cada toque no rosto, a cada risca de cor que adornava o que outrora era a inocência pura, um pedaço dela se desvanecia.
O pai levou Laura, agora transformada em pequena prostituta, à loja. A lojista, uma mulher gorda e desleal, olhou para eles com um olhar cobiçoso. Conhecendo o pai, ela sabia que aquilo era o início de um negócio lucrativo. Laura, com os olhinhos vermelhos e encharcados de lágrimas, segurava a mão do pai com força. O medo e a confusão se misturavam em um nó no estômago dela.
Ele a levou a um canto da loja, onde um velho poltrão com olhos lascivos os aguardava. Laura sentiu o estômago se revolver. O homem, com barba desleixada e roupas sujas, lambuzou-a com os olhos, avaliando cada centímetro do corpo delicado. Seu pai a empurrou para perto dele, e o homem agarrou a cintura dela. Laura gritou, mas o som se perdeu no meio da brincadeira e da conversa animada das crianças que continuavam a brincar, despreocupadas com o que acontecia no fundo da loja.
O homem fez um sinal a lojista, e a mulher, com um olhar de satisfação, entregou-lhe o dinheiro. Laura, que agora entendia o que era realmente exigido dela, sentiu o chão se abrir debaixo dos pés. O pai, com um toque frio e desapegado, despediu-se dela com um gesto curto. "Vai, filha, faz o que eles querem. E não te esqueça de me trazer o dinheiro." As palavras soaram em seus ouvidos com a mesma indiferença com que ele as pronunciara.
O cliente, um homem obeso com suor escorrentando pelas costuras da camisa, se curvou para Laura e perguntou com um sorriso lascivo: "Quantos anos você tem, menininha?" Laura, com a garganta seca e os olhos enevoados, murmurou: "Sete." O homem riu baixo, com um tom que a fez se encolher de medo. "Que bonita e jovem você é." A lojista adicionou, com um ar de complacência: "Ela sabe fazer tudo que é pedido, você vai gostar."
O outro homem, um jovem com olhares vagabundos e cabelos desleixados, se aproximou deles. "E qual é o teu nome, bela?" Laura, que sentia a humilhação queimando-lhe a pele, bateu os pés no chão e respondeu: "Meu nome é Laura." Seu pai, que observava a cena de longe, com o coração apertado por um sentido de realização perversa, agarrou o dinheiro com avidez. A lojista, vendo a oportunidade de lucrar com a situação, falou: "Ela tem um talento especial, você vai ver."
O homem olhou para Laura com interesse renovado. "Ah, Laura. Então, Laura, você quer me acompanhar?" Laura, com o medo transformando-se em nausea, sentiu que o chão se movia debaixo dela. Ela sabia o que o pai queria que fizesse, mas a ideia de ter que se entregar a estranhos era inacessível. A lojista empurrou-a suavemente, sussurrando: "Vai, menina, faça o que eles querem. Isso é o que as meninas boas fazem." Laura, com as pernas tremendo, seguiu o homem.
O homem levou Laura para um quarto escuro e mal cheiroso atrás da loja. A pequena moça, com o vestidinho apertado e a maquiagem vulgar, sentou-se no sofá desgastado. Ele sentou-se ao lado dela, com um suspiro de satisfação. Laura, tentando manter a compostura, olhou em torno do quarto com desconfiança. Havia garrafas vazias de cerveja, roupas sujas e um cheiro a fumo que a envolvia. O homem a tocou com a mão suja e apertou, forçando-a a olhar para ele. "Você é tão bonita, Laura. Agora, mostre-me o que você tem."
Laura sentia o medo agarrando-a por todos os lados, mas tentou controlar-se. Apesar de tudo, era a obediência inabalável que a mantinha em silêncio. O homem continuou a tocá-la, explorando o que a sociedade consideraria sagrado, mas para ele, era apenas outro produto a ser consumido. Laura sentia-se suja, usada, e odiosa. Seus olhinhos azuis, outrora brilhando de inocência, agora eram tingidos de um medo profundo e intenso.
O homem levantou o vestidinho e Laura, encolhida e nua diante dele, sentia que a vida que ela conhecia havia desaparecido. As mãos sujas dele estremeciam com a excitação, e Laura fechou os olhos, tentando se esquecer de que isso era real. Aquele era o preço que ela teria que pagar por aquilo que o pai chamava de "felicidade". E, embora o pai estivesse longe, Laura sentia a presença dele, sussurrando em seus pensamentos, a aprovação em cada movimentos dos lábios.
O homem ria-se de Laura, queixando-se com um tom brando e irritado: "Nem sequer sabes o que estás fazendo, não é?" Laura, com a garganta seca e as mãos tremendo, abriu os olhinhos e viu a verdade. Nesse instante, o medo se transformou em raiva, e com um grito desgarrador, ela arrancou o vestidinho que a envolvia. O homem, surpreso, recuou. Laura levantou-se, nua e determinada, e correu em direção à porta. "Nunca me toque novamente!", gritou, com as pernas tremendo e o coração batendo a mil. A lojista, alertada pelo barulho, veio a correr, mas Laura, com os olhinhos enevoados por lágrimas de fúria, empurrou-a com força e fugiu da loja, direto às ruas.
Correndo desesperada, Laura sentia o vento frio lamber a pele delicada. Os carros passando, as vozes distantes e o barulho da noite a envolviam, mas nada a pararia. Ela preferia mil e uma vezes ser usada por estranhos na rua a ser vendida por quem deveria protegê-la. A vida que lhe fora roubada se desfazia em cada passo, e a ideia de que podia ser resgatada por alguém que a amasse era a única luz que a guiava.
Ela se escondia em becozinhos, esquivando-se da polícia e de homens que a olhavam com o desejo nas pupilas. Laura, com a inocência arrebatada, tornara-se numa menina que sabia o que os homens queriam. E nesse dia, decidira que, se tivesse de ser usada, preferia que fosse de graça. Pelo menos, assim, manteria um pedaço de si mesma.
Um dia, Laura, agora com oito anos, parou em um canto escuro. Uma gangue de homens a rodeou, com olhares que pareciam queimá-la. "O que você quer, menina?" perguntou um deles, com um sotaque que Laura reconheceu ser de fora da cidade. "Nada", respondeu com a firmeza de alguém que sabia o que era ser forçada. "Então, por que você anda aqui nua?" Eles riram entre si, e Laura sentiu o calor da humilhação subir-lhe pelas faces.
Mas, em meio àquela perversa camaradagem, houve um silêncio. Uma vontade de resistir se acendera em Laura. "Eu gosto de fazer sexo na rua", disse, com a dignidade de alguém que sabia que aquilo era errado, mas que, em meio às trevas, procurava um fio de luz. "Mas comigo, vocês terão que me respeitar." Os homens, surpresos com a atrevida resposta, olharam uns para os outros. Laura, com os braços cruzados, aguardava.
Eles discutiram em tom baixo, mas a decisão era clara. Laura, com a coragem que a vida lhe ensinara, se entregaria a eles, mas com a condição de que, dessa vez, sentisse-se humana. Nenhum deles levantaria a mão contra ela, nenhum deles a forçaria a fazer nada que ela realmente não quisesse. Era um acordo perigoso, mas era a liberdade que a menina procurava. E assim, Laura, a mini-prostituta de rua, ensinaria a esses homens o que era a verdadeira natureza do desejo.
O homem que falara primeiramente, um lobo com o rosto meio velho e a barba descuidada, se aproximou dela. Laura olhou para ele, com os olhinhos azuis que agora brilhavam com um fogo de desafio. "Então, você é o que eles chamam de 'menina de rua', certo?" Laura simplesmente encolheu os ombros, acalorada. "Sim, sou." E com isso, deu início a um jogo de sedução que nenhum deles estaria preparado.
Ela se movia com a graça de alguém que sabia que o desejo era a moeda que a sustentaria. Laura permitia que as mãos dos homens a tocassem, que os olhares lascivos deles se enrolassem em torno de cada centímetro de sua pele. Mas o que eles não sabiam era que, em meio a essa farsa, Laura se reencontrava com a si mesma. Com cada beijo roubado, com cada carícia que recebiam, Laura sentia que tomava um pouco de seu poder de volta.
O homem com a barba descuidada a levou para outro canto, um pouco afastado do grupo. Laura sentiu o coração bater com medo, mas o homem a olhou com ternura. "Eu tenho um apartamento perto d'aqui. Podemos ir?" Laura hesitou por um instante, mas o desejo de se sentir protegida, sequer por um breve instante, era tão grande que pegou a mão que lhe era estendida.
Chegando no apartamento, Laura percebeu que tudo era outro. Aquele homem, que poderia ter sido outro predador, era realmente alguém que a queria. Eles fizeram sexo com paixão, com cuidado, com respeito. Laura sentia que, em algum nível, ele entendia. Que aquilo que eles estavam compartilhando era o que ela realmente desejava. E, por um instante, quase esquecia da vida que a levou a esses lugares.
O homem, cujo nome Laura descobriu ser Ricardo, cuidou dela com ternura. Deu-lhe comida, roupas limpas e um colchão confortável. Laura, que agora sabia o que era o calor humano, sentia que talvez tivesse errado a julgar todos os homens. Talvez houvesse alguém que a amaria por quem realmente era. E, com essa novidade, Laura sentiu que a vida lhe dava outra chance.
Mas as ruas da noite continuavam a chamar. Laura sabia que, por meios sozinha, teria que enfrentar os monstros que a cercavam. Com Ricardo, porém, sentia-se segura. E assim, a menina que fora transformada em mini-prostituta se tornaria numa loba, agora consciente de que podia escolher com quem se envolvia.
Dia a dia, Laura aprendia com Ricardo. Ele ensinou-a a ler, a escrever, a contar histórias. E Laura, que agora sabia que o sexo podia ser dado com amor, percebeu que podia ser usado com inteligência. Ela se tornaria a rainha da noite, a menina que ninguém tocaria sem o consentimento. E, com essa força, Laura iria transformar a miséria da rua em um palco para mostrar o que era capaz.
A cada noite, Laura se vestia com roupas que Ricardo lhe dava. Elas eram bonitas, mas cobriam o essencial. A maquiagem que outrora a fez sentir suja agora era um sinal de beleza e confiança. Os homens que a procuravam agora deviam pedir permissão. E Laura, que agora sabia o que era o respeito, concedia ou negava com a mesma facilidade com que respiraria.
Ela se envolveu com Ricardo com a mesma intensidade com que a vida a envolvia em abraços desconhecidos. Laura aprendia a cada dia que passava com ele. Ele era um homem que, apesar da vida dura, conservava um pouco de bondade. Laura, que agora sabia que podia dizer "não", se sentia atraída por essa força tranquila. Ricardo a ensinou a ser inteligente, a ser astuta. Aos olhos dos homens que a procuravam, Laura era a menina da noite que gostava de sexo grátis.
Uma noite, Ricardo a levou para o celeiro abandonado, onde ele costumava guardar os cavalos que ele cuidava. "Eu tenho um presentinhos para você, Laura", disse com um sorriso enigmático. Laura, curiosa, seguiu-o. Lá, no meio da escuridão, um cavalo grande e preto se movia nervosamente. Laura sentiu um estranho calor subir-lhe pelas pernas. "O que você quer que eu faça com ele?" perguntou, com a inocência que restava.
Ricardo a olhou com paixão, mas com desejo em meio à ternura. "Nada que você não queira, Laura. Eu quero que você experimente tudo o que a vida tem a oferecer." Laura, que agora sabia que podia recusar, sentiu-se intrigada. Nunca havia experimentado nada do gênero. Ricardo a levou suavemente para o cavalo, que olhava para eles com os olho meio fechados, quase sonhando.
O animal era macio, quente e grande. Laura sentia o medo e a excitação se misturarem em um nó em seu estômago. Ricardo a fez sentar no cavalo, que reagi com suavidade. Laura riu nervosamente, com a roupa raspando contra a pele do animal. Ricardo, pacientemente, explicou a Laura o que faria. "Eu quero que você sinta o que é ser a dona de si mesma, Laura. Que você decida o que quer." E com essas palavras, Laura se sentiu capaz de enfrentar qualquer coisa.
Ela se movia com cuidado, sentindo a textura da pele do cavalo. Ricardo a acompanhou, falando-lhe palavras suaves. Laura, com os olhinhos azuis brilhando de entusiasmo, permitiu que Ricardo a guiasse. Ele levou a mão dela para a cauda do animal, mostrando-lhe os lugares proibidos que podiam levar a novos prazeres. Laura, que agora sabia que podia dizer "sim", sentiu que era hora de descobrir outro aspecto do desejo.
Com cuidado, Ricardo levou Laura a se alongar no chão, perto do cavalo. Laura sentia o peso da responsabilidade e a liberdade da decisão. E, com a mesma firmeza com que enfrentava a vida nas ruas, ela decidiu se entregar a essa experiência. Ricardo, com movimentos suaves, a preparou para o que viria. Laura, com o coração a bater com medo e ansiedade, sentia que era hora de quebrar outra barreira.
O cavalo, que parecia sentir a tensão no ar, se agitou um pouco, mas Laura, com a mão em sua testa, falou-lhe com dulzura. O animal, apaziguado, permitiu que Laura se aproximasse. Com os olhinhos fechados e a boca seca, Laura permitiu que Ricardo guiasse o pênis do cavalo para o buraco proibido. O tamanho a fez gritar, mas Ricardo, que a amava, a consolou. "Vai, Laura, vai. Mostre que você é a dona daqui."
E Laura, com um grito de desafio, empurrou com tudo que tinha. O animal, com um relincho rouco, penetrou-a. Laura sentia o dó, mas também o prazer. Era outro nível de entrega, outro jeito de ser usada. Ricardo, com os olhos brilhando de orgulho, via Laura se transformar em uma deusa
.
Ela gritava e se contorcia, com o prazer misturando-se com o medo. Laura, que agora sabia o que era a verdadeira entrega, se movia com o ritmo do cavalo. O som dos cascos batendo no chão era a trilha sonora daquela noite.
E, em meio àquele caos, Laura sentiu a explosão. O cavalo soltou o sêmen em seu interior, enchendo-a. Ricardo, que observava tudo com atenção, correu e recolheu o sêmen com as mãos. Laura, com os olhinhos meio fechados, via tudo com o olhar em quebrado de alguém que descobrira um novo universo.
Ele levou o sêmen para Laura, que olhou para o homem com um ar de surpresa. "Beba, Laura. Esse é o elixir da vida." Laura, com a boca seca e o corpinho em fogo, abriu os lábios e permitiu que Ricardo despejasse o sêmen em sua boca. O gosto era estranho, mas ela bebeu tudo, com os olhinhos azuis brilhando de determinação.
Essa noite, Laura sentia que havia quebrado as barreiras da vida. O sêmen do cavalo, aquilo que a sociedade consideraria repugnante, era, na realidade, o símbolo da libertação. Ricardo, que a amava com tudo que tinha, soube que Laura era capaz de qualquer coisa. E Laura, que agora sabia o que era a vida, sentia que podia enfrentar qualquer desafio.
Aos poucos, Laura se tornaria a rainha do submundo. Uma menina de oito anos que sabia o que os homens desejavam. E Ricardo, o homem que a amava, se tornaria o pai que ela nunca teve. Juntos, eles ensinariam àquela sociedade que a inocência podia ser corrompida, mas que a força e a inteligência eram eternas. E Laura, a mini-prostituta que se transformara em loba, agora era alguém que podia ditar as regras.
A noite se estendia, mas Laura e Ricardo estavam acordados. Eles conversavam em tom baixo, com Laura acariciando o cavalo, agora domesticado. Laura sabia que a vida agora era outra, que as ruas eram o seu reino. E com essa certeza, a menina que fora roubada da infância, sonhava com o que viria. A vida a ensinara a ser dura, mas a noite lhe daria a oportunidade de ser feroz. E, com Ricardo a cuidar dela, Laura sentia que podia enfrentar qualquer coisa.
Juntos, eles planejavam o que fariam com o dinheiro que Laura arrecadaria. Eles sonhavam com um futuro longe da miséria, longe da loja de brinquedos que representava tudo o que eles odiavam. Laura, com o vestidinho manchado e a maquiagem corrida, sentia que a vida a recompensaria por tudo o que passara. E Ricardo, que a amava, sabia que Laura era capaz de tudo.
E assim, a menina que fora transformada em mini-prostituta, agora era a rainha da noite. Laura, que agora sabia o que era o desejo, usaria essa força para se elevar. Com Ricardo a guiá-la, ela descobriria que a vida podia ser dura, mas que, com inteligência e astúcia, podia ser controlada. E com cada noite que passava, Laura sentia que se afastava um pouco da sombra do pai que a vendera.
A lojista, que agora sabia que Laura era a sensação, tentaria a cada dia de lhe roubar um pouco da alma. Mas Laura, com o olhar de fogo, acalmava os homens que a procuravam. Nunca mais permitiria que ninguém a usasse sem o consentimento. E, com cada noite, Laura se tornaria um pouco mais adulta, um pouco mais feroz.
E a história de Laura e Ricardo se espalharia. Os homens sabiam que Laura era a opção perigosa, mas irresistível. Eles pagavam caro por cada noite com a menina loba que os enlouquecia. Laura, agora com oitinho anos, aprendera a dançar com a noite, a seduzir com os olhinhos, a cantar com o sussurro do vento. E Ricardo, o homem que a amava, a cuidava e a ensinara tudo, era o guarda-chuva que a protegia dos perigos da vida.
Comentários (0)