Parte VII - O fim da humilhação
Neste conto narro como consegui me libertar da situação de humilhação e submissão a que me submeteram
Certo dia, estava eu sozinho em minha casa, enquanto uma galera jogava futebol na rua em frente. Em algum momento chegaram Júnior e André, com as mesmas intenções de sempre, dizendo que eu teria que dar para eles. Depois de resistir um pouco, novamente percebi que não tinha jeito e ficou combinado que iríamos para a casa da irmã de Júnior que tinha saído e deixado ele para tomar conta. Chegando lá, eu já com a cueca abaixada para dar para o André, e os outros meninos que jogavam futebol na rua se aproximaram para ver o que estávamos fazendo. Antes que chegassem, vesti as roupas e saí correndo antes que fosse flagrado por aquele monte de gente. Cheguei em casa muito assustado, de tal forma que minha mãe perguntou o que tinha acontecido. Menti que alguns meninos queriam me bater. Ela saiu até o portão, vociferou algumas palavras para os que estavam perto e não perguntou mais nada. Aquele foi o último dia de meu sofrimento. Decidi que poderiam fazer o que quisessem, mas não seria mais humilhado daquela forma e que ninguém iria me chantagear mais. Alguns meninos tentaram depois, mas eu dizia que não faria mesmo que ameaçassem contar para alguém. Já tinham espalhado para o bairro todo que eu deva o cu mesmo. Que diferença iria fazer? Aquilo tinha que parar. E assim me libertei da maldade daqueles caras.
Minhas experiência pré-adolescentes não terminaram aí. Mas nunca mais aceitei ser chantageado. Se alguém quisesse me tocar teria que deixar eu fazer o mesmo. Não tinha mais nada a perder, já estava mal falado, já achava que era viado mesmo, então, se fosse para eu comer alguém, toparia fazer mais troca-troca, mas ser humilhado, jamais.
Eu não tinha medo de ninguém mais. Tentavam me ameaçar a todo custo para me comer e eu nem dava bola. Deixava os caras falando sozinho. Mas se alguém propusesse o troca-troca, talvez eu topasse e voltou acontecer com Sérgio. Contarei no próximo episódio.
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