Jorge Apanha pela Primeira Vez

Pai tem tesão em bater no bumbum pelado do filho, mas a esposa não permitia, até que...

Nada que uma boa surra não resolva, né, Ana!

Foi o que disse a Maria depois de ouvir a Ana reclamando das malcriações do filho por 20 minutos. O menino, Jorge, fizera 11 anos mas ainda continuava com atitudes de criança: desrespeitava a mãe, não acordava pra ir pra escola se a mãe não chamasse 15 vezes, não dormia na hora de dormir, não tomava banho na hora de tomar banho. Uma peste.

Mas Maria, a Ana foi respondendo, como assim uma surra, mulher? Agora é lei, você não sabe? Não pode bater nos filhos.

Ah, mas tenha a santa paciência né. Essa lei é pra quem abusa dos filhos! Eu cresci na base do chinelo, e tô aqui, não tô? Hoje eu sou uma mulher decente. É de pequeno, Ana, é de pequeno... precisa corrigir agora que é mais fácil.

Ai eu tenho medo... e não tenho coragem. Eu não vou ter forças, não vou. Mas eu sei, eu sei que ele tá precisando de disciplina, mulher. Eu tenho muito medo dele virar um, um delinquente... sabe?

Eu sei minha flor, vem cá, não chore não. Vem cá... o seu menino tem pai, mulher. Pede pro Rafael cuidar disso, é dever dele, de homem!

Ana foi embora pensativa. Não é que a Maria sabe das coisas? O Rafael anda tão distante da vida do Jorge... a Maria é que tem razão, aquela rata. Aqueles filhos dela... todos certinhos, sempre arrumados, argh... aquele cabelo ensebado daquele menino, argh...!

É nesse burburinho interno que crescem as revoluções. A mudança é uma semente de absurdo que o desejo nos engana à acreditar, até que nasça:

Rafael! RAFAEL! Ana chegou em casa afobada. Rafael, Eu pensei muito, Rafael, muito mesmo. Você lembra que você tem filho, Rafael? Lembra!?

O coitado fora pego de surpresa. Em pleno domingo de calor, quando tinha acabado de sentar no sofá com uma cerveja, regata, samba-canção e a sua tão amada havaiana, sinal de domingo, da paz do senhor...

RAFAEL! Mulher, que é isso, mulher? Claro que eu lembro que tenho filho, quem é que cuidou do moleque enquanto você tava no mercado? Ana... voce demorou.

Eu sei. Eu pensei muito. Eu falei com a Maria. Lembra aquela conversa que a gente teve, das palmadas? Você tava certo. O Jorge tá se desvirtuando, ele tá se perdendo, Rafael, se perdendo! Eu não vou perder esse menino pras drogas, não vou! Rafael, eu preciso que você castigue o Jorge.

Mas não é possível que ela agora tenha mudado de ideia... será que, finalmente...!? Meu deus eu preciso agradecer essa maria. Que Maria é essa, quanta fofoca nesse supermercado, pelo amor de Deus... meu Deus... eu vou esquentar a bunda do meu menino hoje, é isso...? Nossa mas ele não vai sentar por uma semana, ô merda, por que que eu fui usar samba-canção hoje... ugh.

Que que cê tá falando, Ana? Mudou de ideia agora?

Mudei. Você tava certo. Eu dou o braço a torcer. Eu não quero ouvir, não tenho coragem, mas você faça isso, faça isso pelo amor ao nosso filho!

Oh meu amor, não fica triste... calma, calma... eu vou dar um jeito nisso. Não se preocupe, eu não disse que estaria sempre aqui pra você? Eu vou falar com o Jorge. Toma, pega minha carteira e vai se curtir um pouco, você tá precisando...

Jorge! Oi meu filho, tudo bem? Olha, você lembra aquela conversa que a gente teve sobre se comportar, sobre fazer a lição, respeitar a mamãe...?

...

Filho, desliga esse jogo, filho, eu to falando com você...

...

Jorge... você não se faça de surdo mocinho, eu sou seu pai!

...

É. O diálogo vai ficar pra depois.

Ai! Para, pai! Ai, por que será que ele tá me pegando no colo? Ai, tá doendo. AHN?! Pai! Minha calça!

Menino malcriado apanha pelado!

Apanha? Ele tá é bem louco né, a mamãe não vai deixar. MAAAAAAE. MAAAAAAE.

Bendita seja a Maria. Zup! E lá se vai a cuequinha. Oh, meu menino ainda é meu menino. Tão branquinho, tão pequenininho... sua mãe saiu. E ela também acha que você precisa de um bom castigo.

AI! Me solta! Me solta!

Bumbum posicionado. Ai Jesuis, eu to mesmo fazendo isso? PLAFT!
Uau. Uau...

Ahhh! Para, pai! Por favooor!

Uau... quero ficar no seu corpo feito tatuagem... que é pra te dar coragem... uau... cinco dedos... e agora...?

PLAFT!

Aiii! Por fa- fah voor...

Nossa mas dói ouvir isso. Fecha esse ouvido, Rafael, fecha esse ouvido e abre o olho... abre o olho... cinco dedos! Hm, Cinco!

PLAFT.

Ah, aah, aaah...

Mas é uma sirene esse menino... e eu nem comecei ainda... PLAFT. PLAFT. PLAFT. Bloqueia os choros, bloqueia e PLAFT. Bloquei e PLAFT, e whoosh! A cuequinha dele voou. Hehe, que coisa mais fofa. E o chinelinho. Chinelo... em casa era quem cantava melhor...

Pai! Não, por favor, não, de chinelo não!

SCHAPT, SCHAPT, SCHAPT! Esse bumbum é tamanho 38, e eu uso 44. Como tá vermelho... SCHAPT! como SCHAPT! Esperneia...! SCHAPT!

aaaaaah...

Ele tá ficando mole no meu colo. Meu filho, como me dói fazer isso. Como me dói! Isso é pra você aprender a respeitar a mamãe SCHAPT e o papai SCHAPT quando a gente te pede alguma coisa. Quando é SCHAPT hora do banho, quando é SCHAPT hora de acordar, SCHAPT, da escola, SCHAPT, de dormir, SCHAPT, de comer!

Eu prometo, papai! Ai, meu bumbum tá ardendo!

É pra arder, meu filho. É pra arder SCHAPT pra você aprender! SCHAPT!

A bundinha dele tá muito vermelha. Acho que ele aprendeu... espero que os vizinhos entendam...

Levanta, meu filho. Vem cá, senta no meu colo.

Ai, ai, tá ardeeeendo!

Vai arder mesmo, meu filho. É parte do seu castigo, mas vem cá agora, abraça o pai. Eu não gostei de ter que fazer isso, mas você anda muito malcriado já há muito tempo. Daqui pra frente eu quero que você obedeça o que eu e a mamãe falamos. Isso, eu sei que você está arrependido, abraça o pai, pode chorar... já acabou. Eu te perdoo. Mas daqui pra frente eu quero uma mudança na sua atitude. Se você continuar a desobedecer vou te botar no colo de novo e você vai levar chinelada de novo, tá ouvindo?

Chora, chora, amanhã a gente conversa mais... deita, dorme. O pai vai ficar aqui até você cair no sono. Te amo. Dorme bem. Smack.