O Filho de Baphomet #1
Encontrei apenas duas verdades nesse mundo.
A primeira é que partes de você morrem antes de você morrer por completo.
Eu ainda tinha doze anos na época do Bando da Leste.
O grupo de pivetes vivia perto da Sé. Na parte abandonada depois do número 1024, onde prédios e empresas eram como ruínas por duas dezenas de vias.
Em algum momento antes de eu chegar, a Cracolândia foi movida para lá.
Os prédios tomados por famílias vivendo em condições degradantes tinham marchas de pessoas, mais parecendo zumbis que drogados, vinte e quatro horas pelas ruas adjacentes.
Quando anoitecia, tudo piorava.
Alguns carros se aproximavam, buscando por drogas ou putas, e isso tinha de monte.
Fui aceito no bando por isso.
Eu saía com uma mochila, na multidão por ser baixinho era difícil de ser visto.
Na mochila, a 380 do Boca, as pedras, os pinos, e as ervas.
Eu me escondia nas ruínas da região, e o vendedor, geralmente o Boca, fazia as negociações e depois me procurava já com o dinheiro.
Outra forma de conseguir dinheiro era roubando celulares na Sé e perto da estação. Em teoria era proibido pelos traficantes, mas, como controlar viciados?
Por pior que fosse, era o melhor momento da minha vida.
Os orfanatos não eram ruins, mas, as pessoas são ruins em qualquer lugar.
E ali não era diferente.
A questão era, liberdade, comida, e moradia, mesmo que todos dividissem os cômodos do terceiro andar do Palácio, que era como chamávamos o prédio abandonado com fiações do gato que levava energia para nós, e para outras famílias também invasoras dos dezessete andares.
Existia um senso de comunidade.
Bom, pelo menos, pela maior parte do tempo.
Só existiam três garotas no bando.
E não tinha outro jeito. Para as meninas entrarem no bando, elas tinham que foder com a maioria.
Eu era o mais novo, então nunca comia ninguém, mesmo que assistisse.
Duas das meninas moravam na invasão. Mércia e Sara.
E outra era de fora, uma viciada que todo mundo chamava de Bela.
Mércia era a mais velha, dezenove anos. Ela tinha dois filhos. Era negra. Bunda grande. Seios enormes. Os lábios bem carnudos. Ela chupava tanta rola que chamavam ela normalmente de chupa rola, nem era xingamento, era tipo um apelido.
Mércia preferia short jeans, e top tomara que caia. As coxas dela eram bem grossas. E ela estava acostumada a transar com gente de fora do bando e com gente do bando. Ela também gostava dos bailes funk, e dançava melhor que qualquer outra vadia. Olhos e cabelos negros, lisos e cortados até os ombros. E aquela expressão de safada, que sabe das coisas. Eu sempre quis foder ela, mas quando os moleques começavam era quase uma briga para comer de novo depois de gozar. E ela aguentava para caralho.
Sara era a namorada do Boca, ou, como ela chamava Boquinha. Isso não queria dizer muito por ela já ter dado para quase todos ali.
E quando o Boca ia fazer alguma coisa sem a namorada, o Tales pegava a Sara até no chão do corredor. Ela era alta, pele bem morena, tipo café com leite. Os peitos bem duros e empinados, dava para apertar de mão aberta. Eles só pareciam pequenos se comparados aos de Mércia, que eram enormes.
Sara preferia saia, ou vestido, sempre em tom preto. A maquiagem dela, com os olhos castanhos pintados dava para ela um rosto de expressão hostil, triste, e até meio assustador, parecia mais agressiva do que era, mas nunca vi ela brigando com ninguém.
Sara tinha um piercing na orelha esquerda que atravessava de cima até embaixo da orelha, o que fazia ela usar o cabelo preso atrás da orelha. O cabelo ondulado castanho escuro era longo, descendo até a bunda dela.
Sara tinha uma prima que morreu decapitada no dia em que eu cheguei.
Ainda lembro da cabeça da menina e do corpo caído ao lado.
Não sei se antes era o mesmo, mas Sara e Mércia eram muito amigas e sempre andavam juntas.
Por sua vez, eu não gostava de Bela.
Não me entenda errado, Bela era um tesão. Meio gordinha. Cabelo curto e preto contrastando com a pele extremamente branca. Olhos verdes. Peitos pequenos. Quadril largo e a maior bunda que já vi. A boceta com bastante pele para fora de tanto que fodiam ela.
Como Bela era viciada, qualquer um com droga fodia ela.
Eu pensava nela quando imaginava minha primeira vez. Não por gostar dela, mas, por ser mais fácil que qualquer uma das outras.
Quando tinham loló o bando dava para Bela. Que paralisava com um depois do outro fodendo a boceta dela sem dó.
Ela parecia gostar de ser estuprada.
Chamavam ela de Depósito de Porra da Leste, mas, diferente da chupa rola da Mércia, Bela não gostava do apelido.
É difícil de explicar o que sentia por ela.
Bela, apesar dos quatorze anos recém-completados, a mesma idade de Sara, parecia pensar menos, como se fosse infantilizada, apesar de toda imundície que enfiavam na boceta dela quase que diariamente.
Quando Bela passava uma semana sem aparece surgiam histórias dela estar com algum traficante fora dali, não sei se era verdade, contudo, julgando pela boceta dela que não parecia ter um dia de paz, não parecia mentira.
A verdade é que eu a invejava.
Não por querer ser ela.
Aliás, ela era uma das poucas pessoas que conhecia e julgava mais desgraçada que eu, que nasci órfão e só conheci gente lixo.
Minha inveja era da cor dela.
Não sei onde nasceu o pensamento, sempre imaginei que, se tivesse a cor dela minha vida seria mais fácil, ou, ao menos, não amaldiçoada.
E isso me deixava com certa raiva.
Por que ela vivia assim?
E por que não mudava?
De qualquer forma, naquela sexta-feira tudo começaria a mudar para mim.
Vez ou outra Bela fugia de casa.
E claro, os garotos acolhiam ela.
Ela chegou ao entardecer.
Um sofá quebrado, como roupas que ninguém usava ocupando espaço onde pedia, foi colocado no centro da sala.
Não sei quem conversou com Bela, mas logo um dos garotos mais velhos deitou e ela sentou em cima dele.
A bunda da Bela e as costas dela atraíram meu olhar.
Ela sentava com ódio. Acostumada. As pernas separadas com o cara com a rola dura essa parecendo uma banana, curva, entrando na boceta larga com a menina de quatorze anos subindo e descendo bem rápido.
Ela prendia o cara com as pernas e sentava dando pulinhos, o corpo todo se movia, e gordinha até a barriga dela me excitava.
O cara dava uns tapas nos peitos dela. E depois agarrava os peitinhos com as duas mãos, tentando acompanhar a montaria da vadia.
Depois outro dos caras subiu no sofá, e colocou a rola no cu da menina.
Ela tentou afastar ele, mas era comum que pegassem ela na força, o que aconteceu. E a foda dos dois caras, forte e sem dó permaneceu.
Por vezes a menina, com as duas mãos apoiadas no peitoral do cara embaixo dela, conseguia guiar, movendo o corpo forte, até perdendo a rola na boceta ou no cu, o que fazia o fodedor segurar a pica e voltar a encaixar na boceta ou no cu novamente.
Eles suavam.
O cara comendo o cu de Bela quase não encostava nela, só com a rola penetrando a menina.
Nenhum gemido.
Só trocas de olhares.
Entre os que fodiam, e os que formavam um círculo em volta.
Alguns batiam punheta, na espera pela vez.
Mesmo de pau duro eu não fazia isso, sempre me empurravam para fora da fila, ou pior, me batiam.
Todos ficavam agressivos na espera para gozar na vadia do bando.
As baforadas no loló, que estava numa garrafa PET, paralisavam o corpo da menina até que ela apenas deitou.
Tomando no cu e na boceta ela passou a ter forças apenas para baforar o loló.
O olhar perdido da menina nem reparou quando gozaram no cu dela. A outra rola ainda maior tomou o lugar da primeira e continuou metendo.
O gozo do segundo cara veio em menos de dez minutos, forte, tão intenso que até levantou a menina olhando irritada para trás sem nem saber quem a fodia.
Só quando o terceiro gozou no cu que o primeiro cara comendo a boceta esporrou na força do ódio, apertando a menina, a enforcando com as duas mãos.
O alívio se transformação em nojo, e a feição do rosto se afastando da menina era oposta à expressão do que se aproximava voltando a preencher a boceta da adolescente, que agora era virada.
Quem entrou para comer o cu ficava em baixo, com a rola para cima. A menina sentava com o cu na pica. E o cara fodia a boceta de Bela com ela abrindo as pernas e ficando com as pernas para cima, com as solas apontando para o teto de tijolos sem reboco como todo o restante do prédio.
Francisco, ou o Papa, que era o líder do bando, chegou no meio da foda.
Ele trouxe cocaína e uma arma, um trinta e oito.
Papa subiu para o andar de cima e entregou a arma para três caras que já tinham gozado. Os três saíram depois de conversarem por alguns minutos em separado.
No andar de cima, o Papa tinha um apartamento só para ele.
Como ele tinha videogame, normalmente quando ele chegava eu subia e ficava esperando.
Eu gostava do Papa porque ele não era veado. Acredite, eu tinha meus motivos para não gostar desses.
Pouco depois dos três garotos saírem ele me chamou e me deixou jogando Playstation.
Sinceramente, boceta parecia uma coisa boa, mas FIFA era outro nível de alegria, pelo menos para mim naquele tempo.
Joguei até de madrugada, COD e FIFA, o próprio Papa quase não jogava, ele ficava no celular e cheirava para caralho.
Não sei quantas linhas de coca ele apagou, mas ele não dormiria naquele dia e nem no próximo.
Desci para usar o banheiro, o de cima estava entupido, e alguns dos meninos que não fodiam Bela arrastaram a Mércia para o banheiro.
Eles trancaram a porta, e escutei:
— Se não chupar, não vai sair.
A negra deliciosa não tentou argumentar. Quando eles me viram se assustaram e depois comemoraram:
— Vai ser o primeiro boquete do menino! Vai sua chupa rola! Engole tudo. — e um deles pegou o celular enquanto outro começou a repetir. — Vai engolir a porra dos cinco! Vai come porra! Vão comer! Vai ter que engolir!
E ela, acostumada, não fez cerimônia.
Mércia parecia desgostosa com aquilo, mas quando o primeiro colocou a rola para fora, com a roda de moleques ao redor dela, comigo me juntando a eles na primeira chance que tive, ela só abriu a boca, e de joelhos começou o boquete.
Ela chupava e batia punheta para os que estavam ao lado.
Depois ela passou de um por, até por mim, e lambeu, chupando um pouco.
Pensei que ia gozar só de sentir a língua dela.
E não foi preciso muito para ela começar a mamar numa das picas e o primeiro cara gozar. Ela punhetava olhando nos olhos enquanto o garoto gozava e enchia a língua dela de porra.
Todo mundo comemorou.
Um dos garotos colocou os peitos enormes dela para fora ao abaixar o tomara que caia.
E outros dois se abaixaram mamando na menina punhetando os dois ajoelhados ao lado dela.
— Não vai gozar na minha cara. — um dos que estavam agachados exigiu, e todos rimos.
E depois outro chegou batendo punheta, enfiando a pica nos lábios grossos de Mércia e gozou tão forte que a negra até babou.
Quando ela veio para cima de mim senti o tesão me tomar e gozei, mesmo que sem porra, não sei como, mas era a melhor sensação de uma vida.
— O menor goza sem porra! — os caras perceberam, e eu fiquei envergonhado.
— Gozou mesmo? — Mércia questionou com minha rola fina na boca.
Fiz que sim com a cabeça e depois ela partiu para os outros garotos que ainda não tinham gozado.
Antes de engolir a porra de cada um ela exibia a boca aberta e a porra na língua, engolindo de uma vez, sem fazer careta igual às outras meninas.
Ela estava acostumada.
Ao se levantar ela ajeitou o tomara que caia e alguém abriu a porta.
Eu passei pela sala e um dos caras que comia o cu da Bela me chamou.
Quando olhei. Ele tirou a rola do cu da adolescente de quatorze anos e me mostrou, segurando a bunda dela, puxando, revelando o cu largo rosado e aberto.
A menina reclamou algo. Ela ainda baforava o loló, então não deu para compreender. O preto que fodia o cu dela voltou a meter ainda mais forte. E menina tentou afastar o cara sem conseguir, sendo dominada.
Assisti o show por alguns momentos. Queria que me chamassem para foder, mas não aconteceu.
Sai e subi as escadas, o prédio não tinha elevador, e quando voltei o Papa estava dando um tapa na cara de Sara.
Sara, com a maquiagem borrada de choro escutou o mesmo que eu:
— Vai me ajudar ou não? Você que sabe. — o Papa era um negro de dois metros de altura que vivia na academia improvisada no décimo sétimo andar, ele era tão forte que parecia ainda maior quando agressivo, e nunca tinha visto ele tão irritado quanto naquele momento. — Entra menor, e pega a mochila. A gente vai passear.
E o Papa olhou para Sara para ter certeza:
— Vamos nós três?
Sara anuiu. Ela usava um vestido colado, sem calcinha. Os peitos dela eram apertados no decote. E se viam os mamilos durinhos por baixo do tecido fino.
— E se eles fizerem alguma coisa comigo?
— Só vão te foder. Confia em mim ou não? Por que se a resposta é não você pode ir embora.
— Não sei. — Sara estava acuada contra a parede.
— Se for embora vai ter que pagar. Você cheira meu pó, fuma minha erva. Você entendeu?
Um novo tapa esquentou o rosto de Sara e ela sorriu, gostando daquilo.
— Você é um demônio cara. Maldito. — a voz chorosa da menina era bem baixa. — Não faz isso comigo...
Peguei a mochila e fiquei perto da porta, estava mais pesada que o normal.
Papa pegou a 380 e colocou na cabeça da menina, virando ela de costas para ele, depois, com a rola para fora. Ele começou a comer o cu da menina me olhando sem expressão. Ele levantava ela contra a parede, a segurava com a mão esquerda, e com a direita segurava a arma contra a cabeça da adolescente.
Sara empinou a bunda e depois de um tempo, com os peitos contra a parede ela abriu o cu com as duas mãos, puxando a bunda e esperando.
O gozo veio sem sentimento por parte dos dois.
— Vem. — o Papa mandou e menina respirando ofegante obedeceu.
Saímos do Palácio no meio de vários drogados, alguns se aproximavam do Papa pedindo pedras.
Eu tinha um jeito diferente de andar por lá.
Sempre corri mais que os outros. E sempre passei mais tempo acordado. As vezes eu não dormia por dois ou três dias. E não sentia cansaço ou fome.
Corria pelos prédios. Por dentro deles. Saltava entre as janelas. E meus saltos eram o bastante para andar em cima dos muros, e por buracos nas ruínas.
Passava por andares escuros onde drogados sentavam lado a lado fumando e passando o cachimbo ou a latinha com pedras de crack.
Passava por bordéis, onde as meninas de até sete anos esperavam ao lado de mulheres novas e até velhas, sem roupa, pouco distantes das ruas, esperando clientes para foder no chão de quartos imundos.
Em outros ambientes existiam galpões amplos, com maquinário pesado e sem valor.
Tudo o que tinha valor já havia sido roubado. E por vezes tudo era escuridão, pois roubavam até os fios nas ruas próximas.
Sempre observando a rua.
Sempre focado na direção do Papa, eu conhecia São Paulo como ninguém mais.
Seguimos até a área fora da Cracolândia.
Um carro esperava pelo Papa, e entrei com ele e com Sara, cujo olhar estava perdido.
Eles fumavam maconha, e o motorista também.
Mais alguém sentava no banco da frente. Nunca tinha visto os dois, mas sabia que eram pessoas ruins.
Eu conseguia sentir.
Eles olhavam para menina e ela encolhia, inflando as bochechas. Sara sabia, estava numa armadilha, mesmo sem saber ao certo o quão ruim seria.
Quando descemos, num motel, seguimos até um dos quartos.
Papa pediu a bolsa e eu entreguei.
Contei doze no quarto.
O motorista e outro cara que estava no carro ficou na porta, pelo lado de fora.
Como a porta não foi fechada, pude ver. Sara era um presente. Assim como as drogas na mochila.
As drogas e Sara ficaram.
Eu e o Papa saímos.
Ele tentou pedir um Uber ou um Táxi, mas ninguém era louco de seguir até a Cracolândia.
Voltamos andando.
Quando chegamos no Palácio amanhecia vermelho.
Papa voltou ao trabalho no celular. Eu voltei a jogar, agora era Fortnite e NFS e só parei de tarde. Era sábado e ao descer ao andar de baixo os caras ainda fodiam a Bela.
As vezes ela sentava um pouco, e os caras ficavam em volta, passando a mão nela.
Como esconderam as roupas dela, ela queria ir embora, mas não podia ir pelada.
Ela só tinha paz no banheiro, e acho que ela dormiu lá, uns trinta minutos.
Bela tomou banho duas vezes, mas quando voltava o suor escorria na pele dela, e a boceta e o cu não eram perdoados. Ela passava horas punhetando, chupando, e dando com os buracos cheios de porra e rola.
Gozavam em cima dela. Na boca. No cu. Na boceta. No cabelo. Nas costas.
A porra seca grudava na pele dela.
O sofá tinha uma poça que parecia mijo. E não duvido que fosse. Misturado com suor e com porra.
O cheiro do lugar era terrível.
Adormeci ali, e quando acordei quando já estava escuro. O som do baile funk tremia as paredes. A rua estava fechada e ao olhar pelos espaços das janelas, pois o Palácio não possuía janelas, só espaços vazios, vi a rua tomada por carros e pessoas, com motos empinando entre os veículos estacionados com a música tocando o mais alto possível.
Uma garota ou outra, de joelhos ou com a nunca apontada ao adestrador, recebia rola nos pontos mais escuros.
As putas atravessavam a rua com saias curtas e seios à mostra.
Um policial se aproximou, cobrou propina e se afastou até o carro que o esperava na esquina.
Drogados cercavam mendigos que arrastavam carrinhos de latinha, a confusão começava e socos e chutes eram trocados até o atordoar de alguém no chão.
Se existia um Deus, ele punhetava assistindo aquilo, sádico, a imagem e semelhança da desgraça.
— Liev! — só uma pessoa me chamava pelo nome. Tales.
Estava sonolento. Trocava de roupa, pegando as roupas das doações e usando o mesmo tênis velho pelo terceiro ano seguidos. Em cima das roupas os caras ainda arrombavam a Bela, que agora gritava e até chutava os caras, que socavam as pernas e as coxas dela, arroxeadas com a violência. Por vezes até estrangulavam a menina, para ela se acalmar e abrir as pernas. Isso quando os tapas na bunda e nas costas da adolescente não deixavam marcas até ela chorar.
Fiz sinal com a cabeça para Tales, que se aproximou, cochichando:
— Missão do Papa. Vem?
Fiz que sim com a cabeça.
Alguns fumavam maconha no lugar. E mesmo que Bela pudesse sair, quando ofereceram mais loló para ela, ela ficou de quatro e colocou uma condição:
— Um de cada vez. — a fila se formou e ela afastou a rola do cu, levando pica só na boceta, que nesse momento tinha os lábios para fora bem vermelhos.
Quando saímos, Tales me explicou:
— Os garotos não voltaram ontem.
— Que garotos?
— Mica, e os dois lá que andam juntos. Os três saíram com quase seis mil e ninguém sabe deles. Você sabe andar pelos prédios, se eles roubaram. — Tales me olhou com certa raiva. — Me mandaram matar eles.
A 380 na mão dele foi engatilhada e guardada abaixo da camisa.
— E se não roubaram? — eu quis saber.
— Vão apanhar. A não ser que tenham uma boa desculpa.
— O que você acha que aconteceu? — Tales não me respondeu.
Entramos no baile e atravessamos a rua tomada por barulho, dali até o beco do rápido, e depois foi mais demorado com Tales me seguindo.
Fui até onde imaginei que estavam, na praça, roubando.
Encontrei mais meninos de rua e eles disseram que não viram nada nem naquela noite, e nem na noite anterior. Dava para confiar neles porque eles dormiam num viaduto e viam tudo que acontecia.
— Se não estão aqui, onde acha que eles estão, Liev?
— No baile? — me pareceu o mais provável, os próprios meninos estavam indo para lá.
Voltamos e começamos a busca no fim da avenida, atravessamos até o oposto e voltamos, primeiro pela rua, e depois por dentro dos prédios.
— Caralho, como você descobriu esses lugares todos? — Tales perguntou enquanto eu o arrastava para o segundo andar em cima de uma parede caída.
— Eu exploro tudo. — e era verdade. Desde que cheguei comecei a entrar em todos os lugares próximos. Os proibidos eram os melhores. E sempre encontrava alguma coisa, fossem drogas escondidas ou coisas que podia vender para os garotos do viaduto, eles vendiam mais longe, na feira do rolo, e me parecia arriscado roubar, mas, o pior que podia acontecer era eu morrer, o que seria bom.
De qualquer jeito eu vencia.
Outra coisa boa era ver as brigas.
Eu adorava brigar. E adorava assistir a porradaria, principalmente entre viciados.
Quando Tales parou no meio da noite, depois de procurarmos pelas ruas até distantes, sabia o que ele planejava.
— Vamos voltar. — ele não precisava dizer. Eu sabia que ele gostava da Mércia. Sempre que podia ele ia atrás dela. E não foi diferente.
O pai de Mércia tinha abandonado a família, então Mércia, os dois filhos dela, um nascido quando ela tinha onze anos, e outro no ano passado, viviam com a avó, que não tinha nada, a não ser a boa vontade.
Mércia adorava o baile funk.
Era a felicidade dela, até mais que o sexo.
E Tales amava ela, ele nunca assumiria amar uma menina que os amigos revezavam gozando na boca, mas, era a verdade.
Quando saímos, Mércia, Tales e eu, encontramos Sara entrando no Palácio, ela estava bem, ou, aparentemente Sara parecia melhor do que quando deixamos ela com os caras no motel.
Sara me olhou e olhou em volta, aquela expressão de raiva permaneceu no rosto dela:
— Vou tomar um banho e depois encontro vocês. — ninguém perguntou nada. Sara subiu. Tales e Mércia desceram, e eu entrei por um corredor indo até o segundo andar, depois de um salto eu estava no prédio vizinho, que sem energia me escondia nas sombras.
Dançando, Mércia deixava qualquer um colocar a mão nela, apertando a bunda no shortinho ou nos peitos enormes balançando. Ela descia até o chão e subia, esfregando a bunda na rola de Tales, que a abraçava por trás.
Vi quando eles se afastaram, contei cinco vezes, cinco boquetes.
A missão de encontrar os três desaparecidos parecia acabada em fracasso.
Voltei para a base, e a Bela ainda estava lá, baforando loló e fodendo.
Assisti o espetáculo batendo punheta. Eu nunca fazia isso. E quando veio o gozo não saiu nada de novo, e, apesar de estar vendo a boceta regaçada de Bela, foi pensando no boquete de Mércia que gozei.
Quando o Papa apareceu, me chamou e saímos.
— E os garotos que mandei você e o Tales procurar?
— Não estão aqui... — e expliquei por onde andamos. E também onde o Tales estava.
— Escuta menor, nenhuma boceta nesse mundo paga o dia a dia com uma mulher. — o Papa sacramentou. — O Tales tá apaixonado numa boqueteira.
Ele riu e eu também, mas eu só ri por medo.
Que diferença fazia se ela era uma boqueteira ou não?
Aliás, me parecia até melhor que fosse uma boqueteira.
Se algum dia eu namorasse, seria, com certeza, com uma boqueteira.
Na madrugada, jogando de novo, escutei algo que me preocupou:
— Está tudo muito calmo. E os arrombados não voltam com o dinheiro. Isso me cheira a merda. — o Papa reclamou mais para si que para mim.
Ele me deu dinheiro para comprar um lanche.
E desci, comprando um cachorro-quente, como lá mesmo e ao voltar segui com Tales, Mércia, e pelos menos seis caras passando a mão nela.
Ela começou a chupar os caras com Bela dando ao fundo. Tinham fodido a menina em tantas posições, que ela, cansada, só abriu as pernas, deitada, deixando qualquer um foder.
É estranho como tudo muda tão rápido.
Finalmente Bela adormecia, a boca de Mércia tinha a porra de três caras diferentes. Tales estava lá, olhando para garota que ele amava sendo amamentada por filhos da puta, com uma fila para gozar e gozar de novo durante toda a noite. E eu nem tinha esperanças de ganhar um boquete de novo quando o tiro explodiu a cabeça de Bela na cama.
O cérebro dela saiu em cima das roupas espalhadas.
Todo mundo correu.
Não sei qual era a direção das balas, mas os disparos seguiram ritmados até alguém cair do meu lado e um tipo me transpassar das costas até a barriga.
O impacto me jogou ao chão e desci pelo espaço da janela pulando por cima de uma parte desabada de uma fábrica abandonada.
Corri pelo teto de metal da fábrica, e vi que o metal era furado por disparos.
Não sabia se era polícia ou uma facção rival.
Quando caí, senti mais alguns tiros. Alguém mirava em mim, e não tinha nenhuma dificuldade em acertar. Se quer vi de onde vinham os tiros, e a música do baile, enfim, cessou.
MEMÓRIAS
Me vi criança.
Nascido num orfanato, onde uma bicha maldita colocava as crianças para chupar ele. Os menininhos chupavam rola em pé de tão pequenos que eram.
Eles deram meu nome. Nem isso minha mãe me deu. Eu não tinha nada. Eu não tinha ninguém. E quando comecei a fugir senti que isso não acabaria nunca. Vivi nas ruas. Vivi com desconhecidos. Recebi ajuda de desconhecidos. E muitos desconhecidos quiseram me foder.
Nenhum deles conseguiu.
E, se dependesse de mim, ninguém me foderia. Eu é que ia botar para foder.
Comentários (8)
MaJ: Ótimo conto, espero q esteja escrevendo a continuação
Responder↴ • uid:bco5rjkgtlpuMarcos: excelente, parabéns
Responder↴ • uid:1ctiqixe5la7xcarlosanjo24: Bukowskiniano seu conto. Fazer pessoas ficarem com tesão e se masturbarem ao ler um relato q desvela o pior do ser humano é pra poucos. Genial seu conto. Realista. Cinematográfico. Parabéns.
Responder↴ • uid:yaz64moq3Hex: Meu irmão você escreve bem pra caralho, mas pqp pensa num conto escroto. Alguns trechos e citações soaram só provocações ingênuas, muito edgy.
Responder↴ • uid:1dp6xardwkjccum fã: CARALHO, ABSOLUTE CINEMA
Responder↴ • uid:2gwkic2w7jhmPapai safadinho: Conto excelente, mas só acho q foi publicado no local errado.
Responder↴ • uid:13qa9uauj435tCamilly: Eu neeeeem sei o que dizer Se quiser, me chama pra conversar por email Tive uma criação difícil tbm cami.taka @ protonmail .com
Responder↴ • uid:bemlitbbd41MaJ: Ótimo conto, espero que tenha continuação
• uid:bco5rjkgtlpu